Doença de Crohn
A doença de Crohn (enterite regional, ileíte granulomatosa, ileocolite) é uma inflamação crônica da parede intestinal. Tipicamente, a doença afeta toda a espessura da parede intestinal. Mais comumente, ela ocorre na porção mais baixa do intestino delgado (íleo) e no intestino grosso, mas pode ocorrer em qualquer parte do trato digestivo, da boca ao ânus, e mesmo na pele perianal. Nas últimas décadas, a doença de Crohn tornou-se mais comum tanto nos países ocidentais quanto nos países em desenvolvimento.
A sua incidência é a mesma para ambos os sexos. Ela é mais comum entre judeus e tende a ocorrer em famílias que também apresentam uma história de colite ulcerativa. A maioria dos casos começa antes dos 30 anos de idade, sobretudo entre os 14 e os 24 anos. Em cada indivíduo, a doença afeta áreas específicas do intestino, algumas vezes com áreas normais (intercaladas) entre as áreas afetadas. Em aproximadamente 35% dos casos, somente o íleo é afetado. Em aproximadamente 20%, somente o intestino grosso é afetado e, em cerca de 45%, tanto o íleo quanto o intestino grosso são afetados. A causa da doença de Crohn é desconhecida. As pesquisas têm centrado a atenção sobre três possibilidades principais: uma disfunção do sistema imune, uma infecção e a dieta.
Sintomas e Complicações
Os sintomas iniciais mais comuns da doença de Crohn são a diarréia crônica, a dor abdominal tipo cólica, a febre, a perda do apetite e a perda de peso. O médico pode sentir à palpação uma massa ou uma sensação de plenitude na região abdominal inferior, mais freqüentemente no lado direito. As complicações comuns da inflamação incluem o desenvolvimento de uma obstrução intestinal, canais comunicantes anormais (fístulas) e abcessos. Pode ocorrer a formação de fístulas que conectam duas porções diferentes do intestino.
Elas também podem conectar o intestino à bexiga ou o intestino à superfície cutânea, especialmente em torno do ânus. A perfuração do intestino delgado é uma complicação rara. Quando o intestino grosso é afetado pela doença de Crohn, o sangramento retal é comum. Após muitos anos, o risco de câncer do intestino grosso aumenta. Aproximadamente um terço dos indivíduos com essa patologia apresenta problemas em torno do ânus, especialmente fístulas e fissuras no revestimento da membrana mucosa do ânus. A doença de Crohn está associada a determinados distúrbios que afetam outras partes do corpo como, por exemplo, litíase biliar (cálculos biliares), absorção inadequada de nutrientes e depósitos de amilóide (amiloidose).
Quando a doença de Crohn causa uma exacerbação de sintomas gastrointestinais, o indivíduo também pode apresentar inflamação articular (artrite), inflamação da esclera (episclerite), lesões na boca (estomatite aftosa), nódulos cutâneos inflamados nos membros superiores e inferiores (eritema nodoso) e lesões cutâneas azul-avermelhadas contendo pus (piodermatite gangrenosa). Mesmo quando a doença de Crohn não é a responsável pela exacerbação dos sintomas gastrointestinais, o indivíduo pode apresentar inflamações da coluna vertebral (espondilite ancilosante), das articulações pélvicas (sacroileíte), do interior do olho (uveíte) e dos ductos biliares (colangite esclerosante primária).
Em crianças, os sintomas gastrointestinais (p. Ex., dor abdominal e diarréia) freqüentemente não são os sintomas principais e, inclusive, podem não ocorrer. O sintoma principal pode ser a inflamação articular, a febre, a anemia ou o crescimento lento. Alguns indivíduos recuperam-se completamente após apresentar uma crise única afetando o intestino delgado. No entanto, a doença de Crohn normalmente manifesta-se em intervalos irregulares ao longo da vida do indivíduo. As exacerbações podem ser leves ou graves, breves ou prolongadas. Desconhece-se a razão do surgimento e do desaparecimento dos sintomas e o que desencadeia novos episódios ou determina a sua gravidade. A inflamação tende a recorrer na mesma área do intestino, mas ela pode disseminar-se a outras áreas após a remoção cirúrgica da área doente.
