Sim meu caro, muito boa a sua pergunta. Uma das que mais gosto de responder para tentar elucidar o tema.
Os Espíritos desencarnados são almas de homens que já viveram na Terra. Portanto podem ser portadores dos defeitos e qualidades que tinham quando encarnados. Podemos acreditar nas palavras dos homens bons, mas não devemos dar crédito aos conselhos daqueles de má índole. Da mesma forma deveremos proceder com o mundo dos Espíritos. Devemos analisar cada comunicação dada pelos Espíritos, qualquer que seja o nome que assinem. Os bons trazem mensagens edificantes e com algum fim útil e querem sempre o bem da humanidade. Os atrasados ou maus podem nos enganar com palavras belas e melífluas, podendo tomar emprestado nomes de pessoas conhecidas ou Espíritos iluminados para nos impressionar, e os distinguiremos sempre que o objetivo prático das comunicações seja o de exteriorizar pensamentos ou sentimentos destrutivos ou com algum fim inútil - ou útil para o mal.
Agora vamos falar um pouco sobre o Diabo.
O Diabo, ou Lúcifer, nada mais é do que uma figura alegórica que pela errônea interpretação do homem, ganhou mais força do que realmente tem. Não existe essa coisa de Deus ter criado aquela figura com chifres e que habita o inferno. Isso é alegoria pura. O que Deus criou foi a arbítrio, que é livre, e dele se origina o mal. E só o fez para que evoluíssemos. Na grande e esmagadora maioria das vezes, só crescemos, evoluímos, aprendemos e nos superamos com a dor. Sem ela, raramente nos dispomos a agir em favor de saber mais, aprender mais, buscar mais, ser mais...
Mas falando especificamente sobre o Diabo, ou capeta, ou demônio, ou Lúcifer (o nome mais conhecido de todos), vamos a algumas considerações:
Não podemos encontrar "Lúcifer" mesmo que examinemos cada página dos livros apócrifos e das pseudo-epígrafes. Lúcifer – como o nome do Diabo – não está nas Escrituras. Não nas originais. Está sim em diversas versões de bíblias de diversas religiões, cuja palavra foi inserida por seus revisores que "acharam melhor" expô-la para ficar claro que estão falando do Diabo. A versão original da Bíblia (diga-se de passagem, editada na sua primeira versão 300 anos depois de Cristo por um Imperador Romano (Constantino) em nada cita "Diabo".
Lúcifer, não é nome de ninguém, significa apenas "o que leva a luz". Lúcifer é a estrela da manha, o planeta Vênus, que aparece antes do alvorecer. Ovídio menciona que cada novo dia começa quando "Lúcifer brilha radiante no céu, chamando a humanidade para seus afazeres diários. Lúcifer excede em brilho as estrelas mais radiantes".
A única identificação de Lúcifer com Satã nas escrituras vem de Isaias (14,13): "Como caíste do céu, ó Lúcifer, filho da alva!" Isaias não estava falando do Diabo. Usando imagens possivelmente retiradas de um antigo mito cananeu, Isaias referia-se aos excessos de um ambicioso rei babilônico que caiu no mundo dos mortos. Suas palavras passaram a significar uma referencia ao Diabo ao longo de quatro etapas: um rei tirânico é descrito em uma metáfora (o rei = uma estrela brilhante); e a expressão hebraica helel bem shahar = o que brilha) ou a grega eosphorus são traduzidas para o latim como a estrela da manha, Lúcifer, posteriormente, o rei tirânico é identificado com o Diabo; ergo Lúcifer torna-se outro nome para o Diabo. A resposta à questão de por que esse rei foi identificado com o Diabo é que isso resolvia o incomodo problema da natureza do Diabo. Origines, teólogo do século III não se esquivou ao problema: "Ninguém pode saber a origem do mal", escreveu ele, "sem ter entendido a verdade sobre o chamado diabo e seus anjos, e quem ele era antes de tornar-se um diabo e como ele se tornou um diabo". Se Deus criou o Diabo e este é em si mau, então Deus criou o mal. As implicações poderiam ser perturbadoras (em especial porque, como salientou Espinosa, o Diabo tenta as pessoas a fazer o mal, pelo que elas são punidas depois). Se o Diabo houvesse nascido mal, poderíamos dizer que ele pecou? Ele não teria opção, a não ser fazer o mal. Mas se Deus não criou o Diabo, Deus não é onipotente, e assim mergulhamos em um mundo maniqueísta, marcado pelo conflito entre bem e mal cujo resultado é inerentemente inconclusivo.
