DENDÃ
O dendezeiro (Elaeais guineensis Jaquim) é uma palmeira originária da costa oriental da Ãfrica (Golfo da Guiné), sendo encontrada em povoamentos subespontâneos desde o Senegal até Angola.
O óleo originário desta palmeira-o azeite de dendê, consumido há mais de 5.000 anos, foi introduzido no continente americano a partir do século XV, coincidindo com o inÃcio do tráfico de escravos entre a Ãfrica e o Brasil.
No contexto atual o azeite de dendê é o segundo óleo mais produzido e consumido no mundo, representado 18,49% do consumo mundial.
A região Sudeste da Bahia possui uma diversidade edafo-climática excepcional para o cultivo do dendezeiro, com uma disponibilidade de área da ordem de 752.625 hectares que, aliada a existência no paÃs de uma demanda insatisfeita da ordem de 500.000 toneladas de óleo de dendê; de importações que se situam entre 100 a 150 mil toneladas, além do aspecto ambiental ecológico possibilitando a recomposição de espaço florestal em processo adiantado de degradação, por “florestas de cultivo”; econômico social, proporcionando aumento da renda regional e criação de novos empregos, além de funcionar como valor de sustentação da própria cacauicultura e finalmente estratégico, buscando através da agricultura integrada, o caminho do desenvolvimento harmonizando os recursos da terra com os valores humanos.
CLIMA
Os fatores climáticos de maior importância para o cultivo do dendezeiro são chuva, horas de brilho solar e temperatura máxima e mÃnima.
Chuva – Uma adequada disponibilidade de água no solo de forma constante é condição extremamente importante para o desenvolvimento e produção. O regime pluvionétrico ideal caracteriza-se por uma precipitação média atual de 1.800 a 2.000 mm, com precipitações mensais superiores 100 mm, assegurando boa distribuição ao longo do ano.
Brilho Solar – Altos nÃveis de irradiação solar são indispensáveis para o crescimento da produção. A insolação necessária para a expressão do potencial produtivo do dendezeiro situa-se em torno de 1.800/horas/ano.
Temperatura – Fator importante de determinação do crescimento e produção, sendo observado que as maiores produções são obtidas em regiões com pequenas variações de temperatura e onde a média anual situa-se entre 25 a 27 graus centÃgrados sem ocorrência de temperaturas mÃnimas de 1 grau centÃgrado.
SOLO
Embora seja cultivado em diferentes tipos de solos, variação nas propriedades fÃsica e quÃmica causa diferenças significativas na produção. Os parâmetros mais importantes são profundidade efetiva maior de 90 cm, textura franca ou mais argilosa, estrutura forte ou moderada, permeabilidade moderada, relevo plano ou suave ondulado, não pedregoso, sem concreções de ferro, alumÃnio ou mandanês e sem camada adensada, consistência muito friável, friável ou firme e regime de unidade úmido.
VARIEDADES
As variedades são classificadas de acordo co m espessura (endocarpo) em:
Dura – Apresenta casca de mais de 2 mm de espessura e fibras na polpa; esta variedade é usada como planta feminina na produção de hÃbridos comerciais.
Psifera – Os frutos dessa variedade não possui casca separando a polpa da amêndoa. Ela é usada como fornecedora de polém na produção de hÃbridos comerciais.
Tenera – Apresenta espessura na casca inferior a 2mm e um anel fibroso ao seu redor, é obtida através do cruzamento entre as variedades Dura e Psifera, sendo recomendada para plantios comerciais.
FORMAÃÃO DE MUDAS
O sucesso de um plantio comercial de dendezeiros depende do material genético utilizado do processo de formação de mudas, que compreende as seguintes etapas:
Pré-viveiro – Tem inÃcio com a repicagem da semente pré-germinada para sacos semelhantes aos utilizados para mudas de cacau, e tem normalmente a duração de 4 meses, obtendo-se no final uma muda com quatro folhas lanceoladas.
Viveiro – Feito céu aberto, localizado preferencialmente próximo a uma fonte abundante de água, a fim de facilitar a irrigação. Os sacos plásticos utilizados no viveiro medem 40x40 cm com 0,002 mm de espessura com capacidade para 20 a 25 kg de solo. O perÃodo de permanência no viveiro varia de 8 a 10 meses e as mudas a serem levadas a campo apresentam uma altura de 80 cm com 8 a 12 folhas funcionais.
Tratos culturais no viveiro – Durante o perÃodo de formação das mudas são importantes ainda os trabalhos culturais: irrigação, adubação, eliminação de ervas daninhas e controle de pragas e doenças.
PLANTIO DEFINIDO
Escolha da área – A área para o plantio de dendê deve ser plana ou suave ondulada, com declividade inferior a 8%, que não apresente dificuldade para o uso de máquinas agrÃcolas.
