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Dez anos de privatizações não diminuem dívida pública de SP
Ao contrário do discurso padrão do "ajuste fiscal", a dívida do Estado cresceu R$ 34,8 bilhões desde 1996, quando começaram as privatizações. Ao mesmo tempo, investimento na área social caiu a um terço de 1991 a 2004, mostra estudo.
Rafael Sampaio – Carta Maior
SÃO PAULO - Há uma década, em 1996, o governo do Estado de São Paulo iniciava um grande programa de privatizações e concessões nas áreas públicas de transportes, energia elétrica, gás natural, abastecimento, recursos hídricos e saneamento. Tratava-se do Programa Estadual de Desestatização (PED), aprovado pela lei n° 9.361 durante o governo Mário Covas. Com ele, estima-se que o Estado tenha arrecadado mais de R$ 77,5 bilhões para os cofres públicos, em valores reajustados pelo IGP-DI.
Passado esse tempo, o programa de privatizações foi insuficiente para diminuir a dívida pública de São Paulo. O resultado é pior do que esperado: o valor a ser pago para o governo federal aumentou R$ 34,8 bilhões em dez anos.
O economista e professor da Unicamp Wilson Cano classifica de “falso” e “conversa fiada” o discurso do ajuste fiscal das gestões tucanas para explicar as privatizações. Em 1995, a dívida paulista, sempre em valores reajustados, era de R$ 105,2 bilhões. Entre 1997 e 1999, quando a Sabesp, a Comgás, a CPFL, a Eletropaulo foram privatizadas e houve transferência de estatais como a Ceagesp, a Fepasa e o Banespa para o governo federal, a dívida saltou para R$ 140 bilhões.
2006-10-22
05:24:26
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marina sousa s
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