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EUA: Entronização da primeira mulher primaz da Igreja episcopal norte-americana
Katharine Jefferts Schori foi sábado entronizada primeira mulher primaz da Igreja Episcopal norte-americana durante uma cerimónia na Catedral Nacional de Washington.
Uma multidão de 3.200 fiéis, bispos da igreja anglicana, assim como 20 bispos da comunhão anglicana no mundo e pelo menos outros tantos representantes de outras religiões estavam presentes na catedral.
A cerimónia decorreu numa altura em que uma dissidência no seio da Igreja anglicana sobre a Bíblia e a sexualidade ameaça transformar-se em cisma.
Katharine Jefferts Schori, 52 anos, casada, mãe de uma filha piloto do exército, ela própria piloto e oceanógrafa, é bispo da diocese de Nevada.
Foi eleita em Junho com uma margem muita pequena a primeira mulher chefe da Igreja anglicana dos Estados Unidos, uma igreja de 2,3 milhões de membros m uito divididos, nomeadamente pela designação de um bispo homossexual.
"Se alguns nesta Igreja se sentiram feridos por decisões recentes, a nossa salvação e a nossa saúde estão de certo modo em perigo e é dever de todos pr ocurar a cura e a união", declarou Schori durante a sua homilia.
Algumas dioceses minoritárias descontentes com a designação de uma mulher primaz pediram ao arcebispo de Cantuária para fazer uma outra escolha.
O representante do arcebispo de Cantuária, o reverendo John Saxbee, presente neste dia na catedral, reservou-lhe uma calorosa recepção, reconhecendo que ela assumia "as suas funções em tempos muito difíceis".
Em 2003, a Igreja Episcopal dos Estados Unidos provocou a ira dos anglicanos do resto do mundo ao eleger entre os seus bispos Gene Robinson, de New Hampshire, o primeiro homossexual confesso nomeado bispo desta confissão.
Além dos Estados Unidos, só o Canadá e a Nova Zelândia têm bispos mulheres, ainda que sem cargos de chefia.
Ainda que com pouco poder dentro da igreja, o bispo presidente (ou primaz) é o porta-voz da Igreja Episcopal e representa esta confissão nas reuniões internacionais da Comunhão Anglicana, que tem perto de 77 milhões de fiéis em todo o mundo.
A homossexualidade é um assunto que divide profundamente a comunidade anglicana no mundo. A maioria dos Anglicanos opõe-se à nomeação de mulheres como bispos e à oficialização da homossexualidade e muitos deles romperam os laços com a Igreja Episcopal dos Estados Unidos, em 2003, depois da nomeação do primeiro bispo homossexual.
Os responsáveis internacionais da Igreja Anglicana tinham advertido para o risco de separação oficial caso a Igreja Episcopal norte-americana não impusesse uma moratória a esta decisão, até que todos os Anglicanos chegassem a uma posição conjunta sobre o assunto.
2007-01-25
00:04:55
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perguntado por
Anonymous
em
Religião e Espiritualidade