Geral - Rio
O administrador Rogério Freitas, 29 anos, queria doar sangue para o pai de um amigo, que precisava de uma transfusão. Mas ao ser perguntado se tinha feito sexo com outro homem nos últimos 12 meses e responder positivamente, foi recusado no Hemorio. Rogério, que mora há quase dois anos com o namorado, acredita que foi discriminado.
Desde o dia 22 de agosto, voltou a valer a resolução da Anvisa que impõe o questionamento sobre atos sexuais com outros homens nos últimos 12 meses. "Fui sincero nas minhas respostas e me senti discriminado. Fiquei muito mal porque queria ajudar um amigo e não consegui", conta Rogério.
SEM PRECONCEITO
Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde, garante que a medida é baseada em estudos e afirma que o ministério combate a homofobia e financia projetos com esse objetivo.
"Há estudos que mostram que o risco relativo de um homem que faz sexo com homem ter HIV é 18 vezes maior do que na população geral. A nossa intenção não é discriminar ninguém, mas proteger os que precisam de doações de sangue", diz Mariângela, acrescentando que outros grupos com "risco aumentado" também não podem doar, como os que fizeram tatuagem ou piercing ou sexo desprotegido com parceiros eventuais nos últimos 12 meses.
Ela explica que, apesar de todo sangue passar por uma série de testes antes de ser transfundido em outra pessoa, há o risco de janela imunológica — quando a pessoa foi infectada pelo vírus, mas o organismo ainda não produziu a quantidade de anticorpos suficiente para ser detectada nos testes. "Hoje, a janela imunológica para o HIV é de 22 dias e varia mais para hepatite. Se um dia tivermos condições de detectar HIV e outras doenças imediatamente, essas restrições serão revistas", diz.
2006-10-24
01:46:54
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5 respostas
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perguntado por
Anonymous
em
Religião e Espiritualidade