Era tarde de sexta-feira. Acabei de tomar café e torradas, limpei mesa, coloquei a xícara na pia e consultei o relógio. Eram dezessete horas e faltava uma hora para passar o próximo ônibus. Neste ínterim, o celular tocou e eu corei como uma adolescente. Do outro lado da linha era a voz dele. Ouvi “Oi,você vem?" Como você virá vestida? Eu nem falava, apenas suspirava baixinho, lembrando seu rosto na foto, aquele perfil italiano. Lembro-me que ele perguntava. "Oi, você está querida? você vem me conhecer pessoalmente ?” Então respondi: “tudo ok”!. Irei com jens claro, no local combinado. Na verdade gostaria de ter dito: “Faz tempo que espero sua ligação. Estava ansiosa.
Ás seis horas da tarde estava esperando a condução. Um jeans claro e blusinha era meu vestuário, sandália de salto e uma maquiagem leve somam-se ao conjunto. Finalmente o ônibus chegou. Entrei, cumprimentei o motorista. Passei a roleta enquanto entregava o dinheiro da passagem para o cobrador. Ouvi o tilintar de algumas moedas no piso e um rapaz, que usava cavanhaque e cabelos compridos catou-as e entregou-as para mim. Agradeci e sentei no primeiro banco atrás do motorista. Durante o percurso meus pensamentos tomavam forma de viagem e ficava imaginando como seria o encontro. Tomava meu texto repetidas vezes. Não satisfeita, respondia por ele, mesmo sabendo que no encontro real, o diálogo poderia ser outro.
2007-03-25
06:17:01
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