Em mais um momento mágico do filme, o jovem reformador entrega candidamente ao eleitor da Saxônia um grosso volume do Novo Testamento em alemão, para delírio do príncipe. O diálogo que se segue então sugere que a Igreja escondia a Escritura e a utilizava para dominar o povo.
Nada mais falso.
Sabemos que à época de Lutero já havia várias versões da Bíblia em alemão: "(...) Os primeiros fragmentos bíblicos vertidos para o baixo-alemão ascendem ao século VIII. No século IX encontramos a tradução dos Salmos e a composição das Biblias historiaes que tornavam mais acessível ao povo o conteúdo histórico dos dois Testamentos. No século XI, um monge de S. Gall, Nokter Labeo (m. 1022) e um abade de Ebersberg, Villiram (m. 1085) dão-nos novas traduções de vários livros do A.T. Estas traduções parciais tornam-se mais freqüentes com o tempo e é certo que nos primeiros anos do século XV, antes da invenção da imprensa, já existia em língua vulgar uma versão integral da Bíblia. A invenção dos tipos facilitou extraordinariamente a difusão dos livros sagrados. Antes de 1477 já se haviam impresso 5 edições da Bíblia (Mogúncia, 1472; Strassburgo, 1466, (duas) Nuremberg, 1470; Augsburgo, 1475). De 1477 a 1522 saíram mais 9 edições (7 em Augsburgo, 1 em Nuremberg, 1 em Strassburgo). Nesta mesma época publicaram-se mais 4 edições completas da Bíblia, em baixo-alemão. (Colônia (duas) 1480; Lubeck, 1494; Halberstadt, 1522). Da Vulgata, - e o latim era então língua acessível à maioria das pessoas instruídas - até 1500 já se haviam tirado quase 100 edições. (...)" (Franca, CP: 205-206
2007-02-14
21:20:29
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Anonymous