Os padres cristãos do século XV resolveram o problema em duas etapas. Sim, Deus criou o Diabo, mas o Diabo não era inerentemente mau, quando foi criado; ele escolheu tornar-se mal. Portanto, Deus permanece onipotente, mas não é responsável pelo mal. Essa solução exigiu fundamento nas Escrituras, e o modo como esse fundamento foi providenciado explicará por que Lúcifer tornou-se um nome para o Diabo. O argumento de santo Agostinho, principal pensador cristão do inicio do século V, é instrutivo.
Santo Agostinho foi muito mais influente do que Origines (que ele detestava). Podemos avaliar seu temperamento quando ele afirma que, embora homens bons e maus sofram igualmente, existe uma diferença crucial: "No mesmo fogo, o ouro brilha e a palha fumega, a borra não é confundida com óleo porque saíram da mesma prensa(..)A mesma agitação que faz a água fétida exalar mal cheiro faz o perfume emitir um odor mais agradável". Na terceira parte de A Cidade de Deus, sua principal obra, santo Agostinho explica a origem das duas cidades, a cidade de Deus e a cidade do Diabo. Originalmente, diz ele, todos os anjos eram seres da luz, criados "para viver na sabedoria e felicidade. Alguns anjos, porem, afastaram-se dessa iluminação". Se o Diabo é um anjo caído, ele tem de ter caído. Entretanto, a primeira epístola de João, assevera que "aquele que comete o pecado é do demônio, porque o demônio é pecador desde o principio. Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio. Todo aquele que nasceu de Deus não comete pecado, porque sua semente permanece nele; e não pode pecar porque nasceu de Deus" (3,8-9). Isso implica que o Diabo não foi criado por Deus? O Diabo de são João e o de santo Agostinho não parecem ser o mesmo, mas santo Agostinho tinha uma resposta. João de fato escreveu que "o Diabo vive pecando desde o princípio", admite santo Agostinho, mas isso "deve ser entendido no sentido de que ele pecou não desde o princípio de sua criação, mas desde o principio do pecado, pois o pecado principiou no orgulho". Essa manipulação conduz à resposta para nossa questão inicial.
Os maniques não entendem que, se o Diabo é mau por natureza, não se pode absolutamente falar em pecado. Eles não têm como objetar o testemunho dos profetas, por exemplo, quando Isaias, representando figurativamente o Diabo na pessoa do príncipe da Babilônia, pergunta:
Como caíste do Céu, ó Lúcifer, filho da alva? Isto indica que: o Diabo esteve por algum tempo sem pecado.
A explicação de santo Agostinho mostra que, na época em que ele esta escrevendo, Lúcifer não era um nome comum do Diabo. É bem verdade que, dois séculos antes, Origines interpretara partes do Levítico, Êxodo, Ezequiel e Isaias como referencias às manifestações do Diabo. Mas ninguém tentara obter as deduções minuciosas a respeito do Diabo com base nessas passagens, nem identificar o Diabo com o nome de Lúcifer. Origines estava tentando entender a natureza do mal. O objetivo de santo Agostinho era outro: queira identificar os hereges. Quem eram os anjos que seguiram Lúcifer? Eram hereges, assegurou santo Agostinho, o Diabo não possui poderes próprios, não possui território próprio e não é uma autocriação. Não existe um principio oposto a Deus que tenha criado o Diabo. O que aconteceu, explica, foi que originalmente o Diabo não tinha pecado, porem mais tarde (alguns dizem uma hora, outros, mais de uma semana) ele se afastou da verdade, como prova o Lúcifer citado por Isaías. Com efeito, Lúcifer tornou-se o nome do Diabo como parte do raciocínio usado para fundamentar a idéia de que o Diabo foi originalmente um anjo criado por Deus, mas que recusou a graça e deu as costas à verdade. A motivação por trás da interpretação de Isaías por santo Agostinho foi à luta deste contra "os maniqueus e semelhantes hereges venenosos que asseveram que o Diabo derivou sua natureza singularmente perversa de algum principio oposto a Deus". (Oito séculos mais tarde, são Tomas de Aquino diria o mesmo sobre o Diabo e os Maniqueus).
Para combater o Diabo e defini-lo com mais clareza a passagem de Isaías foi entremeada com a quarta parte do Apocalipse (cap 12), onde é visto como um grande dragão vermelho: ...sua cauda arrastava um terço das estrelas do Céu, lançando-as para a terra... Houve então uma batalha no Céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o dragão. O dragão batalhou, juntamente com seus anjos, mas foi derrotado... Foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, o chamado Diabo ou Satanás, sedutor de toda a terra habitada – foi expulso para a terra, e seus anjos foram expulsos com ele(12,4 e 7-9).
