Para Lembo, o problema de violência no Estado só será resolvido quando a “minoria branca” mudar sua mentalidade. "Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa", afirmou. Ele criticou a hipocrisia da elite em declarações à imprensa: “Não há nada mais dramático do que as entrevistas da Folha [com socialites, artistas, empresários e celebridades] desta quarta-feira. Na sua linda casa, dizem que vão sair às ruas fazendo protesto. Vai fazer protesto nada! Vai é para o melhor restaurante cinco estrelas junto com outras figuras da política brasileira fazer o bom jantar”.
“O que eu vi foram dondocas de São Paulo dizendo coisinhas lindas. Não podiam dizer tanta tolice. Todos são bonzinhos publicamente. E depois exploram a sociedade, seus serviçais, exploram todos os serviços públicos. Querem estar sempre nos palácios dos governos porque querem ter benesses do governo. Nossa burguesia devia é ficar quietinha e pensar muito no que ela fez para este país”, afirmou o governador excluindo-se.
“A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações”, disse concordando com as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, para quem se tivesse havido investimento em educação nas últimas décadas, essa crise não teria ocorrido.
Mas quando responde sobre as acusações de abusos nas ações dos policiais, Lembo reconstitui o discurso da sua classe. E admite que no auge da crise, foi abandonado. E que as autoridades paulistas iludiram as pessoas ao afirmar que o PCC estava desmantelado.
2006-10-25
16:45:24
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pintofraco
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