Os maiores lagartos da terra podem vir ao mundo de “nascimentos virgens”. Os cientistas informam sobre dois casos em que fêmeas do dragão de Komodo se reproduziram sem ter tido contato com macho. Os exames revelaram que seus ovos se desenvolveram sem ter sido fertilizados por esperma, no processo chamado de partenogênese, explicou a equipe de cientistas em artigo publicado na revista Nature (Natureza). Uma das répteis, Flora, do zoológico de Chester, no Reino Unido, está esperando sua ninhada de oito ovos chocarem, o que deve acontecer por volta do natal. Kevin Buley, curador do zoológico e co-autor do artigo, disse: “Flora botou seus ovos no final de maio e, como o período de incubação é de entre sete e nove meses, é possível que eles choquem em torno do natal – o que seria um final feliz para uma história de ‘nascimento virgem’. Vamos ficar no aguardo de pastores, reis magos e uma estrela inusitadamente brilhante no céu por cima do zoológico de Chester”. Flora, que nunca viu um macho de sua espécie, botou 11 ovos no início do ano. Três filhotes morreram e seus restos foram usados para exames genéticos. Estes revelaram que os filhotes não eram cópias genéticas exatas (clones) de sua mãe, mas sua composição genética veio só dela. A equipe concluiu que os filhotes foram o resultado de uma reprodução assexuada e está aguardando que os oito ovos restantes choquem. Outra fêmea gerada em cativeiro chamada Sungai, do zoológico de Londres, produziu quatro filhotes no início do ano – mais de dois anos depois de seu último contato com um macho, informam os cientistas. De novo, os exames genéticos revelaram que os bebês de dragão de Komodo, que estão bem e crescendo normalmente, foram produzidos por meio de partenogênese. Sungai foi capaz de se reproduzir sexualmente produzindo outro filhote depois de copular com um macho chamado Raja. Richard Gibson, um dos autores do trabalho e curador da Sociedade Zoológica de Londres, disse: “A partenogênese foi constatada antes em cerca de 70 espécies de vertebrados, mas sempre tinha sido considerada um fenômeno muito incomum, talvez anormal”. Ela se manifestou em algumas cobras, peixes, um lagarto e até mesmo um peru, acrescentou ele. “Mas a vimos em duas fêmeas de dragão de Komodo separadas, não relacionadas, dentro de um ano, de modo que isso sugere que talvez a partenogênese seja muito mais disseminada e comum do que se considerava antes. Pelo fato de essas fêmeas terem estado em cativeiro durante anos sem acesso a macho, elas se reproduziram partenogeneticamente. Mas a capacidade de se reproduzir partenogeneticamente é obviamente uma capacidade ancestral”. A partenogênese se manifestou em algumas cobras, peixes, um lagarto e até mesmo um peru, esclareceu ele: “Mas a vimos em duas fêmeas de dragão de Komodo separadas, não relacionadas, dentro de um ano, de modo que isso sugere que talvez a partenogênese seja muito mais disseminada e comum do que se considerava antes. Pelo fato de essas fêmeas terem estado em cativeiro durante anos sem acesso a macho, elas se reproduziram partenogeneticamente. Mas a capacidade de se reproduzir partenogeneticamente é obviamente uma capacidade ancestral”. Explicou ainda que os lagartos podem ter desenvolvido a capacidade de se reproduzir assexuadamente quando, por exemplo, uma fêmea foi carregada sozinha por correntes marinhas para uma ilha onde não havia machos. Por causa da genética deste processo, continuou o cientista, sua ninhada seria sempre de machos. E, como Sungai, ela podia mudar de volta à reprodução sexual e se procriar para formar uma nova colônia. Há menos de quatro mil dragões de Komodo na vida selvagem e eles são encontrados em três ilhas da Indonésia: Komodo, Flores e Rinca. Os adultos podem chegar a três metros de comprimento e pesar até 90 quilos – o que os torna os maiores lagartos do planeta. Os pesquisadores disseram que, para assegurar a diversidade genética dos dragões de Komodo mantidos em cativeiro, os zoológicos devem manter machos e fêmeas juntos para evitar a reprodução assexuada. (Matéria da BBC News traduzida e editada por José Ramos de Almeida)
2006-12-23
11:32:47
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zeca do trombone
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Zoologia