A origem da PINGA
A origem da palavra "cachaça" é bastante controversa. Os primeiros registros históricos do termo "caxasa" como aguardente de cana, datam de 1635, nas atas da Câmara do Município de Salvador. Pode ter sido uma derivação do vocábulo "cacho", proveniente do latim "capùlus" (punhado) ou "caccùlus" (caldeirão). Outra teoria se origina na Portugal quinhentista, onde "cachaça" significava "vinho de borras", denominação que no Brasil, teria se estendido à aguardente feita de borras de melaço. Existem ainda outras hipóteses, como o feminino de "cachaço" (parte gorda do pescoço do porco), ou ainda o verbo latino "coquère" (cozer, cozinhar).
O crédito pela invenção da pinga é dos escravos africanos. Eram eles que cozinhavam o caldo de cana para obter o melaço, que teria acidentalmente fermentado durante esse processo e destilado ao ser fervido.
Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formando no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava - daí vem o nome "PINGA". E quando pingavam nas costas dos escravos, já feridas com as chibatadas, ardia muito - e daí vem o nome "AGUARDENTE". Caindo em seus rostos e escorrendo até a boca os escravos viram que a tal goteira dava um barato, e passaram a repetir o processo constantemente.
A origem da "marvada" se situa entre os anos de 1532 e 1548, na capitania de São Vicente, primeira a ter plantações de cana-de-açúcar. As mudas da "cana crioula" teriam vindo da Ilha da Madeira por iniciativa de Martim Afonso de Souza, donatário dessa faixa de terra.
Foram também os portugueses que importaram a devoção a São Benedito, santo associado à cachaça, mesmo antes de sua canonização em 1807. Conhecido como "o santo mouro", ele nasceu em 1526 na Sicília (Itália), filho de um escravo africano. Seu culto tornou-se muito popular no Brasil, como padroeiro dos negros e da caninha.
A bebida nacional, que tem mais de quatrocentos anos de história, além do seu nome original, também possui inúmeros apelidos que passam de nomes políticos ou referências às sogras. Confira alguns:
Abrideira, carraspana, quero-mais, acaba-festa, caxiri, reiada, alpista, chibatada, saideira, aninha, choraminga, sacudidela, preciada, chorumela, salve-ela, arrebenta-peito, cobreira, samaritana, branquinha, brasa, corta-bainha, sapeca, braseira, cumulaia, sedutora, brasileira, criminosa, seleta, ********-boa, curandeira, sopapo, acorda-o-velho, da boa, sossega-leão, famada, danadinha, renitente, água-de-cana, desperta paixão, suadeira, água-forte, depurativo, sururu, água-que-passarinho-não-bebe, douradinha, tacada, alertadeira, encantada, talagada, alma-de-gato, enrola-chifre, tagarela, amansa-sogra, ensina-estrada, tiririca, amansa-corno, garapa, tijolo-quente, apetitosa, goró, tira-frio, arranja-briga, gororoba, tira-prosa, arranca-bofe, jeribita, tira-reima, azarenta, jurubita, tiririca, bicho- bom, mamãe-sacode, tentação, bigorna, marafo, treco, birusca, maria-branca, tremedeira, caideira, mata-bicho, trombada, calafrio, mel, turbulenta, calorenta, meu-consolo, uma-da-boa, cambirimba, não-sei-quê, uma-daquelas, cambraia, papôco, veneno, canavieira, papudinha, venenosa, canforada, precipício, virgem-afamada, capilé, piadeira, vexadinha, catinguenta, pinga, xaropada, chamegada, pisca-pisca, xixi-de-anjo, chamarisco, purinha, zombeteira, cheirosinha, queimante, zinabre....
2006-09-18 08:07:28
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answer #1
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answered by Anonymous
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