Olha só que divertido...
Um bombardeiro supersônico, voando a grande altura, deixa cair um potente artefato nuclear. Ao atingir o solo, a bomba explode com o brilho de uma estrela fulgurante e o calor de uma fornalha e abre um poço fundo e amplo como um abismo, do qual se eleva imediatamente densa nuvem de gases. Momentos depois, a nuvem assume a forma de um imenso cogumelo que obscurece o Sol e projeta sua sombra sobre vasta vegetação.
A essa altura já os radares alertaram os computadores e estes já expediram a ordem para o contra-ataque. Mal se ouviu o estrondo da explosão, levantou vôo uma veloz esquadrilha de caças a jato que saem no encalço do bombardeiro. Ao longe, parecem pequenos gafanhotos, por causa das suas linhas aerodinâmicas. Refletido nas suas brilhantes carcaças metálicas, o Sol cria verdadeiras coroas douradas em torno deles. Vistos do solo, acima das casas, dos montes e das nuvens, lembram figuras mitológicas com rostos vagamente humanos. As asas em delta assemelham-se a cabeleiras femininas, enquanto a cauda, por causa do perfil dos estabilizadores, lembra o ferrão dos escorpiões, tão mortífera, talvez, como estes. E que barulho fazem ao cruzar os espaços em fantástica velocidade! É como se verdadeira multidão de carros de guerra estivessem sendo arrastados pelos campos por milhares de cavalos enfurecidos em disparada. Aqueles gafanhotos também levam o terrível instrumento da destruição – artefatos nucleares que vão provocar alhures os mesmos cogumelos da morte.
A sinistra nuvem tem no seu bojo uma quantidade inconcebível de partículas letais que começam lentamente a derivar ao sabor dos ventos. Durante meses elas estarão espalhando por toda a parte as suas radiações, contaminando tudo: o ar, as águas, os seres vivos – vegetação, animais, homens, mulheres, velhos e crianças, nascidas e por nascer. Ninguém as vê e, a princípio, nem as sente, mas o trabalho invisível da destruição prossegue, traiçoeiro e inexorável. Plantas, animais e seres humanos continuarão a respirar aquele ar, a beber aquelas águas e a ingerir aqueles mesmos alimentos de sempre. É como se a vida seguisse seu curso, enquanto os implacáveis emissários da morte trabalham em silêncio. Atormentados por intolerável mal-estar, muitos desejarão a morte compassiva e rápida; muitos até mesmo a buscarão, correndo riscos desnecessários, tentando botar a máscara do acidente em suicídios desejados, mas a morte lhes foge, ao mesmo tempo que os espera, enquanto os prepara para o fim que ela própria decidiu e que se aproxima.
Agora, a versão original...
- Tocou o quinto anjo a sua trombeta. Vi, então, uma estrela que caíra do céu sobre a terra. Deu-se a ela a chave do poço do Abismo. Abriu o poço do Abismo e subiu do poço uma fumarada como a de um forno grande e o Sol e o ar se escureceram com a fumarada do poço. Da fumarada saíram gafanhotos sobre a terra e lhes foi dado o poder que têm os escorpiões da terra. E lhes foi dito que não causassem dano à erva da terra, nem a nada verde e nem a nenhuma árvore, mas somente aos homens que não trouxessem na fronte o sinal de Deus. Foi-lhes dado não o poder para matá-los mas para atormenta-los durante cinco meses. O tormento era semelhante ao da picada do escorpião em alguém. E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a encontrarão; desejarão morrer e a morte fugirá deles. A aparência desses gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; sobre suas cabeças traziam coroas que pareciam de ouro; seus rostos eram como rostos humanos; tinham cabelos de mulheres e seus dentes eram como os do leão; tinham couraças como couraças de ferro e o ruído de suas asas era como o estrondo de carros de muitos cavalos que correm em combate; e tinham caudas parecidas com a dos escorpiões com aguilhões em suas caudas e o poder de causar danos aos homens durante cinco meses. Tem sobre si, como rei, o Anjo do Abismo, chamado em hebraico Abadon e em grego Apolion. O primeiro, Ai!, já passou. Veja que atrás vêm contudo outros dois.
Nota adicional:
Engraçado essa forma de descrever a velocidade dos aparelhos aéreos... No espaço de um “Ai!” o primeiro jato já passou, enquanto outros vêm atrás desabalados! ^^
2006-11-28
01:21:07
·
13 respostas
·
perguntado por
Makoto
6
em
Religião e Espiritualidade