O misticismo é uma forma de conhecimento superior que inclui práticas de tipo religioso como a meditação, a contemplação e a prece, visando à união íntima e direta do espírito humano com o princípio fundamental do ser.
Mas é preciso não confundir misticismo com religião. Embora essas palavras evoquem o sagrado e o divino, religião designa tradicionalmente o conjunto de crenças, dogmas, costumes, normas e ritos de certa comunidade que adora um mesmo Deus. As religiões têm em geral um fundador, um ou mais líderes, escrituras sagradas, templos para o culto público. Organizam-se e hierarquizam-se para propagar a fé e conquistar adeptos.
Com sua doutrina sobre a origem do mundo e do homem, o sentido da vida, o sofrimento e a morte e suas práticas litúrgicas, as religiões exercem poderosa influência sobre a conduta de seus seguidores e têm produzido místicos notáveis. O místico, todavia, não surge sempre de uma religião. Há místicos que não são religiosos, e religiosos que não são místicos, apesar de exercerem até a liderança religiosa.
A experiência mística não depende de organização nem hierarquia nem templos materiais nem escrituras sagradas, porque é uma percepção imediata do divino, uma atitude interior.
Muitas vezes o místico se indispõe com a religião a que pertence ou encontra sérias dificuldades dentro dela por causa de sua conduta mística que extrapola os costumes de sua comunidade. São Francisco de Assis e São João da Cruz, para só citarmos dois preeminentes santos do catolicismo, são bons exemplos disso em épocas diferentes. Eles, na verdade, contribuíram muito para o aprimoramento da religião, mas até que fossem reconhecidos por seu trabalho, tiveram de enfrentar a incompreensão de seus irmãos de fé, especialmente os que exerciam o poder político-eclesiástico.
Ser místico é viver profundamente a realidade divina dentro de si. Tal vivência é transformadora, porque a união com o divino faz com que o homem materializado pelas ilusões do mundo se transforme em homem espiritual.
Erro supor que a experiência mística requer a fuga do mundo. Quando o indivíduo vive sua realidade divina liberta-se do apego às coisas exteriores que o mundo oferece: lucros e perdas, prazeres e tristezas, honra e difamação, porque passa a desfrutar da felicidade interior que, por ser plena, dispensa os prazeres ilusórios e transitórios. Contudo, seu estado de bem-aventurança, longe de o isolar de seus semelhantes, faz com que se relacione melhor com todos os seres, sendo compreensivo, paciente, compassivo, magnânimo, generoso, caritativo e pacífico, qualidades típicas do altruísta.
2007-08-05 12:33:12
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answer #1
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answered by Maharet ® 6
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Simples, tudo isso é projetado no cérebro humano, através de reações químicas.
2007-08-05 19:00:36
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answer #2
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answered by ? 4
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