Alckmin barra CPI da Nossa Caixa na Assembléia
À tarde, a oposição denunciou uma operação abafa na Casa para impedir a criação da CPI
Ana Paula Scinocca, Rodrigo Pereira e Bruno Winckler
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SÃO PAULO - Um dia depois de ter aceitado o pedido de demissão de seu assessor especial de Comunicação, Roger Ferreira, por suspeita de envolvimento em irregularidades na Nossa Caixa, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência, afirmou não ver problema na abertura de uma CPI na Assembléia Legislativa para apurar o caso.
"Nenhum problema que a Assembléia investigue, chame as pessoas, abra CPI. O governo é absolutamente transparente", assegurou.
Apesar do discurso do governador, feito pela manhã, o comportamento da base de sustentação de Alckmin na Assembléia foi outro. À tarde, a oposição denunciou uma operação abafa na Casa para impedir a criação da CPI da Nossa Caixa.
Durante reunião de líderes, os parlamentares da base de apoio do governo rejeitaram o pedido de abertura da CPI feito pelo líder do PT, Enio Tatto, e a convocação de quatro pessoas suspeitas de envolvimentos nas fraudes do banco, entre elas Roger Ferreira.
Dos 14 líderes que participaram do encontro de terça, 10 votaram contra a abertura da CPI, 3 estiveram ausentes (PRN, PCdoB e PSC) e apenas Tatto, do PT, votou pela abertura da comissão.
Além de conseguir barrar a CPI, a base de sustentação de Alckmin também conseguiu a seu favor aprovar que a Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia pedisse apenas os dados da Nossa Caixa já presentes na apuração realizada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). "Essa foi mais uma CPI das 69 que não deixam instalar pela blindagem em torno do Geraldo Alckmin", protestou o líder petista, que reclamou ainda da atitude do PSDB e do PFL, que rechaçaram até a convocação dos quatro envolvidos na Comissão de Orçamento e Finanças, que é permanente. "É uma blindagem completa orientada pelo Executivo, que prega - mas não cumpre - a lavagem ética."
2006-10-17
05:37:04
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Anonymous