Saddam é executado no Iraque e bombas matam mais de 60
BAGDÁ (Reuters), 30 de dezembro - Saddam Hussein foi enforcado na madrugada deste sábado (30) por crimes contra a humanidade, um fim dramático e violento para um líder que governou brutalmente o Iraque por três décadas antes de ser deposto pela invasão liderada pelos EUA em 2003.
Sem demonstrar qualquer sinal de arrependimento, um calmo Saddam recusou colocar o capuz negro na cabeça antes de os carrascos mascarados colocarem a corda em seu pescoço, afirmou um político muçulmanos xiita presente à execução.
"Foi muito rápido. Ele morreu na hora", disse à Reuters um oficial iraquiano que testemunhou o enforcamento. O presidente deposto, que estava amarrado, mas não vendado, rezou rapidamente, segundo ele.
"Ouvimos o pescoço dele quebrar", afirmou Sami al-Askari, aliado do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki. A execução ocorreu num antigo edifício da inteligência militar, no norte de Bagdá, onde o próprio Saddam havia executado seus oponentes.
Um canal de TV xiita exibiu imagens granuladas do corpo vestido numa mortalha branca, mostrando Saddam, que tinha 69 anos, com o pescoço marcado aparentemente por sangue ou um ferimento na bochecha.
Askari disse que Saddam provavelmente será enterrado em segredo no Iraque, depois que o governo rejeitou o pedido da família pelo corpo.
Enquanto os xiitas, oprimidos por Saddam, comemoram nas ruas, o primeiro-ministro pediu aos sunitas membros do ex-partido Baath, de Saddam, que acabassem com sua insurgência.
"A execução de Saddam põe um fim a todas as apostas patéticas de um retorno à ditadura", disse Makili, que apareceu na televisão assinando com tinta vermelha a ordem de uma execução à qual ele não compareceu.
Mas há poucos indícios de que a violência terminará.
A polícia em Kufa, vizinha à cidade sagrada xiita de Najaf, disse que 36 pessoas morreram e 58 ficaram feridas pela explosão de um carro-bomba num mercado, que estava lotando de pessoas fazendo compras para o feriado de Eid al-Adha. Segundo as autoridades, a multidão matou um homem acusado de plantar a bomba.
A explosão de três carros-bomba matou pelo menos outras 25 pessoas num bairro xiita da capital - o tipo de ataque que vem levando o Iraque em direção à violência sectária desde que as tropas norte-americanas acabaram com a mão de ferro de Saddam.
O presidente dos EUA, George W. Bush, que considerava Saddam uma ameaça, apesar das supostas armas de destruição em massa nunca terem sido encontradas, disse: "Levar Saddam Hussein à Justiça não acabará com a violência no Iraque, mas é um marco importante no caminho do Iraque rumo a uma democracia capaz de se governar, sustentar e defender."
A morte de cinco soldados elevou o número de militares norte-americanos mortos para próximo da marca de 3 mil. Bush já enfrenta o crescente descontentamento público com a guerra, enquanto o Iraque ruma para uma guerra civil total entre os sunitas e a maioria xiita.
2006-12-30
04:30:02
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Bianca
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