18 DE OUTUBRO DE 2006 - 00h24
Alckmin promoveu "choque de indigestão" na segurança
Os tucanos parecem achar que falar grosso resolve o problema da criminalidade.
O candidato tucano fala muito em "choque de gestão".
Que "choque de gestão" é esse, que nos últimos meses chegou a semear o caos no sistema de segurança pública em São Paulo?
Não se trata apenas de incompetência. Nem somente de publicidade enganosa.
A verdade é que, também no terreno da segurança pública, Lula e Alckmin expressam projetos diferentes.
O programa de Lula fala que é preciso garantir a segurança de brasileiros e brasileiras, por meio de uma segurança pública cidadã, articulada por um sistema único de segurança pública (ver o programa de Lula no link http://www.lula13.org.br/download/PlanoGoverno.zip).
Já o programa de Alckmin fala em criar um "Ministério da Segurança Pública". E diz que cabe ao governo federal "liderar a luta contra o crime e suas causas".
Esta proposta, além do evidente propósito publicitário, contém um enorme risco: o de causar uma ruptura no Pacto Federativo, com desrespeito aos governos estaduais e uma centralização extrema, no governo federal, do setor da Segurança Pública.
Este risco torna-se ainda maior, se levarmos em conta que os tucanos defendem a adoção do que eles chamam de "repressão implacável".
Os tucanos parecem achar que falar grosso resolve o problema da criminalidade.
Eles defendem modificações no Código de Processo Penal e na Lei de Execuções Penais, no sentido de reproduzir o modelo adotado no Estado de São Paulo, de massivo encarceramento.
As rebeliões nas Febems e nos presídios demonstram que esta política, de encarceramento massivo, não resolve o problema da segurança pública.
Em São Paulo, quase todos os presídios têm problemas por conta da superpopulação.
O total de presos que trabalham caiu de 50,25% para 38,16%, entre 2003 e 2006. O total de presos que estudam caiu de 20,44% para 16,40%, entre 2003 e 2006.
Não existe fiscalização dos condenados em liberdade condicional, nem do trabalho dos condenados em regime aberto ou semi-aberto.
O número de suicídios no sistema também vem aumentando: foram quatro casos em 2003; 35 em 2004; 14 em 2005; e 13 até maio deste ano.
Na prática, a política de encarceramento massivo transformou os presídios em universidades do crime e centros de recrutamento para o Primeiro Comando da Capital.
Trabalho de "burritzia"
2006-10-19
05:55:22
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abutre45
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