WDR escreveu em pergunta anterior:
“Dizer que a igreja católica continua inalterada durante os seus 1700 anos de existencia é faltar com a verdade e tapar o sol com a peneira.
Quantos dogmas foram proclamados desde a criação da igreja católica ?
Quantas mudanças de proceder ?
Esqueceu da venda de indulgencias ?
E agora, voltar a fazer missas em latim ???
Igreja católica carismática surgiu quando ???”
Caro WDR, você só reforçou a minha ideia quanto à sua ignorância histórica e relativa à Igreja Católica. Você afirmou-se católico por 18 anos, mas sem qualquer conhecimento da Doutrina da Igreja (foi mais Católico apóstata? A julgar pela sua mudança para uma seita protestante, presumo que sim).
Não vou perder muito tempo em lhe esclarecer os pontos que você mencionou, apenas esclareço o essencial, pois como você persiste no erro, penso que de nada vale este esclarecimento. No entanto:
- “Igreja Católica existe há 1.700 anos.” Você erra miseravelmente, pois ela existe mesmo há 2.000 anos. Um livro de história lhe apontou essa idade? Será que o livro não errou? Percebo sua aflição, pois você, e os seus demais colegas protestantes, afirmam que foi Constantino (Imperador), que fundou a Igreja Católica. Nada mais errado. Senão vejamos: se Constantino fundou uma religião e incentivou os pagãos a aderirem a essa religião, tal como afirmado por muitos, então nada mais natural que ele fosse o primeiro a ser baptizado. A palavra convence, mas é o exemplo que arrasta. Pelo contrário, a verdade é que Constantino somente deu liberdade à Igreja perseguida desde os Apóstolos, porque a visão da ponte Milvio lhe trouxe a vitória militar. Constantino levou o resto da vida para se converter de facto, e ser baptizado na hora da sua morte. O bem que Constantino fez à Igreja foi imenso, porém a sua atitude pessoal foi péssima até final da sua vida (inclusive favorecendo o paganismo em algumas ocasiões). Graças a Deus ele acabou por receber o Sacramento do Baptismo.
Também é erro histórico afirmar que Constantino tornou o Cristianismo a religião oficial do império em 313, pelo Édito de Milão. Ele apenas decretou que os Cristãos poderiam praticar livremente a sua religião (como vê, não fundou coisa nenhuma). Posso lhe dar mais um exemplo de como a Igreja Católica existe bem antes desse imperador: São Clemente foi o terceiro sucessor depois do Apóstolo Pedro, sobre quem foi fundada a Igreja de Cristo, e depois de São Lino (2º Papa), e de Santo Anacleto (3º Papa). No ano de 95 / 96, portanto ainda no século I da era cristã, e só 30 anos após o martírio de São Pedro (ou Apóstolo Pedro), São Clemente suplica para que se recebam os Bispos que tinham sido expulsos injustamente (São Clemente, Ep.59). Como vê, existem documentos oficiais nos quais estão registadas as histórias do passado da Igreja Católica, muito mais valiosos do que qualquer livro de história que queira fazer a sua própria história.
- “Quantos dogmas foram proclamados desde a criação da igreja católica ?” Aqui, mais uma vez, denota-se a sua ignorância relativamente ao que significa o dogma católico, que você pinta como mudança ou algo novo na Igreja. Mas para seu conhecimento, caro WDR, informo que um dogma Católico não é mais do que a afirmação daquilo que a Igreja sempre ensinou, ainda ensina, e sempre ensinará. Dogma não é algo novo, nem um ensinamento novo que se introduz na Igreja a partir dessa data. É a reafirmação da Doutrina Católica que, como sempre disse e direi, se mantém inalterável já por 2.000 anos. A Igreja sempre proclama dogmas para combater erros e heresias, e não para introduzir um novo ensinamento. Esta última parte é próprio de seitas protestantes, que alteram as suas doutrinas, refutando antigas e introduzindo novas, conforme a sua conveniência momentânea. Uma prova disso é o constante pulular de seitas novas que aparecem de ano a ano, que não são mais do que ramificações do Protestantismo.
- Mudanças de proceder? Tem que me apontar pelo menos uma, mas que seja ensinada pela doutrina católica. Das duas uma: ou são heresias que se introduziram na própria Igreja, mas condenadas pela Sua Doutrina, ou é pura invenção sua e dos demais.
