Igrejas à beira da falência espiritual
Incrível como as igrejas evangélicas atuais não são mais como outrora. Uma aneroxia espiritual parece ter tomado conta de toda a sua extensão orgânica. Do clero aos laicatos, uma queda radical na qualidade e produção dos atos eclesiásticos tem ocorrido. Algumas denominações esqueleticamente cambaleiam, outras já morreram, assim penso.
Nunca ouvi tantas mensagens destemperadas do sal de Deus como ultimamente. Chega a ser insuportável parar por 40 minutos para ouvir alguns pastores pregar. Agonizantes e infindáveis minutos de sermão. Desesperadores para grande parte dos cristãos da igreja local também.
As mensagens estão sendo dissecadas da essência de Deus. Não há espiritualidade e muito menos preocupação com as almas dos seres humanos ainda vivos. Fala-se em tudo nos sermões: reformas, ampliações, aquisição de móveis e imóveis, dízimos, ofertas para isso e para aquilo, viagem pastoral, congressos de músicas cretinas com cantores e músicos cretinos, visitas de pregadores “renomados” no mundo do embuste, avivamentos de mentirinhas, etc. De maneira que quem menos tem aparecido nas falas da liderança é o Senhor Jesus Cristo. E a salvação que vem de Cristo crucificado, morto, sepultado e ressurreto? Há!!! Isso é assunto de antigamente!
Visitei nos últimos dois anos algo em torno de 20 denominações evangélicas. Nalgumas preguei a Palavra de Deus. Noutras fui apenas para participar de evento “festivo”. O positivo de todas as visitas que fiz acompanhado de minha esposa Caroline, foi ver o nível de “espiritualidade” dos líderes e dos irmãos em geral no momento dos cultos: uma situação desabando para a mediocridade.
Observamos muitas coisas menos o pão de Deus caindo sobre as famintas pessoas presentes às reuniões espirituais. Em pelo menos oito dessas denominações visitadas, os líderes nos convidaram para fazer parte de suas organizações. Numa enorme falta de ética.
Detectamos dois pontos bem parecidos nas igrejas em que estivemos: todas estavam empenhadas em aumentar numericamente a quantidade de membros, por isso se expondo a qualquer sacrifício para atrair novas adesões; e apelavam com toda força para o crescimento de suas receitas financeiras. Um dos pastores estava oferecendo em sua pregação, peixinhos feitos de cartolina a preço de R$ 10, dizendo que tê-los em casa atrairia sorte. Dizia: “Em sua casa nunca mais faltará riqueza de alimentos e outros bens”!
Fico pensando como era a igreja de Jesus há 25 anos atrás quando cri de todo coração no Senhor. Como os cultos eram gostosos! Como a palavra pregada nos doutrinava, exortava e ou acalentava nosso coração atribulado pelas lutas do dia a dia cristão!
A coisa mudou. Uma inversão parece ter tomado lugar em nossas igrejas. Os cultos não contam mais com a presença de Deus. As mensagens são insossas. Os crentes não glorificam mais o nome do Senhor nem mesmo com suas atitudes. Não se ouve mais palavra de sabedoria, ninguém chora por sentir o gostoso afago de Deus no coração, não se ver mais a gratidão, o arrependimento, almas se rendendo aos pés de Jesus e confessando-o como Salvador!
Vemos pastores e pregadores arrogantes, sabedores de tudo, egoístas, prepotentes, ditadores, querendo parecer mais importantes que Jesus. Preocupados mais com os seus vencimentos mensais e mordomias materiais que com a preparação da noiva do Cordeiro para o dia do grande encontro! As igrejas estão abarrotadas de crentes enganados e aprisionados por mensagens fúteis, sem alma, vida... Grande parte com medo de perder a salvação se não obedecer cegamente os dogmas, rituais e todo tipo de patifaria pregado pelos biltres que se fingem de homens de Deus.
Até quando teremos que suportar tamanha apatia na igreja do Senhor? Por quanto tempo ainda suportaremos a tamanha ausência do Senhor em nossas reuniões espirituais? Que o Senhor se compadeça da gente verdadeiramente convertida nesses últimos dias senão moremos todos de desgosto, tédio e solidão.
2006-12-05
06:40:52
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perguntado por
Anonymous
em
Religião e Espiritualidade