Diagnóstico
O médico pode suspeitar da doença de Crohn em qualquer indivíduo que apresente dor abdominal tipo cólica recorrente e diarréia, sobretudo quando ele também apresentar inflamação articular, oftálmica e cutânea. Não existe um exame laboratorial que estabeleça o diagnóstico da doença de Crohn, mas os exames de sangue podem revelar a existência de uma anemia, um aumento anormal de leucócitos, uma concentração baixa de albumina e outras alterações sugestivas de inflamação.
O enema baritado (exame radiológico do intestino, após ingestão de contraste - bário) pode revelar o aspecto característico da doença de Crohn no intestino grosso. Se o diagnóstico ainda permanecer duvidoso, a colonoscopia (exame do intestino grosso com o auxílio de um tubo de visualização direta, flexível) e a biópsia (remoção de amostras de tecido para exame microscópico) podem ajudar na confirmação do diagnóstico. Embora a tomografia computadorizada (TC) possa revelar as alterações da parede intestinal e identificar abcessos, ela não é realizada de rotina como um exame de diagnóstico precoce.
Tratamento e Prognóstico
Não existe um tratamento curativo para a doença de Crohn. No entanto, muitos tratamentos ajudam a reduzir a inflamação e a aliviar os sintomas. As cólicas e diarréia são aliviadas com a administração de medicamentos anticolinérgicos, difenoxilato, loperamida, tintura desodorizada de ópio ou codeína. Esses medicamentos são administrados pela via oral, preferencialmente antes das refeições. Algumas vezes, o uso de preparações de metilcelulose ou de psílio pela via oral ajuda a evitar a irritação anal, pois elas tornam as fezes mais consistentes. Os antibióticos de amplo espectro (antibióticos que são eficazes contra muitos tipos de bactérias) são freqüentemente prescritos.
O metronidazol pode ajudar a aliviar os sintomas da doença de Crohn, principalmente quando ela afeta o intestino grosso ou causa a formação de abcessos e fístulas em torno do ânus. Entretanto, quando ele é utilizado de forma prolongada, pode lesar nervos e acarretar sensação de formigamento nos membros superiores e inferiores. Com a suspensão do medicamento, esse efeito colateral desaparece, mas a recorrência da doença de Crohn após a interrupção do metronidazol é comum.
A sulfasalazina e os medicamentos relacionados quimicamente a ela podem suprimir a inflamação discreta, especialmente a do intestino grosso. Contudo, essas drogas são menos eficazes nas exacerbações repentinas e graves. Os corticosteróides (p. Ex., prednisona) podem reduzir de forma dramática a febre e a diarréia, aliviam a dor e a sensibilidade abdominal e melhoram o apetite e a sensação de bemestar. No entanto, a terapia olongada com esses medicamentos invariavelmente acarreta efeitos colaterais graves. Geralmente, são administradas doses elevadas para aliviar a inflamação e os sintomas importantes.
Em seguida, a dose é reduzida gradativamente e o uso do corticosteróide é interrompido assim que for possível. Os medicamentos que alteram as ações do sistema imune (p. Ex., azatioprina e mercaptopurina) são eficazes no tratamento da doença de Crohn não responsiva a outros medicamentos e sobretudo na manutenção de longos períodos de remissão. Esses medicamentos melhoram bastante o estado geral do paciente, reduzem a necessidade de corticosteróides e, freqüentemente, curam as fístulas. No entanto, essas drogas comumente tornam-se ineficazes após 3 a 6 meses e podem produzir efeitos secundários potencialmente graves. Por essa razão, o médico deve controlar rigorosamente o paciente que fizer uso, verificando a ocorrência de alergias, inflamação do pâncreas (pancreatite) e redução da contagem leucocitária. As fórmulas dietéticas específicas, nas quais cada componente nutricional é medido com precisão, podem melhorar os quadros de obstrução ou as fístulas intestinais, pelo menos por um curto período de tempo. Além disso, elas também ajudam as crianças a ter um crescimento adequado. Essas dietas podem ser tentadas antes ou juntamente com a cirurgia. Ocasionalmente, os pacientes necessitam de nutrição parenteral total ou de hiperalimentação, na qual nutrientes concentrados são administrados através da via intravenosa para compensar a má absorção dos nutrientes típica da doença de Crohn. Quando ocorre obstrução intestinal ou quando os abcessos ou as fístulas não curam, a cirurgia pode ser necessária. A remoção cirúrgica de áreas doentes do intestino pode aliviar os sintomas indefinidamente, mas ela não cura a doença.
