É verdade Hélio. . .
Também é extenso, mas vale a pena ler. . .
Veja,
Vinte anos depois da morte do imperador Constâncio, os trinitários continuavam empenhados em suas crenças, e decididos a que sua doutrina se difundisse e fosse mais reconhecida, o imperador Teodósio (antiariano) convocou o Concílio de Constantinopla, em 381 E.C. Neste foi confirmado o credo niceno e se acrescentou algo mais: o espírito santo é consubstancial com o Pai e o Filho, é Deus e a terceira pessoa da Trindade. Ou como literalmente foi chamado: “Senhor e dador da vida”.
Também depois do acordado em Constantinopla, passaram-se séculos antes que a doutrina da Trindade fosse aceita através de todo aquele denominado cristianismo. A New Catholic Enciclopedia Ibíd., página 436 diz: “No Ocidente [...] parece ter predominado um silêncio geral com respeito a Constantinopla e seu credo”. Esta fonte mostra que o credo deste concílio não foi reconhecido em todas as partes do Ocidente senão desde o século VII ou o VIII. Outra fonte de informação revela um dado bastante interessante:
“A Igreja Oriental não conheceu o credo senão após o século XII. Desde o século XVII os eruditos em geral têm concordado em que o Credo de Atanásio não foi escrito por Atanásio (que morreu em 373), senão que provavelmente foi composto no sul da França durante o século V. [...] A influência desse credo parece ter-se visto principalmente no sul da França e na Espanha nos séculos VI e VII. Foi usado na liturgia da igreja na Alemanha no século IX e algum tempo depois em Roma” (The New Encyclopædia Britannica, 15ª edição, 1985, Micropædia, tomo 1, página 665).
Todavia, no ano 451 E.C., foi celebrado outro concílio em Calcedônia, acerca dos aspectos que poderiam complicar a doutrina da Trindade, que continuava crescendo. Neste concílio se estabeleceu que Jesus tinha duas “naturezas”, para assim poder anular qualquer texto bíblico que indicasse que o Pai fosse maior que o Filho. Ainda que o Ocidente tenha aceitado o credo emitido por este concílio, as igrejas orientais não concordaram com ele, e isto levou a formação das Igrejas Copta no Egito e Abissínia e das Igrejas “jacobitas” da Síria e Armênia.
Desde o século V, Roma não voltou a ter nenhum imperador ariano. Contudo, isso não significou o fim do arianismo como religião nacional. Vez após vez Roma foi tomada por invasores alemães arianos. Porém, a Igreja Católica finalmente conseguiu acabar com estes grupos remanescentes, a maioria das vezes por meio de ação militar. Isto ocorreu enquanto Justiniano era imperador de Roma, lançando uma forte perseguição contra os arianos, judeus e samaritanos. Por volta dos séculos VII e VIII o arianismo havia desaparecido como religião nacional.
Embora o arianismo posterior à morte de Ário fosse movido por atividades políticas e militares, suas crenças básicas acerca de Deus e Cristo estavam baseadas nas Escrituras Sagradas. Nos séculos posteriores a morte do arianismo como religião, existiram muitas pessoas que, mesmo vivendo sob o domínio de uma religião trinitária, perceberam pelo seu estudo das Escrituras que o Pai sempre é maior que o Filho e que não existe um Deus composto de três pessoas.
Veja alguns antitrinitários na Idade Média. . .
Os albigenses
Como grupo separado da Igreja de Roma, os albigenses (ou cátaros), surgiu no século XII no sul de França e tinha muitos seguidores, especialmente no povoado de Albi. Igual a religião tradicional, tinham sua própria classe clerical celibatária e esperavam que se lhes saudassem com reverência. Além de rechaçar a Eucaristia, o inferno e o purgatório, aceitavam aquelas noções que uma vez foram pregadas por Ário, considerando a Trindade como um de tantos outros erros vigentes.
Em 1229 uma legião de cruzados católicos matou a 20.000 homens, mulheres e crianças em Béziers, França. Quando derrotaram a estes “herejes” se alcançou certa paz.
Outros personagens importantes da Idade Média que se caracterizaram por rechaçar a Trindade foram:
Wolfgang Fabrício Capito (1478-1541)
Martin Cellarius (1499-1564)
João Campanus (1500-1575)
Thomas Emlyn (1663-1741)
Miguel Servet
Miguel Servet Conesa nasceu em 29 de setembro de 1511 em Villanueva de Sijena (Espanha). Era teólogo e médico. Recebeu uma formação católica desde a sua infância. A partir de 1530, Servet inicia uma viagem sem retorno pelas principais cidades da reforma protestante. Primeiro se dirige a cidade suíça de Basiléia, onde se hospeda na casa do reformador Ecolampadio.
É possível que já nessa época Servet tivesse compartilhado com Ecolampadio seu pensamento crítico com respeito ao dogma da Trindade. Após discutir com Ecolampadio, Servet se vê obrigado a abandonar apressadamente Basiléia. Em maio de 1531, Servet se encontra em Estrasburgo, cidade situada na atual fronteira franco-alemã, donde entrará em contato com os reformadores Capito e Bucero.
