A maconha é legalizada em quatro estados norte-americanos e em países como a Holanda. Na Califórnia, para fumá-la, basta uma receita médica comprovando que o portador precisa da maconha por motivos de saúde. O "maconheiro" compra a erva da própria polícia, que instalou pontos de venda que colocam à disposição até dez tipos diferentes do produto, do mais fraco ao mais forte.
Agora, veja esta notícia: Contra todas as previsões, e escapando das proibições, o cultivo de maconha nos Estados Unidos tem crescido de maneira destacada nos últimos 20 anos para se transformar no mais rentável do país, com uma produção anual de US$ 35,8 bilhões. É o que diz um estudo elaborado por Jon Gettman, líder da Coalizão para a Requalificação do "Cannabis". O relatório revela que a maconha é a colheita que mais dinheiro gera no país, acima da soma da receita do milho e do trigo. A associação se dedica a tentar tirar da clandestinidade a maconha. O objetivo para 2007 é reabrir o debate sobre a legalização do uso médico da droga no Congresso dos EUA. Os dados da associação afirmam que a maconha é o cultivo mais rentável em 12 estados do país, uma das três colheitas que geram mais renda em 30 e um dos cinco primeiros em 39. A Califórnia lidera a produção, com 3.800 toneladas (quase 40% do total do país). O estado abriga 13% dos consumidores freqüentes de todo o país. A colheita californiana supera em valor a soma da de uvas, verduras e feno. O cultivo no Alabama supera o de algodão. Na Geórgia, movimenta mais dinheiro que o de amendoins. Na Carolina do Sul e Carolina do Norte, é maior que o do fumo. O estudo é baseado em números oficiais do Governo americano obtidos em relatórios de diversas agências federais. Agora, Gettman e sua associação pretendem reavivar um assunto abandonado desde 2002, época da última tentativa frustrada de legalização da maconha com fins médicos. O Tribunal Federal de Apelação do distrito de Columbia deu a razão ao Departamento Americano Antidroga (DEA) e rejeitou a solicitação da coalizão para que a maconha saísse da lista de substâncias controladas para seu uso terapêutico. No entanto, Gettman alega que a produção de maconha cresceu 10 vezes nos últimos 25 anos, alcançando uma produção de 10 mil toneladas anuais. O crescimento se choca com os esforços do Governo por acabar com o cultivo. Em 2005, as forças policiais americanas só conseguiram confiscar 282 toneladas, menos de 3% do total.
"Após o fracasso dos planos de erradicação intensiva, chegou o momento de considerar seriamente a legalização da maconha nos EUA", diz o documento, acrescentando que "a maconha se tornou uma parte onipresente da economia nacional". O relatório sugere que a legalização do uso terapêutico deixaria nos cofres do estado uma elevada soma de impostos. O dinheiro serviria, além disso, para compensar o custo social e sanitário de seu uso para outros fins. A coalizão pede que o Governo considere o fato de que a ilegalidade da droga, a mais usada pelos americanos segundo a DEA, leva grandes quantidades de dinheiro para quadrilhas criminosas. Na opinião de Gettman, o valor da "erva" aumenta pelo fato de sua ilegalidade dificultar a produção e distribuição. O estudo avalia em US$ 3.500 o valor de um quilo de maconha. Segundo os documentos policiais, o preço na rua varia entre US$ 4.500 e US$ 9 mil. Apesar das dificuldades, Gettman e sua associação não perdem a esperança em 2007. Eles já trabalham para reabrir o debate nas instituições do país. (Agência EFE)
2007-01-03
07:37:07
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zeca do trombone
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Lei e Ética