- Esqueceu da venda de indulgencias ? Primeiro que tudo, tem que me definir o que é uma indulgência. Talvez nem saiba o que é. Segundo, dizer que a Igreja vendia indulgências, é de tal modo absurdo, que basta dizer que não se pode subornar Deus, e que então não se pode vender o perdão que só cabe a Deus. Portanto, a Igreja nunca vendeu indulgências. Assim, não é possível nem comprar, nem vender indulgências, e se alguém no passado falsamente as vendeu, de certeza que não foi a Igreja Católica, mas sim Padres, Bispos, etc, e que os mesmos cometeram enorme sacrilégio, que é um pecado gravíssimo. Portanto, caro WDR, primeiro, informe-se bem, depois fale. Falar sobre a venda de indulgências é fácil, porém dizer que foi a própria Igreja a fazer isso, é mais difícil. Neste caso, a acusação protestante (foi Lutero que falou sobre a suposta venda de indulgências) não tem qualquer fundamento.
- E agora, voltar a fazer missas em latim ??? Caro WDR, para lhe responder a isto, teria que lhe falar sobre uma série de coisas, que penso não valer a pena, já que você não acredita na Igreja Católica. Teria que lhe falar sobre o Terceiro Segredo de Fátima, sobre a apostasia que se introduziu na própria Igreja desde o Concílio Vaticano II, etc, para lhe explicar o porquê desta mudança. Fique com a sua dúvida e incerteza.
- Igreja católica carismática surgiu quando ??? Este ponto insere-se exactamente no mesmo ponto anterior. Para lhe explicar a Renovação Católica Carismática (e não igreja católica carismática, como você erradamente chamou), teria que lhe falar da apostasia. Novamente, fique com a sua dúvida e incerteza. Se um dia quiser, então aí sim, lhe explicarei com todo o prazer.
Por isso WDR, quanto mais perguntas você me faz, achando que a Igreja está fora da Bíblia, mais lhe respondo que o contrário é que acontece precisamente, como não podia deixar de ser, uma vez que a Igreja Católica Apostólica Romana, é a Igreja de Cristo, fundada sobre Pedro.
No entanto, você se enterra miseravelmente ao tentar afirmar, em vão, que na Igreja Católica houve mudanças doutrinais. E se enterra porquê? Porque se formos a falar da sua seita, as Testemunhas de Jeová, aí sim, encontramos uma lista interminável de mudanças doutrinais, aquilo que já chamei de “ora aceita, ora rejeita, ora aceita novamente”. E como a lista é interminável, não as posso citar todas, mas lhe citarei algumas. Mas primeiro que tudo, vou lhe expor o seguinte:
- O que aconteceu com a sua seita em 1995? Soube? Ou finge não saber? Vou ajudar:
O ano de 1995 foi chave para os "testemunhas", porque a geração de 1914, tanto profetizado pelas testemunhas, nesse ano, deixou de ser…
E a razão é a seguinte: em 1914, um dos anos em que o mundo acabaria, como o mundo teimou em não acabar, os "testemunhas" da época disseram que Cristo havia voltado (invisivelmente, é claro), e que o mundo, TAL QUAL O CONHECEMOS, havia de facto acabado, dando início a uma nova era.
Distorcendo a passagem de São Mateus (XXIV, 34), entenderam então literalmente que aquela geração (de 1914) não passaria sem ver o Reino, e que portanto, o mundo acabaria para valer, em breve.
Marcaram então o Armagedon para 1918, depois para 1925, 1941 e 1975, sem que ele finalmente chegasse. Foram, evidentemente, obrigados a estender a duração de uma geração, de 40 anos inicialmente, para 60, 70 e finalmente 80 anos. Daí chegamos ao ano de 1995, onde aqueles que eram bebés em 1914, teriam 80 anos, e seriam inequivocamente a geração profetizada, que veria o Reino. Portanto, mais do que nunca, o fim estaria próximo.
Mas 1995 ia passando, e o mundo seguia firme; em Novembro desse ano, os líderes da seita decidiram dar um adiamento indefinido ao fim do mundo, dando à palavra geração um sentido mais largo, podendo significar qualquer geração no futuro, passando então a não mais marcar nenhuma data. Continuava porém o clima escatológico, que é o grande impulsionador do aumento das "vocações" testemunhais.
A saída era perfeita, era só passar uma borracha no passado e ninguém mais poderia acusar as "testemunhas" de irem contra as Escrituras, neste ponto.
