Lula escolheu um excelente ministro da Justiça, o advogado Márcio Thomaz Bastos, reaparelhou a PF e lhe deu autonomia política para revolver o lixo onde fosse necessário. O resultado, operações inteligentes, bem coordenadas, que desbarataram quadrilhas de sonegadores (com a prisão, pela primeira vez no país, de grandes empresários, como os donos da Daslu e da Schincariol); de fraudadores de concursos públicos, da Saúde, do INSS; de tráfico de drogas (com apreensões recordistas).
Várias lições
Os últimos exemplos dessa atuação primorosa foram a operação com o agente disfarçado que ''cedeu'' o celular grampeado ao traficante Fernandinho Beira-mar e a prisão de agentes da própria PF, investigados por diversos tipos de corrupção. Tudo com muita autonomia (que nasce da vontade política) e aposta na inteligência (que nasce da ação competente). Evidentemente, assimilar esta idéia, para grande parte da nossa sociedade, envolve uma quebra brutal de paradigma, uma vez que se tentou desde sempre associar Lula (e em menor escala, o PT) diretamente à ignorância, pelo baixo grau de instrução. Esta é, aliás, uma confusão típica dos ignorantes: associar baixa escolaridade e falta de títulos acadêmicos a pouca inteligência. A coisa mais fácil, para um ser humano, é criar estereótipos; a mais difícil, destruí-los.
Na crise de São Paulo, de quebra, Lula ofereceu, a todo momento, todo tipo de ajuda a São Paulo, a despeito dos ataques sujos de que foi vítima. Fez o que podia fazer: liberou verbas extras emergenciais, e foi a ajuda da inteligência da PF que permitiu a elucidação e o desmantelamento das maiores ações do PCC. Mais não podia, pois qualquer intervenção direta, dentro da lei, só poderia ser feita a pedido do governador ou em situações de emergência nacional. Lula não fugiu às suas responsabilidades, enfrentou-as com vontade e inteligência, e sempre evitando utilizar a questão de forma politiqueira. Em nenhum momento ouviu-se dele qualquer ataque ao ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas o outro lado não pensou duas vezes antes de chafurdar nas acusações mais vis.
Desse episódio, tiramos
2006-10-26
09:22:13
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opovonobesta
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Eleições