O bispo gay no centro da crise da Igreja Anglicana, Gene Robinson, disse à BBC que lamenta a dor causada por sua consagração, mas que não vai renunciar.
Essa foi a resposta de Gene Robinson ao documento que apela para que a Igreja Americana peça desculpas por tê-lo consagrado bispo, em novembro passado.
Um líder da Igreja Anglicana na Nigéria condenou o documento por ser desequilibrado.
O arcebispo Peter Akinola acusou os liberais de serem "teimosos" em destruir a comunhão anglicana.
'Notável'
Gene Robinson saudou o que ele chamou de "documento notável" e disse que ele e sua diocese aceitam o pedido de uma manifestação de arrependimento.
"Nenhum de nós estávamos verdadeiramente conscientes da dificuldade que isso causaria em outras partes da comunidade anglicana no mundo e é perfeitamente apropriado que ofereçamos certamente nossa manifestação de arrependimento pela dor causada por nossos atos", disse ele.
Mas ele acrescentou que não renunciaria em nome da unidade.
Ele descreveu sua consagração como "uma iniciativa profética liderada pelo Espírito Santo."
E, perguntado se isso não era uma catástrofe para a Igreja Anglicana mundial – que está à beira de um cisma –, ele se voltou aos conservadores.
"Linguagem destemperada de bispos da comunidade anglicana dizendo que gays e lésbicas estão abaixo de cachorros e que minha consagração é um ataque satânico à Igreja de Deus, isso é catastrófico quando nos tratamos uns aos outros desta forma", disse.
Cisma?
O homem que fez essas afirmações, o arcebispo Peter Akinola, da Nigéria, foi também o primeiro primaz a condenar o documento.
Ele disse que o documento não prescreve o "total arrependimento" necessário à Igreja.
E ele rejeitou o apelo do documento para que os conservadores peçam desculpas por sua interferência em outras províncias.
Como líder de 25% dos anglicanos do mundo, o arcebispo Akinola tem enorme influência.
Ele recentemente visitou os Estados Unidos para avaliar a possibilidade de atuar como bispo alternativo para os anglicanos descontentes.
Ele tem alertado com freqüência que não é preciso passar por Canterbury – centro histórico do anglicanismo – para chegar a Jesus.
Na próxima semana, ele vai presidir um encontro de 30 bispos africanos em Lagos, capital da Nigéria, para responder ao documento.
As diferenças – em relação à homossexualidade, à Bíblia e à cultura – parecem muito vastas para serem superadas e a comunhão anglicana parece estar se dirigindo para uma divisão permanente.
Gene Robinson lamenta isso.
"Eu quero estar na igreja do Arcebispo Akinola, apenas queria que ele me quisesse."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2004/10/041020_gaymla.shtml
2007-01-25
00:00:03
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Anonymous
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