Trabalho de "burritzia"
O programa de Alckmin para a segurança pública fala em "trabalho permanente e obstinado de inteligência e repressão implacável".
A "repressão implacável", como sabemos, não evitou o surgimento do PCC.
E a "obstinada inteligência" tampouco percebeu a extensão do crime organizado.
Na verdade, o desempenho do governo de São Paulo na área de segurança é terrível:
a) não integrou a atividade das polícias;
b) nomeou delegados envolvidos em tortura para compor o Dipol (órgão de inteligência);
c) estimulou um índice incomparável de letalidade nas ações policiais - mais de 4.783 pessoas assassinadas pelas polícias do Estado, entre 2000 e o primeiro semestre de 2006;
d) não conseguiu prever, nem prevenir, as duas maiores rebeliões em presídios da história paulista, ocorridas em 2001 (com 28 presídios rebelados) e 2006 (mais de sessenta rebeliões simultâneas).
Os anos de 2005 e 2006 foram os recordistas em rebeliões na Febem paulista, a maioria delas devido a maus tratos.
O PCC cresceu e tomou o poder nos presídios e nas ruas durante a gestão de Alckmin, enquanto o governo fingia que tinha tudo sob controle.
Vale dizer, ainda, que a situação da Polícia Técnica em São Paulo é lastimável: a dotação orçamentária para a Superintendência de Policia Técnica e Científica é irrisória, os profissionais não têm especialização para as diferentes áreas que atuam, nem equipamento básico para seu trabalho.
Os laudos periciais demoram em ser produzidos, o que atrasa processos. No caso dos adolescentes autores de atos infracionais, este atraso possibilita condenações sem que tenha havido produção de prova.
Direitos Humanos
2006-10-25
07:22:25
·
8 respostas
·
perguntado por
Anonymous