O Fundamentalismo foge da estreita relação do divino e do humano no relacionamento com Deus Ele se recusa a admitir que a Palavra de Deus inspirada foi expressa em linguagem humana e que ela foi redigida, sob a inspiração divina, por autores humanos cujas capacidades e recursos eram limitados. Por esta razão, ele tende a tratar o texto bíblico como se ele tivesse sido ditado, palavra por palavra, pelo Espírito e não chega a reconhecer que apalavra de Deus foi formulada numa linguagem e numa fraseologia condicionadas por uma ou outra época. Ele não dá atenção ás formas literárias e às maneiras humanas de pensar presentes nos textos bíblicos, muitos dos quais são fruto de uma elaboração que se estendeu por longos períodos de tempo e leva a marca de situações históricas muito diversas.
O Fundamentalismo insiste também de maneira indevida sobre a inerrância dos pormenores nos textos bíblicos, especialmente em matéria de história ou de pretensas verdades científicas. Muitas vezes ele toma histórico aquilo que não tinha a pretensão de historicidade (Adão e Eva, Arca de Noé, Dilúvio, travessia do mar vermelho, Jonas e o Cetáceo, etc.), pois ele considera como histórico tudo aquilo que é narrado ou contado com os verbos em tempo pretérito, sem a necessária atenção à possibilidade de um sentido simbólico ou figurativo" que de fato esses textos possuem, à luz do racionalismo e do bom senso.
Agindo assim, o intérprete fundamentalista estaria interpretando por si mesmo, a partir de suas percepções, vida, recursos intelectuais (sic) e valores pessoais e, sobretudo o seu “objetivo”.
Ele incute suas idéias ao texto (o que seria fazer in-egese), mas não deduz do texto a mensagem objetiva (fazer ex-egese).
Quem assim procede, corre o risco do subjetivismo ou de interpretações pessoais, semelhantes às que ocorrem no neo protestantismo.
2007-06-14
02:53:08
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Frei Bento
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Religião e Espiritualidade