Michael Faraday
O exemplo de Michael Faraday (1791-1867) refuta de modo efetivo a opinião de que cientistas são avessos à religião revelada.3 Faraday foi um cientista da vanguarda de sua geração. Ele inventou o motor e o transformador elétricos, descobriu a indução eletromagnética, chamou atenção ao campo que envolve um magneto, propôs as ondas eletromagnéticas, e é agora honrado por ter a unidade de capacitância levando seu nome -- o farad. Era também um cristão devoto. Segundo declaração feita à Condessa da Lovelace, ele pertencia a uma seita muito pequena e desprezada de cristãos conhecidos, se é que eram conhecidos, como "sandemanianos". Pertencer a esta seita era para ele mais importante do que sua carreira científica.
Os sandemanianos aceitavam a Bíblia como base de toda conduta e da organização eclesiástica. Os sandemanianos enfatizavam sobriedade e moderação nos divertimentos mundanos. Admissão ao grupo requeria confissão diante da congregação de fé na graça salvadora de Deus e o compromisso de viver na imitação de Jesus Cristo. Faraday fez tudo isto e servia como ancião na igreja.
Tanto em sua ciência como em sua religião, Faraday receava "confusão" de qualquer espécie e sentia a necessidade de organizar seu ambiente. Era cauteloso na interpretação de fatos experimentais. As "exortações" consistiam de passagens bíblicas bem escolhidas com o mínimo de comentário, do mesmo modo que Faraday em suas monografias científicas limitava-se à descrição de fatos experimentais a um mínimo de interpretação especulativa. Seu cristianismo permeava todos os aspectos de sua vida -- espiritual, social, política e profissional.
Outros exemplos do passado
Muitos outros cientistas eram cristãos devotos. Johannes Kepler (1571-1630), astrônomo e matemático alemão, dizia que a doutrina da Trindade lhe sugeriu o sistema heliocêntrico triplo do Sol, estrelas fixas e o espaço entre eles.4 Blaise Pascal (1623-1662), um brilhante matemático francês a quem nosso computador muito deve, tornou-se um cristão devoto em 1654 e sempre levava consigo uma descrição daquela experiência. Escreveu numerosos pensamentos devocionais em seu Pensées, tais como: "Deus deseja mover a vontade e não a mente. Clareza perfeita ajudaria a mente mas prejudicaria a vontade."5
Robert Boyle (1627-1691), o pai da química moderna, era bem conhecido por sua piedade e seus escrúpulos religiosos. Isto o impedia de prestar o juramento exigido do presidente da Sociedade Real Britânica. Em seu testamento deixou uma doação para uma série anual de palestras para combater o ateísmo.6 Nicolaus Steno (1638-1686), geólogo e anatomista dinamarquês, desenvolveu princípios para descrever rochas sedimentárias que estão ainda em uso em geologia. Mais tarde foi ordenado sacerdote católico, e finalmente morreu de pobreza e jejum.7 O naturalista sueco Carolus Linnaeus (1707-1778), fundador da biologia sistemática moderna e originador da nomenclatura binária, invocou a linguagem de Gênesis 1 em sua definição de espécie.8
Lord Kelvin [William Thomson] (1824-1907) cria que a dissipação de energia útil é uma característica universal descrita no Salmo 102:26: "todos eles envelhecerão como um vestido". Este conceito teológico o ajudou a desenvolver a segunda lei da termodinâmica. Kelvin também cria que vida só procede de vida e que é um mistério e um milagre.9
James Clerk Maxwell (1831-1879) resumiu toda eletricidade, magnetismo e ótica em umas poucas equações que ainda formam a base da teoria eletromagnética. De igual modo, suas crenças religiosas foram concebidas em termos abstratos depois de uma profunda experiência de fé em 1853 que o levou a se desligar da igreja oficial. Maxwell tinha certeza de que a base da religião não jaz em argumentação racional. Ele francamente reconhecia que a ciência nunca devia ser considerada um guia à verdade religiosa: "A mudança de hipóteses científicas é naturalmente muito mais rápida do que a de interpretações bíblicas."10
Louis Pasteur (1822-1895), da França, ajudou a lançar o alicerce da teoria de que germes causam doenças e da vacinação preventiva. Ele é bem conhecido pela técnica de pasteurização que leva seu nome. Seus experimentos ajudaram a refutar a idéia de que vida pudesse vir do não-vivo. Cria que havia dois domínios distintos nos seres humanos: um, ciência, e o outro, sentimento e crença, e "ai daqueles que permitem que um interfira com o outro neste estado imperfeito do conhecimento humano". Pasteur poderia ter-se entregue ao que se chama "o encantamento da ciência," mas ele curvava-se diante de um Poder maior. "O Positivismo", dizia ele, "não leva em consideração a mais importante das noções positivas, a do Infinito."11
Cientistas modernos
Embora nem sempre se saiba, muitos dos cientistas contemporâneos são também crentes. Werner von Braun, alemão, o engenheiro de foguetes, foi diretor do Centro Marshall de Vôo Espacial na década de 60. No prefácio de um livro ele diz: "Acho tão difícil compreender um cientista que não reconhece a presença de uma razão superior atrás da existência do Universo como compreender um teólogo que nega os avanços da ciência. E certamente não há razão científica pela qual Deus não pode reter a mesma relevância em nosso mundo moderno que Ele tinha antes de começarmos a perscrutar sua criação com telescópio, ciclotron e veículos espaciais."12
James Irwin formou a fundação evangélica High Flight um ano depois de ter andado na Lua. Mais tarde liderou uma expedição ao Monte Ararate. Se tivesse podido dialogar com Deus na Lua, ele teria perguntado: "Senhor, é correto virmos visitar este lugar?" Ele pensa que Deus teria respondido: "É correto desde que vocês dêem a Mim a honra".13
Walter Bradley é um pesquisador graduado de engenharia mecânica na Universidade A&M do Texas, que tem recebido vários milhões de dólares do governo para pesquisas. Durante os últimos oito anos ele tem feito inúmeras palestras sobre a existência de Deus nas principais universidades norte-americanas.14
Henry Schaefer, químico na Universidade da Geórgia, já foi nomeado cinco vezes para o prêmio Nobel e foi mencionado recentemente como o terceiro químico mais citado no mundo. A revista U.S. News & World Report (23-12-1991) cita-o dizendo: "O significado e a alegria em minha ciência vêm naqueles raros momentos em que descubro algo de novo e digo a mim mesmo: 'Pois é assim que Deus o fez.' Meu alvo é compreender um pequeno ângulo do plano de Deus."
Num livro recente, 60 cientistas de renome, incluindo 24 que receberam o prêmio Nobel, responderam a perguntas sobre ciência e Deus. Um deles é Arthur Schawlow, professor de física na Universidade de Stanford, e detentor do prêmio Nobel em 1981. Ele diz: "Parece-me que quando confrontado com as maravilhas da vida e do Universo, a gente precisa perguntar por que e não apenas como. As únicas respostas possíveis são religiosas.... Acho necessidade de Deus no Universo e em minha própria vida."15
Há muito tempo o salmista registrou esta jóia de inspiração: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos" (Salmo 19:1). A natureza nos convida a reconhecer seu Criador e a sondar seus mistérios. Dentro do contexto deste convite, não precisa haver conflito entre o cristianismo bíblico e a ciência, entre a fé e a razão. Um cientista pode, com efeito, ser um cristão.
2007-01-09
22:28:59
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perguntado por
Anonymous
em
Religião e Espiritualidade