Gracinha que deve ser muito novinha, troxe uma novidade pra vc.
Sei que vc não deve gostar de ler, pois, parece mal informada, mas aí vai:
Deputados de aluguel (21/05/1997)
O escândalo da compra de votos para aprovar a reeleição une a base do governo no Congresso e FHC completa a reforma ministerial entregando duas pastas ao PMDB
ANDREI MEIRELES E MINO PEDROSA
Na manhã da quarta-feira 14, a direção do PFL expulsou do partido os deputados acreanos Ronivon Santiago e João Maia. Foi uma decisão sumaríssima. "Alguém aqui tem dúvida de que a gravação divulgada pela Folha de S.Paulo é autêntica?", indagou o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). Ninguém se manifestou, num silêncio coletivo de condenação aos dois parlamentares, que sem saber tiveram várias conversas gravadas. Nessas conversas, reproduzidas pelo jornal paulista, os deputados revelam ter votado pela reeleição em troca de R$ 200 mil, num negócio promovido pelos governadores do Acre e do Amazonas, Orleir Cameli (sem partido) e Amazonino Mendes (PFL). A reação do governo ao novo escândalo foi imediata. Uma semana depois de ser considerado pelo Palácio do Planalto como uma carta fora do baralho, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS) foi nomeado na última sexta-feira ministro dos Transportes. No mesmo dia, um dos principais líderes do movimento no PMDB contra a aprovação na Câmara dos Deputados da emenda da reeleição, o senador goiano Íris Rezende, foi agraciado com o Ministério da Justiça. "Foi uma jogada de mestre", aplaudiu o líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE). "Nesse momento de baixa do governo, é fundamental ter o PMDB unido no apoio ao presidente", justificou. Ele tinha outro bom motivo para comemorar. Mesmo sendo do PFL os únicos dois deputados que confessaram ter vendido os votos, foram os tucanos que ficaram constrangidos. "Eles perderam o discurso da ética", diagnosticou o deputado petista José Genoíno (SP).
Apregoada como uma demonstração de agilidade do partido, a rapidez da expulsão dos deputados foi mais do que isso. Na verdade, o PFL reconheceu serem verdadeiras as falcatruas. Horas antes da proposta ser aprovada por 336 deputados, Amazonino concluía num chalé da Academia de Tênis de Brasília uma pragmática negociação com parlamentares do Norte do País. De acordo com a reportagem da Folha, o governador do Amazonas estaria resgatando naqueles dias um lote de cheques pré-datados distribuídos a deputados por ordem de Cameli. A ação teria sido providencial. Políticos ligados ao ex-prefeito paulistano Paulo Maluf estavam dispostos a pagar bem em troca de uma prova de corrupção capaz de desmoralizar o processo de votação. "Estivemos muito próximos de conseguir um desses cheques, mas eles foram mais rápidos", conta o deputado Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP), fiel pupilo malufista.
Três meses depois de perderem a batalha, os malufistas tiveram motivos para comemorar a revanche na última semana. Antigo aliado que se transformou em ferrenho adversário de Cameli, o ex-deputado Narciso Mendes é o principal suspeito de dez entre dez parlamentares de ter gravado as inconfidências dos dois deputados. "Todas as evidências apontam em sua direção", afirmou na quinta-feira 15 o presidente da Comissão de Sindicância da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), após ouvir o depoimento dos cinco deputados acreanos acusados de vender seus votos. Nas conversas, Maia e Santiago afirmam que, além deles, teriam recebido dinheiro os deputados Zila Bezerra (PFL), Chicão Brígido (PMDB) e Osmir Lima (PFL). Mendes é ligado ao ex-prefeito Paulo Maluf e parece ter bom motivos para revelar a negociata envolvendo seus conterrâneos e o governo federal. O ex-deputado reclama de uma multa de R$ 18 milhões aplicada em suas empresas após uma devassa da Receita Federal. "A ação dos fiscais foi claramente um processo de perseguição", acusa a deputada Célia Mendes (PFL-AC), mulher de Narciso. Ela bem que tentou um acordo. Desde a votação da reforma da Previdência em março de 1996, Célia sempre condicionou seu apoio às propostas governistas a um alívio do Fisco sobre os negócios de seu marido. Como não foi bem-sucedida, acabou votando com a oposição. A revolta de Narciso Mendes também se deve ao fato de ter sido excluído de um esquema de empreiteiras comandado por Orleir Cameli. Desde que assumiu, o governador do Acre passou a controlar todas as obras feitas no Estado e, segundo pelo menos seis processos abertos pela Procuradoria Geral da República, teria participação em todas as verbas liberadas pelo governo federal.