Satã tornou-se o anjo rebelde. Embora Satã, o Diabo e Lúcifer fossem o mesmo, sem a fusão de Isaias e Apocalipse, Dante no último canto do "Inferno", nunca poderia ter escrito a respeito de Lúcifer que:
S'el fu si bello com' elli è or brutto, se ele já foi belo como hoje é feio,
E contra 'I suo fattore alzà le ciglia, e ainda assim contra seu Criador ergue a mão,
Bem dee da lui procedere ogni lutto. Verdadeiramente toda aflição deve proceder dele.
Medonho e repulsivo como é Lúcifer na Divina Comédia, o anjo rebelde fizera da terça parte das estrelas do céu sua aliada, tendo um potencial para a transformação ausente no insignificante Satã hebreu e no Maligno do Novo Testamento. Embora Lúcifer fosse um nome adicionado ao de Satã, para Dante e a maioria da cristandade, Lúcifer precedeu Satã. Como o monge mundano dos Contos de Canterbury, de Chaucer, explicou em sua narrativa:
Ó Lúcifer, de todos o mais brilhante anjo,
És agora Satã, não podes escapar
Da desgraça em que caíste.
Lúcifer já foi belo como hoje é feio, lembrou Dante a seus leitores, mas somente a feiúra e maldade de Satã estiveram na mente dos crentes, pensadores, escritores e artistas durante mais de mil anos. Ate mesmo Botticelli, amante da beleza, desenhou uma fera repulsiva para ilustrar o Lúcifer de Dante. É verdade que o fez para ser condizente com o texto de Dante, mas ainda assim quase todas as pinturas e manuscritos iluminados da Idade Média e Renascença mostram um Satã hediondo.
Miguel matando o medonho Satã em forma de dragão é um tema comum, mas Miguel lutando contra anjos rebeldes, não. A queda dos anjos rebeldes raramente é representada; quando o é, Satã e seus anjos aparecem como espíritos grotescos. O Lúcifer "belo", Satã antes da queda, é praticamente desconhecido. Uma notável exceção é a iluminura dos irmãos Limbourg do inicio do século XV. Deus e suas hostes estão no alto. Os anjos rebeldes são jogados para baixo em duas colunas, à esquerda e à direita, formando um V que culmina com Lúcifer entrando no inferno.
Essas colunas de anjos rebeldes são mostradas em primorosos tons de azul e ouro; a disposição formal conduz a um olhar pelas duas colunas convergentes até o clímax da cena, apresentando Lúcifer no vértice. Esse movimento é reforçado pelo aumento gradual no tamanho dos anjos rebeldes à medida que caem em nossa direção, dirigindo-se ao Inferno.
As proporções de Lúcifer são maiores do que as de Deus; ele é belo, o primeiro Lúcifer "belo" na historia da arte. Coube a Milton, no século XVII, imaginar um Satã no Inferno que mesmo assim conservasse o brilho do Lúcifer que ele fora outrora. E os românticos do século XIX recriaram o anjo Lúcifer reinterpretando as razões de sua queda. Mas a maioria das pessoas não sabe que foram os padres da Igreja do século V os responsáveis pela primeira e decisiva reinterpretação do motivo por que o anjo Lúcifer foi expulso do Céu.
Agora vamos dar um enfoque especial na questão da Biblia.
Em 321 DC, O Imperador Romano Constantino resolveu oficializar aquela "coisa chata" de Cristianismo, mesmo porque tinha uma certa influência da mãe (que era Cristã) e ainda teve um sonho com uma Cruz onde estava escrito "Sobre este símbolo vencerás". Pintou uma cruz nos escudos de seu exército e venceu a batalha. Meio que por superstição, meio que por pressão, reuniu todos os escritos sobre Cristianismo, e ELE decidiu sobre o que iria para a Bíblia e o que não iria para a Bíblia. Reuniu-se com um grupo de conselheiros, analisaram por meses a fio toda a documentação e todos os muitos (inúmeros) evangelhos, queimaram 70% (pois consideraram aquilo um absurdo) e o restante publicaram com "pequenas modificações", apenas para "corrigir" algumas coisas que só poderiam ser maluquices. Por exemplo: Os escritos mais antigos não relatavam que a oração que o Senhor no ensinou era "Pai Nosso que estais nos céus...", mas sim "Deus Pai e Mãe que estais em toda parte...". Mas como assim? Admitir que Deus tinha gênero feminino só podia ser maluquice, principalmente numa época em que as mulheres pouco valiam. Obviamente que muitas coisas da Biblia são verdadeiras, mas veja: 7¨0% do material foi queimado, e dos 30% que restaram, mais da metade foi modificado! Bom, então, como podemos ter certeza de que a Biblia não é uma fraude? Simplesmente não temos como ter certeza que não seja. E olha que não estou puxando a sardinha para nenhuma religião, tudo isso é fato histórico comprovado e mais do que certo.
