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Seg, 04 Set - 09h13
Arraia mata "caçador de crocodilos" na Austrália
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Por Paul Tait
SYDNEY (Reuters) - O extravagante ambientalista
australiano Steve Irwin, que ficou conhecido em todo o
mundo como o "caçador de crocodilos" graças a suas
aparições na TV, morreu na segunda-feira, vítima do
ataque de uma arraia, quando filmava um novo
documentário.
Irwin, de 44 anos, lidava com alguns dos animais mais
perigosos do planeta. Ele morreu devido a um tipo de
ataque muito raro, realizado por uma criatura marinha
que costuma ser tranquila, enquanto mergulhava em um
arrecife perto de Port Douglas, no norte da Austrália.
"Ele ficou em cima de uma arraia e o ferrão da arraia
subiu, entrou no seu peito e fez um buraco no seu
coração", disse um chocado John Stainton, empresário de
Irwin, a jornalistas em Cairns, ao sul de Port Douglas.
Um helicóptero chegou a transportar paramédicos às
pressas para uma ilha nos arredores, aonde Irwin foi
levado, mas eles chegaram tarde demais. "Rapidamente
ficou claro que ele tinha ferimentos aos quais não
sobreviveria", disse o médico Ed O'Loughlin, que o
atendeu, a uma TV local.
"Ele tinha um ferimento penetrante à esquerda do seu
peito, havia perdido o pulso e não estava respirando",
explicou.
Especialistas dizem que só há dois outros registros
conhecidos de mortes por arraias na Austrália. Eles
disseram que o veneno desse tipo de peixe é muito
doloroso, mas não letal, embora o ferrão possa causar
ferimentos horríveis, como os provocados por uma faca ou
uma baioneta.
"[O pior] não é entrando, é saindo," disse o pesquisador
de venenos Bryan Fry à Reuters. "[Os ferrões] têm esses
serrilhados profundos, que rasgam e puxam a pele ao
sair".
"CRIKEY"
Irwin ficou conhecido em todo o mundo pelo bordão
"Crikey" (uma interjeição, equivalente a "Meu Deus")
quando se encontrava com criaturas selvagens em quase 50
documentários divulgados pelo canal a cabo Animal
Planet. Em todo o mundo, sua imagem foi usada para
vender livros, jogos e até bonecos.
Irwin era considerado "um Noé moderno", e sua morte
chocou líderes mundiais, ambientalistas e cidadãos
australianos, que viam nele "um cara muito boa-gente".
"Realmente sinto que a Austrália perdeu um filho
maravilhoso e pitoresco. Ele levou imensa alegria a
milhões de pessoas, especialmente crianças, e é
simplesmente uma perda terrível", disse, comovido, o
primeiro-ministro da Austrália, John Howard.
Nascido em 22 de fevereiro de 1962 em Melbourne, no sul
do país, Irwin se mudou para a região tropical de
Queensland, onde seus parentes tinham um pequeno
zoológico, especializado em répteis.
Ele cresceu junto aos crocodilos, fazendo armadilhas,
retirando-os de áreas habitadas e soltando-os no parque
dos seus pais. Assumiu a atração em 1991 e a rebatizou
de "Australia Zoo".
Ele parecia ter o dom de desafiar a morte diante de
cobras e lagartos. Conheceu a esposa, a norte-americana
Terri, no zoológico, e a gravação da sua lua-de-mel --
dedicada à caça de crocodilos -- serviu de base para o
primeiro documentário da série "Caçador de Crocodilos".
Os programas posteriores atingiram uma audiência global
de 200 milhões de pessoas, o que é dez vezes a população
da Austrália.
O casal tinha dois filhos, Bindi Sue e Robert Clarence.
Irwin provocou polêmica em 2004, ao segurar seu filho,
então com um mês de idade, enquanto alimentava um
crocodilo no seu zôo. Também foi criticado por
supostamente perturbar baleias, focas e pingüins quando
filmava na Antártida.
Irwin se gabava de nunca ter sido mordido por cobras
venenosas nem ter sido abocanhado gravemente por
crocodilos. Admitia que os piores ferimentos que sofreu
foram por causa de papagaios.
"Não sei o que acontece com os papagaios, eles sempre me
mordem," disse Irwin certa vez. "Uma cacatua uma vez
tentou arrancar a ponta do meu nariz. Não sei o que eles
têm contra mim."
2006-09-04
06:06:57
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perguntado por
Anonymous
em
Outros - Animais de Estimação