Preparo da área – Em função das caracterÃsticas da vegetação (mata virgem, mata raleada, área degradada, plantação velha de dendê ou cultivo anual), da disponibilidade de equipamentos e do sistema de exploração, o preparo da área pode ser manual (troca, derruba, queima, abertura de linhas e pontos de plantio), mecanizado (derruba, queima e enleiramento), ou misto.
Plantio leguminosas – Com o objetivo de proteger o solo, controlar ervas daninhas e fixar nitrogênio, recomenda-se uma cobertura verde que se estabeleça rapidamente, tenha pouca altura, não afete o sistema radicular do dendezeiro, ciclo vegetativo curto e baixo custo de implantação, nesse caso a mais recomendável é o kudzú (Pueraria phaseoloides)
ESPAÃAMENTO, COVEAMENTO E PLANTIO
Tradicionalmente o dendezeiro é implantado no espaçamento de 9x9x9m em triângulo eqüilátero, o que implica um espaçamento de 7,8m entre as linhas de 9m entre plantas na linha que deve está orientada no sentido norte-sul para evitar sombreamento entre plantas, desta forma é impossÃvel colocar 143 plantas por hectare.
Abertura de covas – Deve ser feita manual ou mecanicamente, nas dimensões de 40x40cm, separando-se a camada superficial de solo rica, para colocar no fundo quando do enchimento da cova.
Plantio de mudas – Deve ser feito em perÃodo chuvoso. O coleto (região entre a parte aérea e as raÃzes) deve ficar no nÃvel do solo; após o plantio é importante comprimir a terra em volta da planta.
TRATOS CULTURAIS NO CAMPO
Coroamento – Consiste em eliminar as plantas daninhas que crescem em volta do dendezeiro, mantendo limpa a área ao seu redor, evitando competição e proporcionado condições favoráveis ao desenvolvimento.
Roçagem – Nos primeiros anos, é necessário eliminar, periodicamente, a vegetação existente nas entrelinhas, visando facilitar o estabelecimento da leguminosa.
Adubação – A obtenção de altos rendimentos só é possÃvel com a utilização racional de fertilizantes, já que o dendezeiro requer cerca de 192,5 kg de nitrogênio, 26 kg de fósforo, 251,de potássio, 6131 kg de magnésio e 99,3 de cálcio por há/ano para o crescimento e produção de 25 toneladas de cachos por hectare/ano. Os métodos usados como guias para recomendação de adubação baseiam-se em: análise do solo- da uma idéia da disponibilidade de nutrientes no solo; análise foliar -indica o estado nutricional da planta naquele momento estabelece nÃveis crÃticos para cada nutriente, experimentos de adubação-através dos quais é possÃvel determinar as necessidades exatas por um determinado tipo de solo e sob certas condições ambientais.
Controle de pragas – A principal praga do dendezeiro de importância econômica na Bahia é o Rhynchophorus palmarum, cujas larvas alimentam-se dos tecidos do estipe, fazendo galerias que podem provocar uma podridão interna; quando atinge o meristema provoca a morte da planta. O Rhynchophorus palmarum é o principal vetor do nematóide causador da doença “anel vermelho”. O controle desta praga é feito com iscas armadilhas (pedaços de estipo do dendezeiro ou toletes de cana-de-açúcar) envenenadas com Furadan 350 SL.
Outras pragas ocorrem de forma esporádica como a broca das raÃzes causadapela Saglasse valida e lagartas desfoliadoras como Sibine fusca e Brassolis sophoraea.
Controle de Doenças – O anel vermelho, causado pelo nematóide Rhadinathelencus cocophilus, é a única doença de importância econômica para o dendezeiro, no Estado da Bahia; um inseto transmissor do nematóide é o Rhynchophorus palmarum, que conduz o nematóide no intestino, traquéia e nas cavidades do corpo.. As medidas de controle do inseto são a única forma de se evitar a incidência da doença. O dendezeiro é suscetÃvel ao ataque de outras doenças de importância econômica, especialmente na região amazônica, onde ocorrem: fusariose, causada pelo fungo Fusarium oxysporun,machitez, causada pelo prontozoário Phyteomanas sp o amadurecimento fatal cujo agente causal é desconhecido.
Colheita – A colheita é um trabalho muito importante, porque é nesta etapa que se obtém os resultados de todos os esforços e investimentos com o cultivo.. Na execução do trabalho de colheita, duas etapas importantes devem ser observadas: grau de maturação dos frutos - este fator está diretamente relacionado com o conteúdo de óleo na polpa com a qualidade do óleo obtido. O critério mais simples para se identificar o estágio ideal de maturação dos cachos são os frutos soltos que normalmente se encontram no pé da planta quando o cacho está maduro, recomenda-se que esse número não seja superior a 10 frutos, freqüência de colheita-a maturação dos cachos ocorre ao longo de todo o ano, por isso é necessário que os intervalos da colheita sejam curtos, de forma que um cacho que deixou de ser colhido em um ciclo não esteja excessivamente maduro no seguinte comprometimento a qualidade do óleo obtido.
