A revista Veja desta semana toma a frente da cruzada santa para canonizar Geraldo Alckmin e torna-lo o primeiro presidente santo-em-vida da história mundial. O homem é um exemplo: fez voto de pobreza (e por esta razão quando viaja incomoda tudo quanto é parente para não ter que gastar com hotel); não bebe álcool; não fuma; fez voto de cast... (ah! isso eu acho que a revista não falou), mas bem, mesmo cometendo este deslize o fez de forma santa, pois tornou-se um exemplar pai de família. E é desta santidade que vai brotar a inspiração para fazer com que o país cresça pujantemente por anos e anos.
É, só se for assim, pois projeto de país, proposta concreta de desenvolvimento econômico e social para o Brasil... Isso o santo Alckmin não tem (me perdoem escrevi com letra minúscula). Isso o Santo Alckmin não tem e se tem contou apenas para a Veja, pois eu, um mero eleitor, desconheço. Ele fica como todo candidato em período eleitoral (ou não) falando em abstrações: Eu vou fazer um forte ajuste fiscal! Como? Isso ele não diz. Eu vou endurecer com o crime organizado! Nem o PCC leva isso mais a sério. Eu vou abaixar as taxas de juros e não vai ser por decreto! Aí garoto, agora me explica como? Vou fazer uma forte reforma tributária! Qual reforma? De que maneira a coisa vai operar? E no que isso implica melhoria?
Que o país precisa de uma enormidade de transformações para poder entrar nos trilhos do desenvolvimento, até o mais senil dos velhinhos vagabundos, que põem o país em risco pelo mau hábito de receber aposentadoria e não morrer logo, sabe. O problema não é o que fazer? E sim como fazer? E isso São Alckmin não sabe com certeza. Ou talvez saiba, mas são conhecimentos que só cabem aos iluminados conhecer.
2006-10-16
01:48:04
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perguntado por
Rodrigo Celi Veiga Dias
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Política