Em 1531, publicou a obra De Trinitatis erroribus (Erros da Trindade), chamando a essa doutrina de “um erro filosófico”. Denunciou que essa doutrina não podia ser entendida, que era impossível na ordem natural das coisas e que até pode ser considerada blasfema.
“Expressar-se com tanta franqueza lhe custou a condenação pela Igreja Católica, porém foi o fundador do calvinismo, João Calvino, quem se encarregou de prendê-lo e executá-lo. A sentença de morte dizia assim:
“Contra Miguel Servet no Reino de Aragão, na Espanha: Porque seu livro chama a Trindade demônio e monstro de três cabeças; porque contraria às Escrituras dizer que Jesus Cristo é filho de Davi; e por dizer que o batismo de crianças pequenas é uma obra de bruxaria, e por muitos outros pontos, artigos e execráveis blasfêmias com as que o livro está assim dirigido contra Deus e a sagrada doutrina evangélica ‘Restituição do cristianismo’, para seduzir e defraudar aos pobres ignorantes.
Por estas e outras razões te condenamos, M. Servet, a que te atem e levem ao lugar de Champel, que ali te sujeitem a uma estaca e te queimem vivo, junto a teu livro manuscrito e impresso, até que teu corpo fique reduzido a cinzas, e assim termines teus dias para que fique como exemplo para outros que queiram cometer o mesmo.”
Em 27 de outubro de 1553 foi queimado vivo na fogueira com um de seus livros preso a sua coxa. Morreu enquanto orava a favor de seus inimigos e recusava retratar-se. Alguns espectadores, impressionados com aquilo, chegaram a repudiar a doutrina da Trindade.”
Uma testemunha que estava junto de Servet, durante os últimos momentos de sua vida, relata que no dia em que foi queimado, sua cabeça estava cheia de piolhos e sua barba estava comprida havia semanas; quando foi encerrado na cadeia, estava com um olhar abatido. O carrasco ateava fogo em seu rosto, e utilizaram lenha verde para tornar esse momento mais horroroso. Suas últimas palavras foram: "Ó Jesus, filho do Eterno Deus, tem compaixão de mim!", e depois de meia hora seu corpo havia sido convertido em cinzas.
Tem-se dito que o grande reformador espanhol Casiodoro de Reina (tradutor da Bíblia conhecida hoje como "Reina-Valera"), chorou ao contemplar o lugar em Genebra onde foi queimado Miguel Servet, e que desde então foi considerado suspeito de estimar idéias antitrinitárias.
Calvino justificou seu assassinato com a desculpa de que se a Igreja Católica queimava a gente inocente que negavam suas falsas doutrinas, por que não haveria de se queimar a quem negava uma doutrina verdadeira. É evidente que o fanatismo e ódio desse reformador protestante cegaram os princípios cristãos nos quais supostamente cria.
Os socinianos
Lélio Socini, da Itália, depois de ter lido os escritos de Servet, chegou a conclusão de que a Trindade não tinha base bíblica. Por temer ser pego pela Inquisição, viajou à Polônia, e encontrou um grupo de anabatistas que se autodenominava: “Os irmãos que rechaçaram a Trindade”.
Mais tarde, os que apoiavam as idéias de Socini ficaram conhecidos como socinianos, e trataram como nenhum outro grupo surgido na Reforma de apegar-se às Escrituras. Rechaçaram todos os rituais católicos assim como seus sacramentos. Não iam as guerras, e muitos morreram por manter esta postura bíblica. Tinham elevadas normas morais e expulsava-se aos que não viviam de acordo com sua interpretação das Escrituras. Utilizavam o nome de Deus, Jeová. Negavam a doutrina da imortalidade da alma e o inferno de fogo. Mas a sua principal característica é que rechaçavam a Trindade e, de fato, a refutavam.
A Igreja Reformada Menor, nome oficial dos socinianos, floresceu na Polônia durante 100 anos. Eram odiados por católicos e protestantes. O próprio Socini foi atacado e golpeado. A perseguição dos socinianos começou então a aumentar. Em 1611, um sociniano rico foi despojado de suas propriedades e sentenciado a que lhe fosse cortada a língua, o decapitassem, lhe cortassem uma mão e um pé e após isso, o queimassem. Deveras, se tão somente mudasse de religião, poderia seguir vivendo em paz. Não cedeu. Encarou então impavidamente a sua execução na praça do mercado de Varsóvia.
Em 1658, os jesuítas conseguiram seu objetivo de estabelecer a supremacia da Igreja Católica na Polônia. Obrigou-se aos socinianos a sair da Polônia num prazo de três anos; caso contrário, seriam executados. Afloraram-se brutais perseguições, porém alguns grupos pequenos isolados sobreviveram por um tempo. Contudo, desapareceram gradualmente.
