Artigo de Rui G. Moura, engenheiro com Mestrado em Climatologia em 25/07/2006
http://www.aguaonline.co.pt/arquivo/opiniao/panicoclimatico.htm
Alguns trechos escolhidos
Quando se fala do hipotético aquecimento global pretende-se seguramente meter medo. Até seria desejável que a Terra aquecesse. Com efeito, isso nos traria imensas economias tanto de energia para climatização, como do petróleo bruto e dos seus derivados. Por outro lado, seriam ganhas largas extensões de terra cultivável em direcção às regiões subpolares. Foi o caso entre os anos 1930 e 1960 (período do Óptimo Climático Contemporâneo). Nessa altura, as explorações agrícolas do norte do Canadá e da Escandinávia deslocaram-se mais para Norte. Nos anos 1970, com o regresso do frio, voltaram a retroceder para Sul. O mesmo aconteceu na África subsariana onde os criadores de gado se deslocaram primeiro para Norte e depois regressaram ao Sul quando a seca estalou nos anos 1970. Durante o período quente, as chuvas tropicais eram mais abundantes. Isso quer dizer, paradoxalmente, que se o aquecimento fosse efectivo, a seca acabaria no Sahel! Mas infelizmente, não é esse o caso.
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O tema do “global warming” é digno de figurar no livro das “Imposturas intelectuais” de Alan Sokal e Jean Bricmont. O “global warming” e as “climate changes” estão de tal maneira bem embrulhadas que não é fácil desmontar esta impostura científica. Mas de acordo com o filósofo Karl Popper, as teorias científicas têm de ser aprovadas ou reprovadas em testes imediatos e não daqui a cem anos. Ora, a refutação desta embrulhada verifica-se todos os dias, todas as horas, todos os segundos e todos os instantes.
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O Aquecimento global simplesmente, não existe! Quase toda a gente tem fé na curva da temperatura global publicada todos os anos pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) e o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change). Esta curva é apenas uma média das temperaturas medidas em 7000 estações meteorológicas do planeta, tratadas na Universidade de East Anglia, em Londres, sob a direcção de Philipp Jones. O aumento seria de 0,6 ºC desde 1860 até aos nossos dias, ou seja, a diferença de temperaturas que se observa à escala média anual entre quaisquer duas cidades de Portugal. Que extraordinária confusão! Um tal valor, dado com uma precisão de mais ou menos 0,2 ºC num século e meio, é ridículo, porque ela é da ordem de precisão da medida. Esta curva não é validada pelas medidas recentes efectuadas pelos radiómetros dos satélites que, depois de 1978, não indicam qualquer evolução notória, antes pelo contrário. Nem sequer pelas milhões de medidas das radiossondas dos balões.
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Será possível um aumento da temperatura de 2 a 6 ºC daqui até ao ano 2100?
De modo algum. Não há necessidade de modelos climáticos informatizados para fazer uma tal previsão. O químico sueco Svante Arrhénius (1859-1927) “previu” exactamente a mesma coisa em 1903! Ele aplicou uma regra de três entre o teor de concentração de CO2 da sua época e a temperatura correspondente, por um lado, e o teor previsto para o futuro e a temperatura respectiva. É exactamente isso o que fazem os modelos informáticos ao se insistir no efeito de estufa. Um modelo é apenas uma super calculadora que depende inteiramente dos dados que se lhes fornece e dos procedimentos que se lhes impõe para o tratamento dos dados.
