O criacionismo é ignóbil, e uma das suas mais ginasticadas deambulações é a dos elos perdidos. Da história ficcional infantil de escrita entediante, rabiscada em surrealismos de tasco apinhado em vinhos reles e pataniscas de 15 dias, chega-nos a visão criacionista, vista e revista em cerca de 50 páginas. Ou Gênesis.
Os fatos encaixam na teoria Evolucionista tal qual luvas de látex nas mãos, ou profiláticos no pênis, deixando a correspondência contrária às teses criacionistas, que se ambientam aos fatos tal qual os peixes se ambientam facilmente ao deserto do Deserto do Saara.
Elos perdidos existem sempre e sempre existirão, neste ou noutro qualquer contexto. Entre dois pontos diferentes podemos definir um número infinito de pontos intermédios. Ao ser descoberto um fóssil a que chamaremos 1, que evolui para outro também descoberto denominado 2, virão os criacionistas com a teoria do elo perdido, pois não existe um fóssil 1,5. Caso um dia seja descoberto um fóssil denominado 1,5 virão novamente os criacionistas ainda com mais argumentos, pois desta vez conseguem ver 2 elos perdidos, o 1,25 e o 1,75. A situação pode prolongar-se ad nauseam.
Aplicando este raciocínio ao quotidiano de devotos religiosos cristãos poderemos indagar se estes alguma vez poderão sair de casa para ir até uma paróquia, visto que entre o ponto de partida e o de chegada existem infinitos pontos intermédios de passagem.
2007-06-22
02:53:35
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Xan
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Sociedade e Cultura
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