Diversos países europeus utilizavam ferrovias desde o início do séc. XVI. No entanto, essas ferrovias destinavam-se principalmente ao transporte de carvão e minério de ferro extraídos de minas subterrâneas. As ferrovias de mineração consistiam de dois trilhos de madeira que penetravam ate o interior das minas. Homens ou cavalos empurravam vagões munidos de rodas com frisos ao longo dos trilhos. Os vagões moviam-se com mais facilidade sobre os trilhos do que sobre a terra cheia de sulcos e enlameada, ou sobre o chão das minas.
No início do séc. XVIII, as companhias de exploração de carvão da Inglaterra iniciaram a construção de pequenas estradas de trilhos de maneira para transportar carvão na superfície e no subsolo. Cavalos impulsionavam uma sucessão de vagões sobre os trilhos. Em meados do séc. XVIII os trabalhadores começaram a revestir os trilhos de madeira com tiras de ferro a fim de torná-los mais duráveis. Mais ou menos na mesma época, os ferreiros ingleses deram início à fabricação de trilhos inteiramente de ferro. Os trilhos eram munidos de bordas para conduzir vagões com rodas comuns. No final do séc. XVIII, os ferreiros estavam produzindo trilhos inteiramente de ferro e sem bordas, que conduziam vagões com rodas munidas de bordas.
Nesse período, inventores desenvolviam a máquina a vapor. No início do séc. XIX, o inventor inglês Richard Trevithick construiu a primeira maquina capaz de aproveitar a alta pressão do vapor. Montou-a sobre uma subestrutura de quatro rodas planejada para se deslocar sobre trilhos. Em 1804, Trevithick fez uma experiência com este veículo, puxando um vagão carregado com 9 t de carvão por uma extensão de 15 km de trilhos. Era a primeira locomotiva bem-sucedida do mundo. Logo, outros inventores ingleses seguiram seu exemplo.
Um construtor de locomotivas inglês, George Stephenson, construiu a primeira ferrovia pública do mundo, ligando Stockton a Darlington; foi inaugurada em 1825. Cobria uma distância de 32 km. Tornou-se a primeira ferrovia a conduzir trens de carga em horários regulares. A segunda ferrovia de Stephenson foi entregue ao publico em 1830. Tinha 48 km de extensão e ligava Liverpool a Manchester. Foi a primeira ferrovia a conduzir trens de passageiros em horários regulares.
Foi Stephenson quem pela primeira vez sentiu a necessidade de as ferrovias de um país possuírem uma bitola padrão. A bitola adotada para as ferrovias por ele construídas - 1,435m - correspondia ao comprimento dos eixos de muitos carros puxados por cavalos. Esta bitola foi adotada pela maioria das ferrovias européias, norte-americanas e canadense.
A construção de ferrovia difundiu-se rapidamente da Inglaterra para todo o continente europeu. Por volta de 1870, a espinha dorsal da atual rede ferroviária da Europa já havia sido construída. As linhas principais e auxiliares adicionais foram construídas durante o final do séc. XIX e princípio do séc. XX. Algumas dessas linhas exigiram a construção de túneis através dos Alpes para ligar a França, a Suíça e a Itália. O túnel Simplon, que une a Itália a Suíça, foi concluído em 1906. É um dos maiores túneis ferroviários do mundo, com 20 km de extensão.
As ferrovia abriram as portas do mundo ao comércio e à colonização. Após a construção de ferrovias, em meados do séc. XIX, o Oeste norte-americano, a Argentina e o Brasil experimentaram uma fase de acelerado desenvolvimento. Mais ferrovias cortaram a América do Sul, inclusive na montanhosa região dos Andes. Uma dessas ferrovias, a Central Railway do Peru, começou a ser construída em 1870. Esta ferrovia é a mais alta com bitola padrão do mundo, elevando-se a cinco mil metros acima do nível do mar.
