Polícia Federal pede a prisão de testemunha do caso dossiegate
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da Agência Folha, em Cuiabá
O que seria uma frente promissora da Polícia Federal para confirmar a origem do dinheiro usado por petistas na negociação do dossiê contra tucanos não durou um dia. O superintendente da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz, disse hoje que o depoimento prestado por Luiz Armando Silvestre Ramos, afirmando ter ajudado a entregar R$ 250 mil para o petista Hamilton Lacerda, é falso.
Hoje mesmo, a PF abriu inquérito para apurar as razões que o levaram a fazer tais afirmações e já decidiu pedir sua prisão preventiva. "Podemos concluir que realmente é uma farsa", disse Lorenz.
Ramos será indiciado por falso testemunho, apresentação de documentos falsos, falsidade ideológica e possivelmente por denunciação caluniosa.
Como a Justiça Eleitoral não permite que haja prisões cinco dias antes da eleição ou 48 horas depois, a não ser em caso de flagrante, Ramos só deve ser detido na quarta-feira.
A PF acredita que Ramos pode ter fugido, pois até o início desta noite os policiais não conseguiram localizá-lo.
Identidade falsa
Ramos havia se apresentado à PF ontem como um padeiro chamado Aguinaldo Henrique Delino. No depoimento, na cidade de Varginha (MG), ele atribuiu sua identidade verdadeira (Luiz Armando Silvestre Ramos) a um promotor de eventos fictício, para quem o personagem padeiro (Delino) teria trabalhado há um ano.
Na história que contou aos policiais, o promotor de eventos teria pedido ao padeiro para usar sua conta bancária para receber uma transferência eletrônica de R$ 80 mil no último dia 10 de setembro.
O dinheiro, que teria vindo de uma empresa do interior de São Paulo, teria sido sacado um dia depois no Bradesco. Ramos teria retirado mais R$ 170 mil da conta de sua empresa, a Produções SR Silvestre Ramos Rodeio Show, que está desativada há um ano.
A denúncia feita por Ramos chegou à PF por meio de Rosely Souza Pantaleão, identificada pelos policiais como fundadora e integrante do PSDB em Pouso Alegre (MG).
De acordo com Lorenz, ela procurou a PF para entregar um vídeo no qual Ramos, no papel do personagem Delino, contou ter ido de Pouso Alegre a São Paulo para entregar o dinheiro a Lacerda, perto do hotel Ibis, onde os emissários do PT Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos com R$ 1,75 milhão no dia 15 de setembro.
2006-10-28
01:45:23
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