27/09/2006 - 10:51
Manifesto de apoio à Lula tem adesão de 431 personalidades
A reeleição de Lula recebeu o apoio de 431 intelectuais, artistas e líderes religiosos e de movimentos sociais. No manifesto “Com Lula, nossa responsabilidade social”, personalidades como Candido Mendes, Maria da Conceição Tavares, Emir Sader, Leonardo Boff, Jurandir Freire Costa e Dom Waldyr Calheiros defendem a reeleição já no primeiro turno. Segundo o documento, a vitória em 1º de outubro fortalecerá ainda mais o presidente Lula, que estará “livre de pressões poderosas em contrário, capaz então de realizar e ampliar transformações que a sociedade exige”.
Leia a íntegra do manifesto:
Nós, profissionais, universitários, artistas, líderes religiosos, dirigentes e assessores de movimentos sociais e de pastorais, participantes da sociedade civil, com ou sem filiação partidária, declaramos nosso firme apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para sua vitória no primeiro turno das eleições de outubro, somando-nos aos setores populares que já fizeram sua escolha pelo país afora, como indicam as pesquisas. Estes últimos sentem concretamente as melhorias em suas vidas e de suas famílias. Vivemos novo momento de um projeto político de transformações sociais que avançou no Brasil com a eleição de um operário migrante em 2002 e se fortalece na América Latina nas últimas eleições, com a emergência de candidatos, vários dos quais vitoriosos, ligados a esses mesmos setores populares ou deles provenientes. Lula é hoje referência internacional, especialmente na América Latina e nos países pobres. Constatamos também, no atual mandato presidencial, uma política externa independente, firme e criativa, que terá de continuar no futuro, num cenário internacional cada vez mais conturbado, dividido e absurdamente violento.
No Brasil, recentes escândalos têm despertado perplexidades na sociedade. Condenamos com veemência todos os tipos de corrupção e de manipulação política. O processo vem de mais atrás, em muitos níveis da sociedade e do poder, mas agora atingiu fortemente setores da base de sustentação do governo. Isso não pode ser ignorado nem negado. O positivo é que todos os escândalos, velhos e novos, vêm sendo denunciados e divulgados, com destaque para o trabalho da controladoria geral, da polícia federal e do ministério público, o que pode favorecer a possibilidade de serem exemplarmente punidos, sem distinção de partidos ou entidades. Além disso, as próximas eleições, que não se reduzem ao nível presidencial, poderão, através do voto, afastar políticos corruptos, tarefa difícil, porém indispensável. Assim se fortalece a luta pela ética na política, que não se confunde com os moralismos oportunistas e eleitoreiros, como foram no passado o de Jânio da vassoura e o de Collor dos marajás e que podem sempre reaparecer com outros disfarces.
Emprestamos nosso apoio para acelerar e ampliar políticas sociais, políticas educacionais e de segurança nacional, geração de emprego, reforma agrária, redução das desigualdades, com mudança na política econômica. Evidencia-se também cada vez mais a imperiosa necessidade de uma reforma política abrangente e profunda, com a participação não só dos partidos, mas de setores amplos da sociedade. Falta muito por fazer. Esse projeto não se realiza num curto prazo e sofre pressões de um poder real dominante na sociedade nacional e internacional que o tem deixado bem aquém das expectativas criadas. Compete a todos nós como sociedade civil organizada seguir pressionando os poderes da República para o seu cumprimento. Isso será muito mais eficaz com a reeleição de Lula no primeiro turno: ele sairá fortalecido, para estar mais livre diante de pressões poderosas em contrário, capaz então de realizar e ampliar transformações que a sociedade exige.
Em conseqüência, conclamamos diferentes segmentos da sociedade a se empenharem na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2006.
2006-09-28
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