PRODUÃÃO
Um plantio corretamente conduzido inicia a produção ao final do terceiro ano após o plantio, com uma produção entre 6 a 8 toneladas de cacho por hectare, atingindo o pique máximo de produção no oitavo ano, podendo atingir 25 toneladas de cacho por hectare, produção que permanece nesse nÃvel até o 17º ano, declinando ligeiramente até o final de sua vida útil produtiva, que ocorre por volta dos 25 anos. Dos frutos do dendezeiro, podem ser extraÃdos dois tipos de óleo: óleo de polpa, conhecido no Brasil como azeite de dendê, e óleo de palmito. O rendimento em óleo representa 22% do peso dos cachos para o óleo de polpa e 3% para o óleo de palmiste.
BENEFICIAMENTO
O beneficiamento da produção deve ser iniciado imediatamente após a colheita, e consta das seguintes etapas: esterilização – tem como finalidade inativar enzimas que provocam acidez e facilitar o desprendimento dos frutos dos cachos: debulha - cuja finalidade é separar os frutos do cacho; digestão-quebra a estrutura das células da polpa, facilitando a liberação do óleo e prensagem - a massa saÃda do digestor é submetida à prensagem, separando óleo e uma mistura de fibras e sementes que, em seguida, passa pelo desfibrador, que por ventilação, separa as fibras das sementes. As fibras são utilizadas como combustÃveis nas caldeiras; as sementes são transportadas para os secadores. Após a secagem são encaminhadas para os quebradores e, em seguida, são separadas as cascas e amêndoas que, após triturados, por prensagem ainda se extrai o óleo de palmiste; o resÃduo restante representa a torta que contém 14% a 18% de proteÃna e pode ser utilizada para componente de ração animal
COMPOSIÃÃO E USO
O azeite de dendê contém proporções iguais de ácidos graxos saturados (palmÃtico 44% e esteárico 4%) e são saturados (oléico 405 e linoléico 105). à um forte natural de vitamina E, tecoferois e tecotrienois, que atuam como antioxidantes. à rico também em betacorateno, fonte importante de vitamina A.
à o óleo mais apropriado para fabricação de margarina pela sua consistência e por não rancificar, excelente como óleo de cozinha e frituras, sendo também utilizado na produção de manteiga vegetal (shortening), apropriada para fabricação de pães, bolos, tortas, biscoitos finos, cremes etc. O maior uso do óleo de dendê é como matéria prima na fabricação de sabões, sabonetes, sabão em pó, detergentes e amaciantes de roupas biodegradáveis, podendo ainda ser utilizado como combustÃvel em motores diesel.
beijinhos
2006-10-31 09:14:59
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answer #3
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answered by Leyloca 6
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O beneficiamento da produção deve ser iniciado imediatamente após a colheita, e consta das seguintes etapas: esterilização – tem como finalidade inativar enzimas que provocam acidez e facilitar o desprendimento dos frutos dos cachos: debulha - cuja finalidade é separar os frutos do cacho; digestão-quebra a estrutura das células da polpa, facilitando a liberação do óleo e prensagem - a massa saÃda do digestor é submetida à prensagem, separando óleo e uma mistura de fibras e sementes que, em seguida, passa pelo desfibrador, que por ventilação, separa as fibras das sementes. As fibras são utilizadas como combustÃveis nas caldeiras; as sementes são transportadas para os secadores. Após a secagem são encaminhadas para os quebradores e, em seguida, são separadas as cascas e amêndoas que, após triturados, por prensagem ainda se extrai o óleo de palmiste; o resÃduo restante representa a torta que contém 14% a 18% de proteÃna e pode ser utilizada para componente de ração animal
COMPOSIÃÃO E USO
O azeite de dendê contém proporções iguais de ácidos graxos saturados (palmÃtico 44% e esteárico 4%) e são saturados (oléico 405 e linoléico 105). à um forte natural de vitamina E, tecoferois e tecotrienois, que atuam como antioxidantes. à rico também em betacorateno, fonte importante de vitamina A.
à o óleo mais apropriado para fabricação de margarina pela sua consistência e por não rancificar, excelente como óleo de cozinha e frituras, sendo também utilizado na produção de manteiga vegetal (shortening), apropriada para fabricação de pães, bolos, tortas, biscoitos finos, cremes etc. O maior uso do óleo de dendê é como matéria prima na fabricação de sabões, sabonetes, sabão em pó, detergentes e amaciantes de roupas biodegradáveis, podendo ainda ser utilizado como combustÃvel em motores diesel.
2006-10-30 21:24:19
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answer #5
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answered by Anonymous
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