É certo que a Igreja, seguindo a doutrina de Cristo, condenou sempre a escravidão. Na epístola de São Paulo aos Gálatas se lê: "Portanto já nenhum de vós é servo, mas filho; e se é filho, é herdeiro de Deus" ( Gal. IV, 7).E aos Colossenses São Paulo escreveu: "Não mintais uns aos outros, despojando-vos do homem velho com todas as suas obras, e revestindo-vos do novo, daquele segundo a imagem daquele que o criou, onde não há gentio e judeu, circuncidado e incircuncidado, bárbaro e cita, servo e livre, mas Cristo é tudo em todos"( Col.. IV, 9-11).
Mas, se você ler as cartas de São Paulo e dos demais Apóstolos, você verá que eles recomendavam aos escravos que obedecessem a seus senhores.
Na mesma epístola aos Colossences, São Paulo recomenda aos escravos que obedeçam a seus senhores, e não que se revoltem: "Servos, obedecei em tudo a vossos senhores temporais, não servindo só quando sob suas vistas, como para agradar aos homens, mas com sinceridade de coração, temendo a Deus"( Col.III 22).
E aos Efésios escreve São Paulo: "Servos, obedecei a vossos senhores temporais com reverência e solicitude, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo." ( Ef. VI, 5).
Você repare que essa linguagem do Apóstolos é bem diversa da linguagem da Teologia da Libertação que prega a revolta, e não a obediência.
Mas São Paulo determinava também que os senhores tratassem bem os seus escravos.
Ele recomenda especialmente que Filemon não maltratasse o seu escravo Onésimo que havia fugido (Cfr Epístola de São Paulo a Filemon, I, 8-19). E jamais os Apóstolos pregaram a revolta dos escravos.
Se a Igreja não pregou em Roma a revolta dos escravos, apesar de ensinar que em Cristo não havia mais senhor ou servo, é porque ela foi obrigada a aceitar a situação anômala existente no Império, e que ela não tinha força de mudar. Mas, logo que a população do Império Romano ficou católica, já não houve mais escravos. Não foi necessária uma lei de libertação dos escravos: triunfante o cristianismo, não existiram mais escravos.
Infelizmente, com o fim da Idade Média e com o advento do Humanismo Renascentista-- que queria voltar à cultura romana e que condenava a cultura cristã medieval -- voltou a escravidão. Foi o Humanismo, foi o Renascimento que trouxe de volta a escravidão. E hoje, os que elogiam o Renascimento querem atribuir à Igreja a escravidão. Foi o contrário o que aconteceu. Com o Renascimento voltaram o paganismo e a escravidão. E a Igreja sempre condenou a escravidão, embora fosse obrigada a aceitar a situação que existia, mas logo que foi possível a Igreja combateu a escravidão até derrubá-la. Aqui no Brasil, foram os conventos e os sacerdotes os primeiros a libertar os escravos e a favorecer a abolição da escravatura
2007-02-11
11:51:55
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Maria Wangler
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Religião e Espiritualidade