O processo de destruição de um povo começa com a morte da Literatura, da Filosofia e de qualquer outra forma de expressão artística. O homem que não lê, é apenas um código de barra, um CPF, o número de uma estatística qualquer. Ele não pensa, não cria, não vive. O que um indivíduo poderia absorver de útil na leitura de uma revista de amenidades, na audição de uma música vulgar ou numa sessão de cinema da pior qualidade? O que interessaria para mim ou para você, que a fulaninha de tal tenha feito plástica no bumbum, ou que o galã das oito tenha sido apanhado com a mochila cheia de maconha? Em que poderíamos enriquecer o nosso espírito ante a notícia de que o milionário fulano de tal comprou só para si uma ilha em Angra ou no Pacífico? Ou que o Zé das tantas, junto com a maria perna grossa gravou um CD de músicas esdrúxulas que já vendeu mais de um milhão de cópias? Alguém aqui já leu Dostoievski ou Kafka? Já leu Clarice Lispector ou João Cabral de Melo Neto? Leu Augusto dos Anjos?
2006-11-13
03:50:27
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Literatura
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Política