Só havia um pequeno problema: é que os da geração de 1914 não gostaram nem um pouco da ideia, pois passaram toda a sua vida dedicados à seita, aguardando para passar à vida eterna sem morte, sem dor, e entre os pouco escolhidos.
Na verdade ficaram umas feras com o calote...
A consequência foi a saída de muitos, e a denúncia pública das loucuras que ocorriam por trás das "Torres de vigia" (Watchtower). Por exemplo, ficou notório o caso de Raymond Franz (que saiu em 1980-81), que foi um dos líderes da seita por vários anos (do Corpo Governante), e que acabou saindo e escrevendo um sugestivo livro: Crise de consciência. O senhor certamente não leu, pois é vetado às "testemunhas" contacto com quaisquer dissidentes ou obra destes...
E quanto a marcar o fim do mundo, que você tem a dizer, por exemplo, do livro de sua seita "Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão", de 1920. O título já diz tudo...
Mas há mais:
Romanos X, 12-16:
Na revista Watchtower de 1/2/1977 (p.95) está dito que a identidade de "Senhor" no versículo 12 não pode ser determinada; já na Watchtower de 1/5/1978 (p.12) se diz que o versículo 13 se refere a Cristo; enquanto na Watchtower de 1/2/1980 (p.16), se diz que o mesmo versículo 13 se refere a "Jeová"!
E mais ainda: na Watchtower de 1/12/1903 (p.3282), o versículo 14 se refere a Jesus, enquanto na Watchtower de 1/7/1940 (p.200), o mesmo versículo 14 está falando de "Jeová"!
Segundo, sobre o trecho do Apocalipse, XXII, 12-13:
Na revista Awake! (Despertai!) de 22/8/1978 (p.28) se afirma que o versículo 12 se refere a "Jeová"; na Watchtower de 1/10/1978 (p.15), se diz que os versículos 7, 12 e 20 se referem a Cristo! (Todos os trechos citados em "Index of Watchtower errors", Ed. Baker, pág. 10, de David A. Reed)
Cristo, para as TJ, era Deus, agora já não é mais...
Assim também com a questão das vacinas e os transplantes, proibidos no começo, permitidos depois...
E o contrário ocorreu com a transfusão de sangue, permitido primeiro, condenado depois (desde 1940).
Procure informar-se melhor sobre sua seita, afinal o próprio Russel dizia que as datas não eram suas, mas de Deus ("God’s dates, not ours"; revista Watchtower, de 15 de Julho de 1894 - citado em "Index of Watchtower errors", Ed. Baker, pág. 10, de David A. Reed, ex-testemunha de Jeová)...
Depois, vem tentar nos demonstrar que a Igreja Católica é que é contraditória. Claro que irá sempre dizer que as datas para o fim do mundo eram apenas expectativas, bla bla bla. Expectativas??? Ou foi o Corpo Governante que as lançou no ar??? Criaram alguma expectativa? Milhões que viviam em 1920 estão praticamente todos mortos, enquanto sua seita dizia que iriam viver! Alguma expectativa? Tantos enganados por anos a fio, dedicando-se à sua seita com a esperança de ver o paraíso. Sinceramente WDR. Mudanças verdadeiras há sim, e constantemente, na sua seita, como as demais seitas protestantes, não na Igreja Católica, que é Verdadeira.
As seitas nascem quase que diariamente, a sua foi apenas mais uma delas, que pelo louco Russel, que era Adventista (viu até onde chega a contradição e heresia protestante?) viu a luz do dia em 1870…antes não havia essa seita…
Aliás, foi característica destas seitas que surgiram nestes últimos 150 anos se dizerem as únicas continuadoras do verdadeiro cristianismo. Se funciona em seus círculos fechados, não resiste porém à mínima crítica histórica, e nem mesmo ao bom senso...
Coloquemos então uma dificuldade bíblica, já que a histórica é ignorada por eles: Cristo prometeu a perenidade e assistência contínua à sua Igreja, como vemos em São Mateus, XVI, 18 e XXVIII, 20; São João, XIV,16, e segundo as "testemunhas", a Igreja se corrompeu com Constantino no século IV.
Pergunta: onde esteve a Igreja este tempo todo (do século IV ao XIX – altura em que foi fundada a sua seita)? Perenidade e corrupção são incompatíveis, caro WDR.
E mais poderia estar aqui a dizer, mas penso que não vale a pena…
Passe bem.
2007-07-17
10:55:10
·
9 respostas
·
perguntado por
Rapaz_30
2
em
Sociedade e Cultura
➔ Religião e Espiritualidade