Falando mais detidamente sobre essa personalidade, Constantino I, Constantino Magno ou Constantino, o Grande (em latim Flavius Valerius Constantinus), (272 - 22 de Maio de 337), foi proclamado "Augusto" pelas suas tropas em 25 de Julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até à sua morte.
Nascido em Naissus, na Alta Dácia (actual Roménia), filho de Constâncio Cloro (ou Constâncio I Cloro) e da filha de um dono de uma albergaria, Helena de Constantinopla, Constantino teve uma boa educação e serviu no tribunal de Diocleciano depois do seu pai ter sido nomeado um dos dois Césares, na altura um imperador júnior, na Tetrarquia em 293. Face à morte de seu pai em 306, ele conseguiu viajar até ao seu leito de morte em Eburacum (atual York). Nos dezoito anos seguintes combateu uma série de batalhas e guerras que o fizeram o governador supremo do Império Romano.
É sem dúvida melhor conhecido por ter sido o primeiro imperador romano a confirmar o cristianismo, na seqüência da sua vitória da Batalha da Ponte Mílvio, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão, pois na noite anterior da batalha sonhou com o tal símbolo (uma cruz), conforme citei anteriormente, e conseguiu um vitória esmagadora sobre o inimigo.
Constantino legalizou e apoiou fortemente a cristandade por volta do tempo em que se tornou imperador, com o Édito de Milão, mas também não tornou o paganismo ilegal ou fez do cristianismo a religião estatal.
Apesar de a Igreja ter prosperado sob o auspício de Constantino, ela própria decaiu no primeiro de muitos cismas públicos. Constantino convocou o concílio de Niceia afim de unificar a Igreja cristã pois com as divergências desta, o seu trono poderia estar ameaçado, e aí, mais uma modificação na "Bíblia".
Constantino só foi batizado e cristianizado no final da vida.
Mas apesar de seu batismo, há duvidas se realmente ele se tornou Cristão. Ele nunca abandonou sua adoração com relação ao deus Sol (Deus Sol Invicto), tanto que em suas moedas Constantino manteve como simbolo principal o sol. A Enciclopédia Católica diz: “Constantino favoreceu de modo igual ambas as religiões. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã e protegeu seus direitos.” E a Enciclopédia Hídria observa: “Constantino nunca se tornou cristão”. “Eusébio de Cesaréia, que escreveu a biografia dele, diz que ele se tornou cristão nos últimos momentos da vida. Isso não é convicente, visto que no dia anterior, Constantino fizera um sacrifício a Zeus porque também tinha o título de Sumo Pontífice.” Até o dia da sua morte, em 337 EC, Constantino usou o título pagão de Sumo Pontífice, o chefe supremo em assuntos religiosos. (Gente, esse cara decidiu a Biblia! O que entrou e o que saiu! E isso é fato histórico!!!)
O imperador romano Constantino influenciou em grande parte na inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores.
Um historiador competente que se especializou neste período da história é Edward Gibbon, autor do livro clássico sobre a "A história do declínio e queda do império romano"
A sua vitória em 312 sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio resultou na sua ascensão ao título de Augusto Ocidental, ou soberano da totalidade da metade ocidental do império. Ele consolidou gradualmente a sua superioridade militar sobre os seus rivais com o esfarelamento da Tetrarquia até 324, quando ele derrotou o imperador oriental Licínio, tornando-se imperador único.
Constantino reconstruiu a antiga cidade grega de Bizâncio, chamando-a de Nova Roma, dotando-a de um senado e ministérios cívicos semelhantes aos da antiga Roma. Após a sua morte foi renomeada de Constantinopla, tendo-se gradualmente tornado a capital do império.
Um anos depois do Concílio de Niceia (325), (pasmem)Constantino mandou matar seu próprio filho Crispus. Sufocaria depois sua mulher Fausta num banho sobreaquecido. Mandou também estrangular o marido de sua irmã, e chicotear até à morte o filho de sua irmã.
Ah, mas claro, certamente haverá (como sempre houve e há) quem diga que o "Espírito Santo" pairou sobre Constantino de modo que ele "escolhesse" bem o que iria compor a Biblia.
Precisa falar mais alguma coisa?
2007-11-22 09:01:14
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answer #8
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answered by TFX 2
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