Complacência com o crime é o mais grave
A publicidade televisiva de Alckmin utilizou, na segunda-feira à noite e na terça-feira na hora do almoço, a capa do jornal O Globo de 16 de outubro.
Nesse dia, O Globo publicou uma entrevista do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.
Na capa, a "chamada"? para esta entrevista foi a seguinte manchete: "PT usará facção do crime para abafar dossiê".
Esta manchete tinha o nítido objetivo de passar, ao leitor, a idéia de que o partido estaria usando de instrumentos ilícitos para inibir as ações da coligação PSDB-PFL.
Ao ser indagado pela jornalista Isabel Braga sobre a cobrança ética que vem sendo feita pelo PSDB-PFL em relação à origem do dinheiro destinado a compra do dossiê, Tarso Genro disse: "a complacência com o crime e o fato de uma facção criminosa tomar conta de parte do Estado [de São Paulo] são uma questão ética mais grave que o dinheiro usado para a compra de dossiê".
Ainda, na mesma entrevista, Genro considerou a liberdade de atuação da organização criminosa (PCC) que comanda os presídios paulistas tão mais grave, do ponto de vista ético, que o episódio do dossiê.
Segundo Tarso Genro, "?a principal facção criminosa proliferou e atuou livremente nos últimos 12 anos, de maneira impune, nos governos tucanos. Houve uma absoluta ausência de medidas por parte de Alckmin".
A partir destas declarações, o jornal O Globo construiu a manchete "PT usará facção do crime para abafar dossiê". O Globo tenta sustentar esta manipulação, utilizando de forma maldosa e improcedente uma frase de Tarso Genro: "complacência com crime é uma questão ética mais grave"?. Na realidade, como qualquer leitor pode constatar, a frase do ministro Tarso Genro nega a manchete.
Apesar disso, foi utilizada na propaganda de Alckmin. Ou, quem sabe, a manchete possa ter sido produzida exatamente para ser utilizada na propaganda de Alckmin.
2006-10-19
05:15:47
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GERALDA PAFÚNCIA A
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em
Governo