A mais nova linha de investigação da PF sobre o dossiê
contra políticos tucanos é a hipótese de que pelo
menos parte dos reais que seriam utilizados para
comprar os papéis (R$ 1,1 milhão) fosse composta por
notas destinadas à incineração.
A hipótese surgiu de um laudo pericial incluído há uma
semana no inquérito. Ao analisar as notas de reais, os
peritos identificaram resquícios de carimbos de
instituições bancárias (Banco do Brasil, Bradesco e
outros), além de rubricas e sinais manuscritos com
caneta em algumas cédulas periciadas.
A PF investiga se as inscrições são um indicativo de
que ao menos parte do dinheiro estaria em vias de ser
retirado de circulação e enviado para incineração.
Seria, no entendimento de policiais, uma operação
típica de quem conhece o funcionamento do sistema
bancário.
Entre os investigados há pelo menos dois personagens
com esse perfil: Expedito Veloso, servidor de carreira
do Banco do Brasil, e Jorge Lorenzetti, que até
ingressar no comitê de reeleição do presidente Lula
integrava a diretoria do Besc (Banco do Estado de
Santa Catarina). Eles negam envolvimento na captação
de dinheiro para a compra do dossiê.
Segundo os investigadores, as notas que seriam
destinadas à incineração seriam praticamente
impossíveis de serem rastreadas, pois estariam fora do
sistema financeiro. É possível que os sinais
estivessem na primeira das notas de alguns dos montes
nos quais o dinheiro foi dividido para ser levado por
emissários petistas.
Quando o dinheiro foi apreendido pela PF, no dia 15 de
setembro, os montes foram desmontados para permitir a
contagem. Se a tese se confirmar, é provável que, na
hora da contagem, as cédulas marcadas tenham se
misturado às demais, dificultando a identificação dos
montes que eventualmente iriam para incineração
daqueles com outras origens, como os das bancas de
jogo do bicho na Baixada Fluminense.
Além dos reais, foram apreendidos US$ 248,8 mil.
Segundo a PF, as operações ocorreram na casa de câmbio
Vicatur, em Nova Iguaçu. Em dias próximos à negociação
do dossiê, a Vicatur vendeu US$ 249,7 mil, usando
nomes de laranjas para encobrir os compradores.
2006-11-11
05:17:20
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perguntado por
Eliana
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em
Governo