Com o crescimento dos movimentos agnósticos e o aumento significativo do número de ateus no mundo, crescem também as tentativas de negação à existência real de Jesus, chamado o Cristo, como personagem histórico. Na verdade, o maior sonho de todo ateu é um dia ver a ciência comprovar que Jesus de Nazaré nunca existiu, que é apenas um mito, criado com algum propósito delirante. Nessa hora, fazem questão de esquecer aquele princípio básico que eles mesmos pregam, o de que "a explicação mais simples para alguma coisa é com certeza a explicação mais provável". Porque é muito mais simples e sensato supor que de fato existiu um fundador para o movimento que mais tarde se denominou cristianismo, do que imaginar que tudo foi apenas o fruto da imaginação de algum mega gênio da criatividade. Alguém que tramou, sabe-se lá com que propósito, a mudança mais radical no rumo da História em todos os tempos! Aceitar que existiu um Jesus é bem mais simples do que supor que do meio daqueles vilarejos paupérrimos do interior da Palestina de 2000 anos atrás, de um povo extremamente humilde, composto de iletrados e fanáticos religiosos que se horrorizavam só de imaginar algo que contrariasse a "letra da Lei" mosaica, foi elaborada uma tramóia absurdamente bem concatenada e a criação do mais brilhante personagem fictíco que jamais existiu! E ainda mais do que isso, aceitar que tantas pessoas acreditaram tão piamente nessa falsa história a ponto de sacrificarem suas vidas em nome dela! Puxa, isso é o que eu chamo de teoria da conspiração!! Uma super, ultra, mega, giga-teoria da conspiração! Essa, definitivamente, não seria a explicação mais simples.
Eu já participei de diversas reuniões de grupos ateus, e sempre achei muito interessante, de verdade. A minha opinião é que essas pessoas cumprem um papel importante na nossa sociedade, e que têm muito a ensinar. Até porque a onda de fundamentalismo religioso que se instala no mundo, hoje, é preocupante; talvez estejamos precisando de um contraponto. Mas o que mais me fascina nos ateus é o fato contraditório de muitos deles encararem o ateísmo como uma espécie de “nova religião”. Contraditório, sem dúvida, mas é o que ocorre. É fácil encontrar entre os ateus mais "atuantes" os mesmos erros que tanto condenam nos religiosos: extremismo; negação ou desconsideração dos fatos, quando estes contrariam as suas idéias; aquele típico "ar" de superioridade tão comum nos fanáticos religiosos... Impressiona o sentimento genuinamente “religioso” que move muitos deles. Acreditam piamente que livrar o mundo da “superstição” e da “ignorância” é a sua missão “sagrada”. Negam-se, obstinadamente, a sequer discutir qualquer possibilidade que envolva uma Inteligência Superior para explicar as realidades físicas...
Muitos ateus acreditam que desmoralizar as religiões ou abalar as convicções religiosas das pessoas é a melhor coisa que um ser humano realmente consciente poderia fazer para tornar o mundo um lugar melhor. Carregam orgulhosos a “bandeira do livre pensamento”, como se fossem os portadores da única “verdade” que vai libertar o mundo de todos os seus males. Na opinião de muitos deles, a religião e a fé são os piores “venenos” que existem ou já existiram no mundo. É senso comum, entre eles, que todas as guerras, todas as mazelas e todo sofrimento da humanidade, no decorrer da História, foram provocados por culpa exclusiva das religiões e do sentimento religioso.
Mas, como em todo movimento, toda comunidade e em qualquer grupo, aí existem pessoas e pessoas. Não devemos classificá-los como “bons” nem “maus”. São pessoas reunidas em torno de um ideal comum. Apenas pessoas que acreditam que tudo que existe, existe por acaso; que somos apenas amontoados de “genes egoístas” buscando cada qual a sua própria sobrevivência. Além da óbvia e imediata constatação de que essa teoria não explica o altruísmo humano nem a nossa consciência do bem e do mal, é importante ressaltar que muitos dos mais importantes cientistas, físicos, biólogos e geneticistas do nosso planeta acreditam plenamente em Deus, como é o caso do biólogo (M.D., Ph.D.) Francis S. Collins, o diretor do Projeto Genoma - um dos maiores empreedimentos científicos de todos os tempos - que escreveu um livro onde apresenta evidências genéticas da necessidade da existência de um Organizador Inteligente para explicar o Universo dos seres vivos. Além disso, segundo a publicação científica referência "Nature"(2006), 61% dos maiores gênios científicos da atualidade acreditam em Deus. Maioria. Se a ciência pudesse comprovar, num ou noutro sentido, que Deus não existe, como explicar que a maior parte das mentes científicas mais brilhantes da humanidade acredita em Deus?
