Educação x Profissionalização
mário césar vinhas
Adquirir cultura hoje significa capacitar-se para ganhar dinheiro por isso deve ser acessível e deve ser rápida e a sua profundidade bastante para que a pessoa possa ganhar o suficiente e servir de modo eficiente. Preparar jovens profissionais tem sido o objetivo e ou serviço de diversos organismos contemporâneos, governamentais ou não; cooperativas, associações, clubes, paroquias e partidos..., dedicam-se permanentemente a tarefa de eqüivaler educação a profissionalização, educação eqüivale a fazer do indivíduo um ser utilizável com orgulho e rotulo de Cidadão, "quem não vive para servir, não serve para viver" tornou-se a máxima das atuais propostas de cidadania, modismo pernicioso e antiquado, onde o profundo esconde falso fundo.
A educação voltada para cultura não é a que permite ao indivíduo aspirar um posto de funcionário, tornar-se um bacharel, ter licença para ser licenciado ou fazer da cintura suporte para um celular qualquer. Educação voltada para a cultura é a que conduz o indivíduo ao desenvolvimento integral de suas potencialidades, que o auxilia a enxergar e exercer de clara forma suas capacidades, é a que prepara homens analíticos, autônomos, com a determinação e o propósito de tornar-se ser inalienável. A educação deve propor caminhos contrários a manipulação imputada ao homem e pela reflexão resgatar a capacidade de servir-se em si mesmo do seu racionalismo.
Mais que administrador do estabelecido, necessitamos escolas de destemidos com ímpeto destrutivo e imediato caráter criativo, autêntico, honesto, subversivo, sensível, solidário; desordeiro por absoluta carência de uma nova ordem. Precisamos de estudantes que façam de suas casas sanatórios de seus bairros purgatórios, que na cidade toda esquina e toda reta, toda praça, calçada e beco seja o Pensatório, em dia ou noite em luz ou sombra que seus passos façam sempre caminhos de purgação, sanidade e pensamento.
O Liceu Pensatório deve ser mais que um organismo adaptador ou uma represa, a pretensão é fazer carreira e distanciar-se de asneiras, é apaixonar-se por surpresas; saber criatividade encanta, entender que fome é a melhor janta.
É pelo conhecimento critico dos significados existenciais que os indivíduos da sociedade alienada podem se reconhecer e reorientar sua conduta de forma mais livre e autêntica.
Não devemos aceitar a cultura como a generalidade com que alhos e bugalhos se confundem, a crise da razão ainda permite identificar os cínicos e é preciso começar pelo espelho.
Ridículas campanhas de ridículos querem significado para o insignificante, em meio à crise da razão o esforço para "parecer" serio, transparente e honesto constrói a triste, patética, trágica realidade social. A urna eletrônica baniu o seu nome, a tecla verde dá a impressão de servir valores que na verdade estão sendo negados e a sociedade embevecida nem espera nem desespera - pensa que existe!
2007-02-09
09:18:33
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perguntado por
Anonymous
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Lei e Ética