Deus está morto.
Esta idéia de Nietzsche não é literal, não é a morte física de Deus, e ele completa dizendo que quem matou Deus fomos nós.
A frase não é nem uma exaltação nem uma lamentação, mas uma constatação a partir da qual Nietzsche traçará o seu projeto filosófico de superar Deus e as dicotomias assentes em preconceitos metafísicos que julgam o nosso mundo.
A morte de Deus metaforiza o fato de os homens não mais serem capazes de crer numa ordenação cósmica transcendente, o que os levaria a uma rejeição dos valores absolutos e, por fim, à descrença em quaisquer valores.
Isso conduziria ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de decadência associada ao fato de ainda mantermos uma "sombra", um trono vazio, um lugar reservado ao princípio transcendente agora destruído, que não podemos voltar a ocupar. Para isso ele procurou, com o seu projeto da "transmutação dos valores", reformular os fundamentos dos valores humanos em bases mais profundas do que os ídolos do cristianismo.
Porque o relativismo gerado deveria levar à uma nova valoração fundamentada em bases naturais e imanentes.
E ele propõe portanto uma alternativa ao niilismo decorrente.
Assumir a morte de Deus , seria, portanto, assumir nossa liberdade.
Mas este mar de possibilidades novas assusta profundamente os que não estão preparados para exercer a libertação de regras e de autoridades, a nos dizer o que fazer , como julgar e como ler a realidade a nossa volta.
Você estaria preparado para a matar Deus?
(sei que alguns vão me apedrejar, outros até aplaudir, embora esta pergunta seja apenas retórica).
2007-04-28
01:41:40
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17 respostas
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perguntado por
Frei Bento
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