No final do séc. XIX, a Inglaterra, a França e a Alemanha construíram ferrovias em suas colônias africanas e asiáticas. A Inglaterra, por exemplo, promoveu a construção de quase 40.200 km de linhas férreas na Índia no final do séc. XIX. A União Soviética iniciou os trabalhos de construção dos nove mil quilômetros de linhas da Transiberiana em 1891; a ferrovia foi concluída em 1916. A Transiberiana é a linha férrea contínua mais extensa do mundo. A Austrália deu início aos trabalhos de construção de uma ferrovia através das planícies do sul em 1912. A linha, concluída em 1917, estende-se por 1.783 km, ligando Port Pírie, na Austrália do Sul, a Kalgoorlie, na Austrália Ocidental.
Gradativamente, os engenheiros foram aumentando a potência e a velocidade das locomotivas a vapor. No final do séc. XIX, muitos trens já desenvolviam com facilidade 80 a 100 km/h. Os engenheiros, ainda nesse mesmo período, projetavam as locomotivas elétricas. Em 1895, a Baltimore and Ohío Railroad colocou em operação um trem elétrico através de um túnel de 5.600m embaixo da cidade de Baltimore. A Baltimore and Ohio foi portanto a primeira ferrovia a empregar a locomotiva elétrica em serviços ferroviários. Muitas ferrovias européias eletrificaram suas linhas principais a partir do início do séc. XX.
Depois da metade do séc. XIX, as ferrovias introduziram o uso do aço na fabricação de trilhos e vagões. Os trilhos de aço têm duração 20 vezes superior a dos trilhos de ferro, e assim foram, aos poucos, substituindo estes últimos. Os primeiros vagões de carga e de passageiros eram estruturas fracas, basicamente de madeira. Os vagões de passageiros fabricados inteiramente de aço entraram no serviço regular em 1907 e logo substituíram a maioria dos carros de madeira. Os primeiros vagões de carga totalmente de aço entraram em circulação mais cedo, em 1896. No final da década de 1920, eles já haviam substituído quase que totalmente os vagões de madeira.
As primeiras ferrovias apresentavam índices de acidentes muito elevados. Em meados do séc. XIX, porém, importantes inovações melhoraram o grau de segurança das estradas. Em 1869, o inventor norte-americano George Westinghouse patenteou um freio a ar. Com esses freios trens poderiam parar ou diminuir a velocidade muito mais, rapidamente do que com os freios manuais, até então usados. Em 1873, um inventor amador norte-americano Eli Janney, patenteou um dispositivo de engate de vagões automático. Antes da invenção de Janney, a operação de engate era realizada manualmente. Muitos empregados encarregados da operação dos freios e chaves perderam dedos e mãos enquanto engatavam vagões.
A construção de linhas de telégrafos elétricos na metade do séc. XIX tornou possível o sistema de sinalização por zona. Os sistemas manuais tornaram-se comuns antes do final do século. Em 1872, o engenheiro norte-americano WilIiam Robinson patenteou o circuito de linha, usado em sistemas de sinalização automáticos. Os circuitos de linha, porém, só foram amplamente empregados depois de 1900.
Enquanto isso, um número crescente de pessoas viajava de trem. As próprias ferrovias procuravam atrair os passageiros. Em 1867, um inventor e homem de negócios norte-americano, George Pullman, começou a fabricar um vagão-dormitório que inventara no final da década de 1850. Outros vagóes-dormitórios já se encontravam em uso antes do de Pullman entrar em serviço, mas este obteve uma aceitação muito maior que a dos demais. Por volta de 1875, cerca de 700 vagões-dormitórios Pullman circulavam nos Estados Unidos da América e em outros países. As ferrovias também introduziram luxuosos vagões-restaurantes e vagões-salão para atender aos viajantes.
Desculpe ficou grande mais é tudo que sei
2006-11-25 07:28:38
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answer #1
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answered by Tiago 1
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