3 DE NOVEMBRO DE 2006 - 11h26
Governo do Paraná divulga carta com críticas à imprensa
O governo do Paraná divulgou uma carta à imprensa do estado, criticando-a fortemente por seu comportamento ao longo do processo eleitoral deste ano. Junto com o texto, foi anexado um relatório, no qual fica exposta toda a parcialidade da mídia paranaense, amplamente favorável à candidatura de Osmar Dias.
“Há uma distância muito grande entre liberdade de imprensa e a opinião dos patrões. No balanço em anexo isso fica muito claro”, diz o texto.
Confira abaixo a íntegra da carta, com o link para o relatório divulgado pela assessoria de imprensa do governo:
Carta à Imprensa
Nunca se viu uma cobertura de eleição no Paraná tão tendenciosa como a que aconteceu na campanha política de 2006. Da mesma forma, nunca se viu tanta parcialidade em uma cobertura de entrevista coletiva com o governador quanto a que a mídia divulgou nesta terça-feira (31).
O relatório que segue dá a exata medida de como se comportou a imprensa no 1º e no 2º turnos. Os números são claros, inquestionáveis, definitivos. Contra eles não há argumentos.
Mais uma vez, o Sindicato dos Jornalistas do Paraná reage de forma equivocada, confirmando o triste papel que vem desempenhando nestes últimos anos. Não é a liberdade de imprensa que o Sindicato defende, é a liberdade das empresas de manifestarem suas opiniões, tendências, e preferências.
Há uma distância muito grande entre liberdade de imprensa e a opinião dos patrões. No balanço anexo isto fica muito claro.
Algumas empresas tomaram um lado nesta eleição e todo noticiário expressou esta opção, especialmente o jornal Gazeta do Povo e TV Paranaense. Pena que, como é tradição em alguns órgãos da imprensa brasileira – citam-se aqui o jornal O Estado de São Paulo e a revista Carta Capital –, os veículos de comunicação do Paraná não tenham assumido claramente a opção por uma das candidaturas. Seria mais honesto.
A reação do governador à cobertura facciosa das eleições é legítima. Ele reage a uma agressão continuada das empresas de comunicação. Em nenhum momento ele se voltou contra o jornalista – o profissional individualmente. Insurgiu-se contra os veículos. É lastimável que alguns jornalistas tenham assumido de forma tão veemente a defesa da empresa e não da imprensa.
Regras mínimas, óbvias como ouvir o outro lado, foram simplesmente esquecidas em favor da militância contra a candidatura de Roberto Requião.
O caso da atribuição ao governador de propriedades no exterior, que todos sabem mentiroso e repelente, foi noticiado como fato inquestionável, tão certo quanto o sol, o dia ou a noite, não dando a Requião a possibilidade de restabelecer a verdade.
Na entrevista, alguns jornalistas reagiram como se a liberdade de imprensa estivesse sendo naquele momento ofendida, vilipendiada. Não perceberam que o governador estava criticando a posição facciosa
2006-11-03
10:38:35
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perguntado por
marina sousa s
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Eleições