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A unanimidade entre os climatologistas não é verdadeira
Insiste-se sobre num pretendido consenso entre os climatologistas quando isso não existe. Além disso, existem vários tipos de “climatologistas”. Veja-se o IPCC, apresentado como a autoridade na matéria. Na realidade, trata-se de um grupo intergovernamental, isto é, a nomeação dos seus membros é política e não responde por critérios científicos. Além disso, a grande maioria dos seus membros não é de climatologistas. Têm conhecimentos científicos limitados sobre o clima. Após o aparecimento da informática, numerosos daqueles que se autoproclamam «climatologistas» são na realidade informáticos-modeladores, que dedicam de longe a preferência pela estatística, sem se preocuparem com os laços físicos reais. Existem contudo climatologistas e meteorologistas, fora do IPCC, que, pelo contrário, se preocupam prioritariamente com a observação dos fenómenos reais e os princípios físicos que os relacionam. Esses discordam do IPCC e estão longe de se convencerem com os resultados dos modelos. Mesmo entre os modeladores, alguns, como o americano Richard Lindzen, permanecem muito cépticos relativamente à hipótese do aquecimento global. O problema do IPCC é que, depois dos anos 80, passou a ser dominado pelos modeladores, vedetas dos meios de comunicação. Os climatologistas realmente preocupados com as análises do tempo reagruparam-se, entretanto, em associações, das quais uma tem o nome sugestivo de “climate sceptics”.
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O mito da fusão das calotes polares
A observação dos satélites mostra mesmo que no decurso do período 1979-1999, que é o de maior suposta elevação de temperatura, a superfície da banquise aumentou globalmente ao redor do continente Antárctico. Na Gronelândia, certas regiões fundem, especialmente à volta da enorme ilha, mas a massa de gelo aumenta no centro da ilha, como acontece com a massa da maior parte dos glaciares escandinavos. O arrefecimento dos pólos atingiu 4 a 5 ºC durante o período 1940-1990, isto é, mais de metade, mas em valor negativo, do valor previsto para 2100! É o desmentido mais flagrante levado às previsões dos modelos. É, portanto, surpreendente que tenha havido a ousadia de se conceber um tal aquecimento sem que haja qualquer razão física que o possa justificar! Será somente para meter medo às pessoas com a pretensa subida dos níveis dos oceanos que poderia resultar de uma subida de temperatura?
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A desinformação global
Prever o tempo foi sempre apaixonante. Ora, prever que nada de alarmante se vai produzir não é muito interessante. No início do sec. XX, as predições alarmistas estavam já na moda.
Entretanto, elas não tiveram sucesso perante a realidade que as desmentia ano após ano. Foi somente a partir de 1985 que o alarmismo reapareceu quando a climatologia foi monopolizada pelos informáticos com os cenários mais catastrofistas. Esquecendo simplesmente a meteorologia, os modeladores fizeram cálculos extremamente simplistas com o apoio de modelos super-sofisticados para impor os seus conceitos. Mas as hipóteses sobre o aquecimento climático nunca foram verificadas pela observação, nem no início nem no fim do sec. XX. A famosa curva do IPCC não é mais do que um artefacto constantemente desmentido pelas medidas e pelas observações dos satélites.
Na realidade, o problema dito do clima é confundido com o da poluição, dois domínios, contudo, distintos que só serão bem tratados, um e outro, quando forem dissociados. Esta confusão serve igualmente de pretexto para impor uma restrição à actividade humana, considerada erradamente como a origem do aquecimento climático. A relação de interesses que se estabeleceu entre certos laboratórios, várias instituições internacionais e certos homens políticos, impôs a noção de aquecimento global. Seguir cegamente os “Sumários para os decisores” elaborados pelo IPCC faz deixar de lado os fenómenos reais, desperdiçar somas colossais para pagar reuniões por definição inúteis, e impede a tomada de medidas de prevenção eficazes contra os verdadeiros acontecimentos climáticos que iremos conhecer. Para que serve preparar a economia de um país para o eventual aquecimento quando todos os seus termómetros assinalarem arrefecimentos?
Finalmente, o aquecimento climático reveste cada vez mais um carácter de manipulação que parece verdadeiramente uma impostura “científica” e cujas primeiras vítimas são os climatologistas que não recebem os financiamentos que se dirigem para a corte de “climatocratas” do IPCC.
2007-12-15
22:23:56
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14 respostas
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perguntado por
Luiz Sabra
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