A inflamação tende a recorrer na área da junção (anastomose) do intestino remanescente. Uma segunda cirurgia é necessária em quase 50% dos casos. Conseqüentemente, a cirurgia é reservada somente para os casos que apresentam complicações específicas ou de fracasso da terapia medicamentosa. Em geral, a maioria dos indivíduos submetidos à cirurgia considera a sua qualidade de vida melhor do que era antes da sua realização. Normalmente, a doença de Crohn não encurta a vida do doente. Entretanto, alguns indivíduos morrem de câncer do trato digestivo, que pode ocorrer na doença de Crohn de longa duração.
Padrões Comuns da Doença de Crohn
Os sintomas diferem entre os indivíduos com doença de Crohn, mas existem quatro padrões comuns:
• Inflamação com dor e sensibilidade na região abdominal inferior direita
• Obstruções intestinais agudas recorrentes que causam espasmos dolorosos intensos da parede intestinal, aumento de volume abdominal, constipação e vômito
• Inflamação e obstrução intestinal parcial crônica que causa desnutrição e fraqueza crônica
• Canais anormais (fístulas) e bolsas de pus (abcessos) que freqüentemente causam febre, massas dolorosas no abdômen e perda de peso importante
ok
2007-04-27 08:09:57
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answer #1
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answered by M.M 7
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Não seria doença de Crohn? Se for, trata-se de uma doença inflamatória intestinal de evolução crônica, que cursa com dor abdominal, podendo haver fístulas, obstruções, febre, diarréia, perda de peso. Pode acometre qualquer segmento do tubo intestinal desde a boca até o ânus. Em alguns casos grave, é necessário se fazer ressecção de amplos segmentos do intestino. A causa da doença é desconhecida, acreditando-se ser de origem auto-imune. O tratamento é com certos tipos de droga de ação anti-inflamatória.
2007-04-27 18:00:47
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answer #2
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answered by Falco 7
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È DOENÇA DE CROHN
A Doença de Crohn caracteriza-se por inflamação crônica de uma ou mais partes do tubo digestivo, desde a boca, passando pelo esôfago, estômago, intestino delgado e grosso, até o reto e ânus. Na maioria dos casos de Doença de Crohn, no entanto, há inflamação do intestino delgado; o intestino grosso pode estar envolvido, junto ou separadamente. A doença leva o nome do médico que a descreveu em 1932.
2007-04-27 15:13:07
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answer #3
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answered by Ycleg 4
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Entre tantos desafios ligados à promoção da saúde, como a descoberta de novos medicamentos, pesquisas que nos façam entender os mecanismos fisiológicos que permitem as doenças se desenvolverem e mesmo a promoção das condições mais básicas de manutenção da saúde das comunidades, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde e a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, realizou esta semana um encontro histórico de saberes transformadores.
Com a proposta de discutir a “base filosófica e prática de uma ciência nova alicerçada no autoconhecimento e no reconhecimento de que a vida é a expressão máxima das energias criadoras e, portanto, fonte geradora de saúde e bem estar”, o I Encontro de Educação para a Vida marca uma nova página nas vidas daqueles que tiveram a oportunidade de assistir – no distante e bucólico bairro de Jacarepaguá, no Instituto Juliano Moreira e ex-sede do hospital psiquiátrico – o diálogo de personalidades mundialmente conhecidas por seus pensamentos transformadores e por suas ações de conscientização e redescoberta daquilo que consideramos vida.
O cuidado para com os seres vivos, a Terra e todo o ambiente que nos vemos envoltos permeou todas as apresentações nos dois dias do encontro. A visão antropocêntrica, tão comum em nosso dia-a-dia, não foi sequer lembrada nesses dois dias de prática, vivência e aprendizado. A tranqüilidade proporcionada pela localização alheia aos distúrbios da cidade em movimento permitiu que os conferencistas nos introduzissem em seus conhecimentos e históricos de cuidado, amor e ligação com a Natureza. Leonardo Boff, David Crow, Ana Primavesi e Nina Rosa Jacob deixaram plantadas nas terras distantes de Jacarepaguá, as sementes de um novo conceito, ou mesmo cultura, em saúde a ser pesquisado e desenvolvido pela Fiocruz.
