21/10/2006 - 19h11
Lula ironiza oposição e pede esforço extra da militância gaúcha
Por Sinara Sandri
PORTO ALEGRE (Reuters) - Distribuindo sorrisos e ironias em campanha no Rio Grande do Sul, o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou os adversários e convocou os militantes para um esforço extra na conquista do eleitorado gaúcho.
"Eles (os candidatos do PSDB) deveriam ter vergonha de falar em choque de gestão porque foram o governo do apagão. Não dava para ter choque, porque faltou energia", disse Lula, ironizando a crise energética de 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Em um discurso recheado de provocações, os governos e candidatos do PSDB foram o alvo principal do candidato à reeleição. Além de voltar a comparar os adversários a empresas de demolição, Lula criticou as participações do presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, nos debates e recuperou a expressão "exterminadores do futuro" para se referir ao adversário.
"O cidadão vai ao debate e fala: eu acho, eu penso, eu acredito. Quando a gente pergunta o que fizeram, eles não sabem o que fizeram", disse Lula.
O petista aproveitou o discurso para pedir o empenho dos militantes na reta final da campanha. Mas lembrando o que aconteceu com uma simpatizante de sua candidatura no Rio de Janeiro, nesta semana, ironizou novamente a oposição.
"Estou dizendo isso para não fazerem campanha com o dedo esticado porque eles podem morder", disse Lula.
Na madrugada da última segunda-feira, uma publicitária que vestia uma camiseta com os dizeres "Lula Sim", no Rio de Janeiro, envolveu-se numa briga e teve um pedaço de um dedo de uma das mãos arrancado por uma mordida de uma jornalista.
GENTE COMO NÓS
Na praça principal de Alvorada, município da região metropolitana de Porto Alegre, Lula foi recebido por centenas de pessoas que manifestavam com entusiasmo sua identificação com o candidato.
"Tenho uma paixão por ele. É gente como a gente. Já foi pobre e sabe o que passamos", disse Iara de Paiva à Reuters. A dona de casa de 41 anos levou os quatro filhos e tentava de forma insistente uma aproximação com o presidente.
Denúncias de corrupção e a possibilidade de envolvimento do presidente parecem não ter reduzido a confiança de antigos eleitores
"É tudo politicagem, os outros faziam pior. Concordo com o Lula, a diferença é que agora está tudo exposto. Antes ia para baixo do tapete", argumentou o aposentado Humberto Wagner, 60 anos.
Alvorada é uma líder nos índices de violência da região metropolitana e foi administrada por um governo do PT.
A agenda de campanha de Lula, neste sábado, ainda prevê uma visita a um conjunto habitacional em Canoas, também na região metropolitana de Porto Alegre, e um comício em Caxias do Sul.
Além de tentar recuperar a desvantagem do primeiro turno --quando teve 33,1 por cento dos votos válidos, enquanto Alckmin atingiu 55,8 por cento--, a visita do presidente serve como estímulo ao ex-ministro petista Olívio Dutra na disputa pelo governo estadual com a tucana Yeda Crusius, líder nas pesquisas de intenção de votos.
Os tucanos saíram na frente nas intenções de voto para o segundo turno, mas as últimas pesquisas demonstram uma redução na vantagem. A tendência identificada por um instituto local foi confirmada na sondagem do Ibope, divulgada neste sábado.
Alckmin continua liderando com 53 por cento das intenções de voto contra 36 de Lula, mas a diferença caiu de 27 para 17 pontos percentuais em relação a duas semanas atrás.
Na disputa estadual, Yeda Crusius também continua na frente com 55 por cento das intenções de voto contra 35 por cento de Olívio Dutra, mas a vantagem caiu de 34 para 20 pontos. Na primeira sondagem, a tucana aparecia com 63 por cento dos votos contra 29 de Olívio. As duas pesquisas têm margem de erro de 2 pontos percentuais.
2006-10-21
12:20:05
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ronaldo p
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