Sou alegre, comunicativa, sociável e cheia de amigos. Porém, sofro de transtorno afetivo bipolar e já passei por duas crises gravíssimas de depressão. Ninguém entende o que é isto porque confundem a depressão (patologia) com tristeza. Sabe aquela coisa de ter que ouvir " que nada, bobagem, basta você ter força de vontade; vai ao cinema que melhora rapidinho". Eu respondo dizendo: "gente, não é tão simples assim, é como dizer a um cego que se ele quiser pode enxergar! eu não escolhi estar assim, não quero estar assim, mas ESTOU assim" ! As pessoas não entendem e pensam que é frescura justamente porque eu sou uma pessoa alegre. Não sabem que minha depressão é recorrente e que alegria e tristeza não tem nada a ver com isto. É uma patologia mental dolorosa. No fundo eu entendo este tipo de reação porque o outro precisa da materialização da dor para ser solidário. Precisa ver sangue, ossos expostos, tumores... Reage assim porque pode "imaginar" o quanto aquele doente está sofrendo de dor. A depressão também dói só que não aparece. Daí ninguém ajuda. Para os outros o deprimido/bipolar é fresco, "de lua".
A depressão é o câncer da alma e já é a segunda doença que mais mata no mundo, atinge adultos, idosos e crianças, sem distinção. A família do depressivo não tem saco para ajudar porque não entende o que acontece com um ser humano que hoje está ótimo e no dia seguinte chora o tempo todo.
É o que mais dói: o hipertenso, o cardíaco, o canceroso e tantos outros não precisam esconder suas doenças, ao contrário, ainda encontram apoio. Eu tenho que viver escondendo as minhas crises porque o bipolar vai ser sempre um "temperamental". O que fazer para as pessoas entenderem o meu problema?
2007-01-03
09:03:26
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13 respostas
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perguntado por
VIRG͎IA M
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