"Um pouco de ciência traz dúvidas sobre a existência de Deus. Muita ciência traz a certeza dela." - Albert Einstein.
Mas este post não é sobre ateísmo. É sobre um fato que ateus gostariam muito que não fosse real: a existência histórica de Jesus, chamado Cristo, o maior revolucionário que já pisou nosso planeta. Embora mesmo alguns grupos céticos aceitem a sua existência histórica, alguns outros insistem em que Jesus de Nazaré nunca teria existido de fato, tratando-se de apenas um "mito". Estranhíssimo, ver esses grupos (que se orgulham de alegadamente seguir princípios estritamente científicos), assumindo uma postura assim tão irracional.
É necessário ao pesquisador seriamente comprometido com a verdade manter em mente que todos os mais reconhecidos historiadores reconhecem a existência histórica de “Yeshoua Ben Yosseph” (do hebraico ‘Jesus, filho de José’) como fato real e historicamente atestado. Nos maiores centros universitários do mundo, os maiores eruditos especialistas em História consideram a existência de Jesus, personagem histórico e real, como ponto pacífico.
Essas lamentáveis contestações de um fato se baseiam, principalmente, na crença (errônea) de que não existem registros históricos de Jesus além dos Evangelhos. Se há alguma carência de registros seculares (isto é, não ligados à esfera religiosa), isso não pode ser considerado em nada surpreendente para os pesquisadores de hoje:
Primeiro: porque apenas uma pequena fração dos registros escritos desse período histórico sobreviveram ao tempo.
Segundo: porque existiam poucos - se é que de fato realmente existiam – escribas documentaristas da História naquela região da Palestina, no tempo de Jesus. Existe uma documentação muito maior retratando costumes e acontecimentos nas regiões mais ricas ocupadas pelo império romano na época. Mas o que ocorria naquela região miserável realmente não era de maior interesse para os magistrados romanos.
Terceiro: porque os romanos viam o povo judeu como apenas mais um dos grupos étnicos que precisavam tolerar; eles tinham pouquíssima consideração para com o povo judeu.
Quarto: finalmente, porque os próprios líderes judeus mais influentes também ansiavam fazer esquecer Jesus. Assim, os escritores seculares somente começaram a se referir ao Cristianismo quando este movimento tornou-se popular e começou a incomodar o estilo de vida que tinham.
Ainda que os testemunhos seculares sobre Jesus não sejam abundantes, existem muitos que sobreviveram ao tempo e fazem referências a ele. Entre estes, os mais fidedignos são os de Justo de Tiberíades, Filon de Alexandria, Tácito, Suetônio e também Plínio, o Jovem, principais fontes extra-bíblicas que fizeram alusão à figura histórica de Jesus de Nazaré em seus escritos. Sem contar Flávio Josefo, outra fonte isenta importantíssima, que pode ser contestada na forma, mas nunca na autenticidade. É importante esclarecer que, oficialmente, essa quantidade de referências isentas é mais que suficiente para ser considerada como registro comprobatório de um personagem factual, histórico. Mas, no caso de Jesus, como tudo que envolve questões religiosas, sempre vai haver quem procure polêmicas.
Não é de se surpreender que os registros não cristãos mais antigos tenham sido feitos por judeus. Flávio Josefo, que viveu até 98 dC, era um historiador judeu romanizado. Ele escreveu livros sobre a História dos Judeus para o povo romano que figuram entre as principais referências daquele período histórico. Em seu grande tomo, “Antiguidades Judaicas”, ele faz algumas referências a Jesus. Em uma delas, ele escreve:
“Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos misteriosos prognósticos dos profetas” - Josefo, “Antiguidades Judaicas” XVIII, 3:2.
