Sinceramente não consigo conceber, por mais que esforço envide para tal, que existirá alguma felicidade, algum alento, alguma vantagem, de ordem psicológica, emotiva ou que suscite alegria, prazer, deleite em viver, com “antevisão” de que quando os órgãos vitais, coração, cérebro, falharem, a vida se extinguirá e perde-se, definitivamente, a consciência do ser. Que alegria há, que prazer, pergunto, em acordar cada dia e, com ânimo e alegria dizer “Que bom estar vivo!” se se saberá que em algum tempo todo esse prazer se extinguirá, pois será efêmero. E então o prazer de viver sentido nenhum terá. Que sentido, pergunto, que sentido tem em adquirirmos conhecimento, em buscar estudos, em ser moralmente correto, em ser ético, em conquistar amizades, afetos, se serão cabedais, conquistas efêmeras? Que antegozo terá a alma para criar obra para a posteridade, se não poderá gozar, após sua “morte” do deleite, do prazer, suscitado por ter deixado obra para o bem daqueles que ficaram?
2006-07-14
05:03:40
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Dileto Aedo dos Anjos
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