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Os tambores da África bateram forte ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se estava preocupado com a urucubaca lançada pelos adversários no Brasil, como disse recentemente, ele pode ter saído do Benin, berço do vudu, com o corpo fechado para enfrentar a ferrenha disputa que se anuncia esse ano. O presidente passou a tarde toda sendo reverenciado com orações e danças feitas por feiticeiros vudus, líderes tribais e pelos descendentes de escravos brasileiros que formam uma espécie de colônia de brasileiros em Ouidah, nos arredores de Cotonou, capital do paupérrimo Benin.
Todos os preparativos para recepcionar e pedir proteçào ao presidente brasileiro foram feitos pelo "chachá" Feliciano Julian de Souza, descendente e herdeiro do milionário baiano Francisco Félix de Souza, o maior traficante de escravos do país para o Brasil no sécúlo XVIII.
O ritual começou com Lula passando por cima de uma água muito limpa oferecida numa cuia por uma menina de 11 anos. De um lado, três feiticeiros, chamados de fantasmas vudus, dançavam e oravam por ele. Segundo um líder local, são espíritos de pessoas mortas que voltam para abençoar e fechar o corpo da pessoa homenageada contra tudo o que tem de ruim. Do outro, um grupo de africanos e africanas faziam a dança . Os beninenses adoram os espiritos vudus como deuses.
Enquanto participava de uma solenidade na "Maison Chachá", uma enorme construção inacabada onde ele mora com oito mulheres e 23 filhos, Lula respondeu com um largo sorriso se tinha tido o corpo fechado com as rezas e batuques. Com a gargalhada, seguiu dançando no embalo de um grupo típico local e de mulheres africanas que dançavam, batiam palmas e entoavam ritimadamente um canto em que diziam: "brigado presidente Lulá". No final do dia Lula confessou que deixava Ouidah mais leve.
— Vocês estavam acompanhando o tempo todo. Acho que até vocês estão mais leves — disse o presidente.
2006-10-25
06:17:03
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Anonymous
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Religião e Espiritualidade