Embora se assevere comumente que a vida surgiu de forma espontânea nos oceanos, as massas aquosas simplesmente não favorecem as combinações químicas necessárias. Explica o químico Richard Dickerson: “Por conseguinte, é difícil de ver como a polimerização [a reunião de moléculas menores para formar outras maiores] poderia ter ocorrido no ambiente aquoso do oceano primevo, uma vez que a presença da água favorece a depolimerização [desintegração das moléculas maiores em moléculas mais simples], em vez de a polimerização.” O bioquímico George Wald concorda com este conceito, declarando: “A desagregação é muito mais provável, atuando, por isso, muito mais rapidamente que a síntese espontânea.” Isto significa que não haveria acúmulo de caldo orgânico! Wald crê ser este “o mais sério problema que nos defronta (i.e., aos evolucionistas)”.
Existe, porém, outro problema sério que confronta a teoria da evolução. Lembre-se, há mais de 100 aminoácidos, mas somente 20 são necessários para as proteínas da vida. Ademais, eles ocorrem em dois formatos: Algumas moléculas são “destras” e outras são “canhotas”. Se tivessem sido formadas ao acaso, como se dá na teoria do caldo orgânico, é muitíssimo provável que a metade fosse destra e a outra metade canhota. E não existe razão conhecida para que qualquer destes formatos fosse preferível nas coisas vivas. Todavia, dentre os 20 aminoácidos utilizados na produção das proteínas da vida, todos são canhotos!
Como é que, por obra do acaso, apenas as espécies especificamente
necessárias se uniriam no caldo? O físico J. D. Bernal reconhece: “É preciso admitir que tal explanação . . . ainda continua sendo uma das partes mais difíceis de explicar quanto aos aspectos estruturais da vida.” Concluiu: “Talvez jamais consigamos explicá-lo.”
Que probabilidade existe de que os aminoácidos corretos se juntassem para formar uma molécula de proteína? Poder-se-ia assemelhar isto a uma grande pilha, completamente misturada, contendo iguais números de feijões avermelhados e brancos. Existem, também, mais de 100 variedades diferentes de feijões. Agora, se enfiasse uma pá nesta pilha, o que acha que obteria? Para obter os feijões que representam os componentes básicos duma proteína, teria de pegar apenas os avermelhados — nenhum branco! Também, sua pá teria de conter apenas 20 variedades dos feijões avermelhados, e cada uma delas tinha de estar num lugar específico, pré-designado, na pá. No mundo das proteínas, um único erro em qualquer desses requisitos faria com que a proteína produzida deixasse de operar adequadamente. Será que por mais que se sacudisse e enfiasse a pá em sua hipotética pilha de feijões lhe daria a combinação certa? Não. Então, como isso seria possível no hipotético caldo orgânico?
As proteínas necessárias para a vida possuem moléculas muitíssimo complexas. Qual é a probabilidade de até mesmo uma molécula simples de proteína se formar ao acaso num caldo orgânico? Os evolucionistas reconhecem que é de apenas uma em 10113 (1 seguido de 113 zeros). Mas qualquer acontecimento que tenha uma probabilidade em apenas 1050 é rejeitado pelos matemáticos como jamais ocorrendo. Tem-se uma idéia das probabilidades envolvidas no fato de que o número 10113 é maior do que o total estimado de todos os átomos no universo!
Há proteínas que servem como material estrutural, e outras como enzimas. Estas últimas aceleram as necessárias reações químicas na célula. Sem tal ajuda, a célula morreria. Não se trata de pequeno número, mas 2.000 proteínas enzimáticas são necessárias às atividades da célula. Quais são as probabilidades de se obter todas elas por obra do acaso? Uma probabilidade em 1040.000! “Uma probabilidade extraordinariamente pequena”, assevera Hoyle, “com a qual não se depararia, mesmo se o inteiro universo consistisse em caldo orgânico”. Acrescenta ele: “Se a pessoa não for preconcebida, seja por crenças sociais, seja por determinado preparo científico, a ter convicção de que a vida se originou [espontaneamente] na Terra, este simples cálculo torna improcedente toda esta idéia.”
No entanto, as probabilidades realmente são muito menores do que o indicado por este número ‘extraordinariamente pequeno’. Tem de haver uma membrana que envolva a célula. Mas, tal membrana é extremamente complexa, sendo constituída de moléculas de proteína, de açúcar e de gordura. Como escreve o evolucionista Leslie Orgel: “As membranas da célula moderna incluem canais e bombas que controlam de forma específica o influxo e o efluxo de nutrientes, de produtos residuais, de íons metálicos, etc. Estes canais especializados envolvem proteínas de alta especificidade, moléculas que não poderiam estar presentes bem no princípio da evolução da vida.”
2006-11-15
08:26:15
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Biologia