O diagnóstico de alergia à penicilina deve ser adequadamente avaliado antes de se indicar outro medicamento para o tratamento da sífilis, e esta avaliação compreende, em primeiro lugar, um interrogatório eficiente que oriente para a real necessidade da realização dos testes de sensibilidade à penicilina que, na grande maioria dos casos, não são necessários.
A maioria das reações às penicilinas é de natureza relativamente benigna; as reações anafiláticas ocorrem em 10 a 40 por 100.000 injeções aplicadas, com aproximadamente 2 óbitos por 100.000. Muitos autores defendem a não realização dos testes de sensibilidade à penicilina. No entanto é muito comum, por parte de um grande número de médicos, a prescrição de penicilina "após teste" que, na maioria dos casos, são realizados de forma completamente incorreta, expondo o paciente ao mesmo risco de reação a que seria submetido caso recebesse a injeção da penicilina prescrita.
A história de alergia à penicilina só pode ser confirmada com a realização de testes adequados de sensibilidade, que não necessitam de recursos humanos especializados e que podem fazer parte da rotina de atividades de qualquer unidade de saúde.
TESTES CUTÂNEOS
Os testes são baseados na administração cutânea de volumes mínimos de penicilina G cristalina, na concentração de 10.000 UI/ml. São de dois tipos :
teste de puntura (ou " prick test "): deve ser realizado pingando-se uma gota da solução na face anterior do antebraço e pressionar a pele no centro da gota com um puntor plástico descartável ou com a ponta de uma agulha tipo insulina; o mesmo procedimento deverá ser feito no outro antebraço (ou no mesmo mantendo-se uma distância mínima de 2 cm) utilizando-se soro fisiológico (teste controle); esperar 30 minutos;
negativo: sem alterações locais quanto à cor da pele, prurido ou outro sinal; neste caso proceder em seguida ao teste intradérmico;
positivo: formação de pápula, eritema e/ou prurido locais; não é indicado fazer o teste intradérmico; neste caso é necessária a dessensibilização;
teste intradérmico: deve ser realizado apenas no caso do teste de puntura ser negativo; é feito injetando-se 0,02 ml da solução na derme da face anterior do antebraço, com agulha de insulina, deverá aparecer imediatamente no local uma pequena pápula; o mesmo procedimento deverá ser feito no outro antebraço (ou no mesmo mantendo-se uma distância mínima de 2 cm) utilizando-se soro fisiológico (teste controle); esperar 30 minutos;
negativo: sem alterações locais quanto à cor da pele, prurido ou outro sinal; neste caso estará descartada a possibilidade de reação alérgica imediata e grave e portanto poderá ser aplicada a penicilina;
positivo: aumento da pápula inicial, com ou sem eritema e/ou prurido locais; neste caso é necessária a dessensibilização.
DESSENSIBILIZAÇÃO
É feita com a administração oral de penicilina V (fenoximetilpenicilina potássica) em diluições gradativamente menores e em volumes inversamente maiores. Todo este processo deverá ser realizado em ambiente hospitalar ou onde se possa assegurar atendimento de urgência caso ocorram manifestações de alergia. Neste caso, a dessensibilização será interrompida e o tratamento alternativo instituído. O período de observação deverá ser de 30 minutos após o término do processo para que se possa proceder à administração parenteral de penicilina.
2007-09-30 02:07:00
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answer #1
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answered by Fábio Eudes da Silva 1
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Certas pessoas desenvolvem hipersensibilidade a agentes externos que entram em nosso corpo. É uma falha no organismo que faz com que nosso sistema imunológico reaja de maneira exagerada a um agente que é interpretado como uma ameaça. Num primeiro contacto coma droga, nada acontece. Num segundo contacto, desencadeia-se a reação alérgica. Nesse processo, uma série de reações são desencadeadas para anular esse agente. Muitas vezes essa reação é tão exagerada que pode até matar o organismo, como ocorre com o edema de cordas vocais ou o choque anafilático.
2007-09-30 20:32:57
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answer #2
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answered by Falco 7
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