Na comissão de sindicância, todos negaram, mas a oposição tem um levantamento que mostra que, em janeiro, a conta de Ronivon na agência do banco do Brasil na Câmara recebeu um depósito de R$ 40 mil. No mesmo mês, João Maia teria feito depósitos em dinheiro que totalizaram R$ 19,5 mil. Em conversa com ISTOÉ, o deputado Osmir Lima deu detalhes sobre como Cameli usa a bancada no Congresso para negociar verbas para o Estado. "Nós costumamos dizer que somos contra as propostas do governo federal e autorizamos o governador a barganhar nossos votos", disse Lima. "Depois que ele consegue as verbas, declaramos apoio aos projetos do governo e fica parecendo que foi o governador que conseguiu nos convencer", explica o deputado. Lima nega ter recebido dinheiro em troca do voto na emenda da reeleição, mas afirma que espera ser recompensado no futuro: "No ano que vem, o Cameli vai financiar minha campanha para deputado." A suspeita da Procuradoria Geral da República é de que o dinheiro proveniente dessas obras seja desviado para as campanhas eleitorais e para própria compra de votos no Congresso. Segundo o deputado, essa estratégia é antiga e teria sido usada, por exemplo, na votação da emenda que garantiu cinco anos de mandato para o ex-presidente José Sarney. Na época, conseguiram dinheiro para construir o trecho da BR-364, que liga Rio Branco (AC) a Porto Velho (RO).
Nos processos contra Cameli consta que o governador sempre utiliza uma empresa "laranja" para vencer licitações dirigidas de obras superfaturadas. Como essas empresas não têm maquinário, repassam a obra informalmente para as empresas do governador ou de sua família. No primeiro semestre do ano passado, a Polícia Federal flagrou máquinas da empreiteira do governador, a Marmud Cameli, com os logotipos encobertos com adesivos da empresa Etesco, vencedora da licitação. Na mesma época, o governador foi fotografado junto a um avião pertencente à empresa Emsa, uma das empreiteiras que participam do esquema.
A divulgação das conversas de Ronivon e João Maia assustou a cúpula do Congresso. Na terça-feira 13, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), criou uma comissão de deputados encarregados de apurar as denúncias em sete dias. Na sexta-feira 17, a tendência da comissão era pedir a cassação pelo menos dos dois deputados que tiveram as conversas gravadas. Com isso, os governistas esperam dar uma resposta à opinião pública e tentam impedir que seja criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Nos depoimentos da semana passada, os cinco deputados envolvidos disseram que só têm condição de dizer se realmente participaram do diálogo depois de ouvirem as fitas. O autor das reportagens, o jornalista Fernando Rodrigues, encaminhou à Universidade de Campinas uma fita com os trechos publicados e sem a voz do "senhor X". "Em hipótese alguma revelo a identidade dele", afirma Rodrigues.
PS: Não teve CPI, Arthur Virgílio, FHC, Serra, Sérgio Mota, ACM e cia não deixaram.
2006-10-11 09:49:00
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answer #3
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answered by jorge luiz stein 5
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Inferno astral na campanha tucana. Na defensiva, sem agenda e pautados pela campanha petista, os estrategistas de Geraldo Alckmin passam o tempo todo desmentindo as declarações de Yoshiaki Nakano, como fazem no Valor Econômico, e tentando afastar o fantasma de FHC que continua assombrando Geraldinho com as privatizações e o sucateamento das universidades públicas.
Nem mesmo o debate veio em socorro dos tucanos, porque a pesquisa Datafolha foi um balde de água fria na propaganda tucana – que insistia em difundir a mentira que Alckmin ganhara o debate. Mentira, porque eles e nós sabÃamos, pelas pesquisas qualitativas feitas durante o confronto e como a Folha (para assinantes) mostra hoje, que Alckmin perdeu votos onde exatamente precisava manter e não ganhou no eleitorado de Lula, ou seja, a participação de Alckmin no debate foi um fracasso.
E ainda tem o fiasco do AeroLula e do corte de gastos, as informações provando que Geraldinho deixou as contas de São Paulo muito mal, as outras dando conta que ele só vendeu um avião que usava no ano passado – o outro foi agora, na gestão Lembo – e que continuava usando todos os helicópteros que transferiu para a PM. Tudo o que ele falou no debate era um engodo. Um desrespeito aos eleitores dele e ao paÃs. A coisa vai mal no ninho tucano.
2006-10-11 09:48:53
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answer #4
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answered by weltermartins 2
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