A verdade está na cara, mas não se impõe
Arnaldo Jabor
O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de
acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, "explicáveis" demais.
Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas
as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os
culpados estão catalogados, fichados, e nada ****. A verdade está
na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita
na história brasileira. Claro que a mentira sempre foi à base do
sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, claro
que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a
ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no
entanto, tão inútil, impotente, desfigurada. Os fatos reais: com a
eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou
bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder
20 anos. Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os
cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas
irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo.
Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por
suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual
tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem
remorso nem vergonha do que faz. Mente compulsivamente,
acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo
é psicopata. Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas,
passam-lhe as mãos nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num
canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de "povo",
consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em
acusações "falsas", sua condição de cúmplice e comandante em
“vítima". E a população ignorante engole tudo. Como é possível
isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na
fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão
julgados os indiciados - nos comunica o STF. Os delitos são
esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e
regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de
opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O
que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo
quebra diante do poder da mentira desse governo. Sei que este é um
artigos óbvios, repetitivos, inúteis, mas tem de ser escrito... Está
havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: "Denunciar
para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?". A existência dessa
estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este
neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A
língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio,
tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo . A cada
cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha,
muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais
aos fatos. Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões,
as manipulações. No último ano, tivemos um único momento de
verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o
Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os
intestinos de nossa política. Depois surgiram dois grandes
documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer
do procurador-geral da República. São verdades cristalinas, com
sol a pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de "gafe".
Lulo-petistas clamam: "Como é que a Procuradoria Geral, nomeada
pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara. Como que o Osmar
Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não
mentiu em nome do PT? Como ousaram ser honestos?". Sempre que a
verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado
de "exibicionista". Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão
(lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a
falta de "finesse" do governo de FH, que não teve a delicadeza de
avisar que a polícia estava chegando... Mas agora é diferente. As
palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o
stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para coonestar seus
crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma
nova-língua empobrecedora da ciência política, uma língua
esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro
político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a
complexidade rica do país será transformada em uma massa de
palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos
e oposições, como tendem a fazer o populismo e o simplismo. Lula
será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres,
dividindo o país em "a favor" do povo e "contra", recauchutando
significados que não dão mais conta da circularidade do mundo
atual. Teremos o "sim" e o "não", teremos a depressão da razão de
um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da
oposição mundo x Brasil, nacional x internacional. A
esquematização dos conceitos, o empobrecimento da linguagem visa à
formação de um novo ethos político no país, que favoreça o
voluntarismo e legitime o governo de um Lula 2 e um Garotinho
depois. Assim como vivemos (por sorte...) há três anos sem governo
algum, apenas vagando ao vento da bonança financeira mundial, só
espero que a consolidação da economia brasileira resista ao cerco
político-ideológico de dogmas boçais e impeça a desconstrução
antidemocrática. As coisas são mais democráticas que os homens.
Alguns otimistas dizem: "Não... Este maremoto de mentiras nos dará
uma fome de verdades". Não creio. Vamos ficar viciados na mentira
corrente, vamos falar por antônimos. Ficaremos mais cínicos, mais
egoístas, mais burros. O Lula reeleito será a prova de que os
delitos compensaram. A mentira será verdade, e a nova-língua
estará consagrada. É amigos. Este texto deve se transformar na
maior corrente que a internet já viu. Talvez assim, possamos nós,
que não somos burros não, mais uma vez salvar o Brasil. Passe para
quantas pessoas você puder. Se você é brasileiro e gosta de seu
País, faça algo por ele. Essa é a hora.
2006-10-18
11:39:54
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perguntado por
anamariacorreadafonseca
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em
Política