Em outros lugares de sua obra, Josefo também registra a execução de João Batista (XVIII: 5,2) e o martírio de Tiago o Justo (XX: 9,1), referindo-se a este como “o irmão de Jesus, que era chamado Cristo”. Deve-se notar que o emprego do verbo “ser” no passado, na expressão “Jesus que ERA CHAMADO Cristo” testemunha contra possíveis adulterações, já que um cristão certamente escreveria “Jesus Cristo”, ou "Jesus que é o Cristo", e nunca " ERA CHAMADO CRISTO".
O Talmude, outra fonte judaica importantíssima, também faz referências históricas a Jesus. Nele, os rabinos identificam Jesus e fazem referências nada simpáticas a ele e à sua Igreja. Esses escritos também foram preservados através dos séculos pelos judeus, de maneira que os cristãos não podem ser acusados de terem adulterado o texto. É interessante notar que o Talmude registra os milagres de Jesus e não tenta negá-los, mas sim relacioná-los com as “artes mágicas” do Egito. Também sua crucificação é datada como tendo ”ocorrido na véspera da Festa da Páscoa”, em plena concordância com os Evangelhos (Lucas 22 - João 19). Ainda mais impressionante, e também de forma semelhante aos Evangelhos (Matheus, 27:51), o Talmude registra a ocorrência do terremoto e o véu do templo que se dividiu em dois durante a morte de Jesus! Mais uma vez, Josefo, em sua obra “A Guerra Judaica” também confirma esses eventos.
Os romanos também escreveram sobre os cristãos e sobre Jesus. Plínio, "o Moço", procônsul na Ásia Menor, escreveu em uma carta dirigida ao imperador Trajano: “…os cristãos têm como hábito reunir-se em uma dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição…” (Plínio, Epístola 97).
Uma atenção especial deve ser dada à frase “a Cristo como se este fosse um deus”; trata-se de um testemunho secular, de pessoas que não acreditavam em Jesus como sendo o Cristo, mas que apenas testemunham sua existência real e incontestável. Também é interessante comparar esta passagem com Atos dos Apóstolos - 20:7 a 11, uma narração bíblica sobre a primitiva celebração cristã do domingo. Um outro historiador romano, Tácito, reconhecido pelos modernos pesquisadores por causa de sua precisão histórica, escreveu sobre Cristo e sua Igreja:
“O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou novamente, não apenas em toda a Judéia… mas também em toda a cidade de Roma…” (Tácito, “Anais” XV,44).
Mesmo desprezando a fé cristã, Tácito tratou a execução de Cristo como fato histórico, fazendo relação com eventos e líderes romanos (em conformidade com Lucas 3).
Outros testemunhos seculares ao Jesus histórico incluem Suetônio, em sua “Biografia de Cláudio”, Phlegan (que registrou o eclipse do sol durante a morte de Jesus!) e até mesmo Celso, um filósofo pagão não muito conhecido. Precisamos manter em mente que a maioria dessas fontes eram não só seculares (laicas) mas também anti-cristãs. Todos esses autores, inclusive os escritores judeus, não desejavam promover o Cristianismo, ao contrário. Eles não tinham motivação alguma para distorcer seus registros em favor do Cristianismo, mas sim para negá-lo. Plínio era um perseguidor do cristianismo, e realmente punia qualquer um que se confessasse cristão. Se Jesus fosse um simples mito e sua execução uma mentira, Tácito teria relatado tal fato, sem nenhuma dúvida, pois isso seria do seu máximo interesse. Ele jamais teria ligado a execução de Jesus a líderes romanos. Esses escritos, portanto, apresentam Jesus como um personagem real e histórico, indubitavelmente. Negar a confiabilidade de todas as fontes que citam Jesus seria negar todo o resto da História antiga - seguindo essa mesma linha de raciocínio, teríamos que duvidar também da existência histórica de uma infinidade de homens e mulheres célebres, como o filósofo Sócrates, por exemplo.
2007-12-07 08:17:06
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answer #1
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answered by Anonymous
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