Isaac Newton
Em 1745 o famoso cientista Isaac Newton produziu uma obra chamada “Um relato histórico sobre duas notáveis corrupções da Escritura”. Essas duas corrupções se referem às inserções espúrias que se encontravam em 1 João 5:7 na Bíblia em inglês conhecida como “Versão Rei Jaime”. Newton demonstrou que as palavras “no céu, o Pai, o Verbo e o Espírito Santo: e estes três são um”, inseridas em apoio a Trindade, não apareciam originalmente nas Escrituras Gregas inspiradas. Mostrou que essa frase espúria foi introduzida pela primeira vez em um texto grego em 1515 baseado em um manuscrito grego tardio corrigido do latim. Também mostrou que a palavra espúria “Deus” acrescentada em 1 Timóteo 3:16 não aparece no original grego, e foi acrescentada para que a leitura desse versículo ficasse assim: “Deus foi manifestado na carne”.
Lamentavelmente, Isaac Newton não publicou esses descobertos durante a sua vida. Provavelmente porque os que negavam a Trindade eram perseguidos na Inglaterra, com o risco de perder o cargo, emprego e utilidade. William Whiston, um amigo de Newton (e tradutor das obras de Josefo), perdeu sua cátedra em Cambridge por esta razão em 1711. Em 1693 um folheto no qual se atacava a Trindade foi queimado por ordem da Câmara dos Lordes, e no ano seguinte seu impressor e autor foi processado. Em 1697, Thomas Aikenhead, um estudante de dezoito anos acusado de negar a Trindade, foi enforcado em Edimburgo, Escócia.
Durante todos os séculos que tem existido a doutrina da Trindade, tem havido também grupos e pessoas que a tem rechaçado. A maioria dessas vozes que se tem levantado contra, somente duraram alguns anos, pois a violência foi o meio usado pelos trinitários para suprimir aqueles pensamentos heréticos.
Enfim, hoje, subsistem alguns grupos cristãos cuja característica fundamental é seu rechaço a doutrina da Trindade. Sobressaem os unitários (Igreja Unitária), os cristadelfos (Irmãos de Cristo) e também as TESTEMUNHAS DE JEOVÁ.
Os UNITÁRIOS (conhecidos também como unitários universalistas) reconhecem a Lélio Socini como seu fundador e consideram aos socinianos polacos do século XVI como os primeiros integrantes da Igreja Unitária. Crêem que Deus é somente o Pai, que o Filho foi criado pelo Pai, e que o espírito santo é a força intrínseca do Pai. Um detalhe que caracteriza a teologia unitária é que tal religião não crê em um Jesus pré-humano. Ensinam que a vida de Jesus iniciou-se quando nasceu como humano na Terra.
Os CRISTADELFOS (surgidos por volta do ano 1830 nos Estados Unidos) são outro grupo cristão não-trinitário. Além de não crerem na Trindade, também não crêem no inferno de fogo e rechaçam a doutrina da imortalidade da alma e celebração do Natal. Crêem que os fiéis viverão para sempre na Terra e que Cristo terá seu trono neste mundo, já convertido em um Paraíso. É claro que suas doutrinas mostram-se muito parecidas com as das Testemunhas de Jeová. A diferença fundamenta em que os cristadelfos (como os unitários) ensinam que a vida de Jesus iniciou-se no primeiro século, ou seja, para os cristadelfos Jesus não tem mais de 2000 anos de idade.
E as TESTEMUNHAS DE JEOVÁ quesão o grupo cristão não-trinitário mais extenso da Terra. Acreditam em um Jesus pré-humano. Ensinam que ainda antes da criação do universo, ele já existia, depois participou em criar os céus, a Terra e a vida humana e animal, e permaneceu milhares de anos após ter criado tudo ao lado de seu Pai antes de ser enviado ao mundo da humanidade.
Bem, este foi um breve resumo, que complementa o seu, sobre a doutrina da Trindade, que foi inventada pelo homem e como alguns tem reagido a ela. Vê-se claramente que a pena de morte foi o castigo dado àqueles homens e mulheres que negaram o dogma trinitário e a violência o meio para suprimir aos “herejes” e suas “heresias”. Ademais, é evidente o fato de que não só a Igreja CATÓLICA Romana exerceu a Inquisição como castigo, mas também osPROTESTANTES. O exemplo mais destacado foi o do fundador da Igreja Calvinista, religião surgida na reforma protestante.
Também fica evidente, como você colocou, que o medo do imperador Constantino de uma divisão política foi o motivo da celebração do Concílio de Nicéia, e assim foram estabelecidas as bases da Trindade. Paradoxalmente, esse imperador se fez ariano e foi batizado por um bispo ariano.
Outro fato destacado é que a Igreja Católica nunca creu numa Trindade até o ano 381 E.C., quando o espírito santo foi nomeado Deus e Pessoa. Antes dessa data, a deidade do espírito santo nunca foi parte da teologia da primitiva igreja romana.
Nós sabemos quem é Deus, Jesus e o espírito santo, mas os sinceros que queiram realmente saber também podem. . .
Queiram, por favor, analisar o seguinte link sobre o tema:
http://watchtower.org/t/20050915/article_01.htm
Abraços
.
2007-04-09 13:58:29
·
answer #1
·
answered by ҉ProTeJ҉ 4
·
1⤊
0⤋