Leonardo Boff
A primeira apresentação, de Leonardo Boff, ex-padre defensor da Teologia da Libertação e atualmente engajado nos preceitos da ‘Carta da Terra’, nos introduziu à percepção da grandiosidade da casa em que vivemos; como uma unidade, seres humanos e a Terra comungam como único ser.
Esta visão que engloba, sem generalizar, a existência sob uma perspectiva complexa e que interliga toda a diversidades de seres com seus respectivos habitat e com o todo, é hoje alvo de infindáveis pesquisas ligadas à fÃsica quântica, astrofÃsica, biologia, fisiologia, quÃmica e etc. A ciência, que tanto nos separou da totalidade e da crença em forças invisÃveis e em princÃpio inexplicáveis, hoje nos possibilita rever tais conceitos sob a ótica da universalidade, possibilitando assim a criação de uma cultura voltada a interesses menos subordinados e restritos.
As condições em que se encontram, atualmente, nosso sistema vivo urgem modificações de pensamento e inclusive de sentimento. Para Boff o momento de cuidarmos da vida e de nós mesmos não pode ser deixado para amanhã, para as próximas gerações que talvez nem tenham a oportunidade de vir como nós viemos. Para Boff é hora de renascimento para a humanidade já nascida.
David Crow
à tarde do dia 11 foi a vez de David Crow, norte-americano que durante 10 anos peregrinou pelas montanhas longÃnquas do Himalaia, trazendo ao ocidente conhecimento e ervas da medicina Ayurvédica e Tibetana. Estudando com monges e cientistas, Crow aprendeu as práticas da medicina repassada através de meditações, visualizações de Buda e entoação de mantras. A medicina contemplativa aprendida por Crow tem muito a ensinar aos ocidentais, assim como os ocidentais têm muito a nos ensinar. Segundo ele, a medicina Tibetana é capaz de curar os males que a medicina ocidental não consegue, tal como o câncer, e a medicina ocidental é capaz de tratar os nossos, como aqueles trazidos pela miséria.
Percebendo que a poluição ambiental e a destruição dos ermos bosques onde se encontram as plantas da medicina oriental colocam em risco a continuação de tais práticas medicinais ancestrais, David buscou encontrar alternativas ao tratamento de seus pacientes. Sendo cada vez mais valorizados pela grande demanda, os medicamentos herbáreos, produzidos através de técnicas e cuidados milenares, começaram a impossibilitar grande parte dos tratamentos de Crow, e foi assim que ele iniciou seus ‘Learning Gardens’.
Há cinco anos, Crow iniciou uma democratização de seus tratamentos, ensinando a seus clientes a plantar, colher e fabricar seus próprios medicamentos. Uma pequena revolução já ensinada pelo Buda da medicina, entendido por Crow em seus estudos no Himalaia. A experiência de plantar e colher seu próprio jardim fez Crow perceber que as pessoas envolvidas iniciam um processo de mudança comportamental e também de pensamento, voltando-se a entender à grandiosidade do Reino Vegetal como também do planeta como um todo.
As experiências de Crow multiplicaram-se por todo os Estados Unidos, onde dezenas de unidades estão em funcionamento em escolas, parques, propriedades particulares e muitas delas em centros urbanos. Neste ponto Crow demonstrou sua preocupação para quando uma possÃvel escassez de energia impossibiltar a obtenção de alimentos, já que dependemos de alimentos trazidos de locais extremamente distantes.
Junto ao trabalho na sociedade norte-americana, Crow desenvolve a restauração de comunidades em todo o planeta. Reabilitando, ensinando e assim desenvolvendo economias auto-sustentáveis e ambientalmente saudáveis, através da produção de óleos essenciais extraÃdos de plantas muitas vezes em risco de extinção pelos mais diversos cantos, entre todos os continentes.
Esse trabalho andarilho, árduo e muitas vezes solitário para Crow é gratificante, quando projetado em dimensões cósmicas como a criação de uma cultura espiritual, fruto de uma sociedade sadia em seus corpos, em seu ambiente e em sua consciência. A doença, segundo Crow, é resultado da carência e dos excessos, a carência tanto pode ser de nutrientes quanto de afeto, e assim são os excessos. E a saúde do homem é resultado de si e de todo o meio em que se encontra, portanto um planeta doente é resultado do homem e vice-versa.
2007-04-27 15:09:59
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answer #4
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answered by gatopreto 5
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