Como vai Rubens D?
Muito bom isso. . .
Veja também. . .
Em João 1:1 ocorre duas vezes o substantivo grego the·ós (deus). A primeira ocorrência se refere ao Deus Todo-poderoso, com quem a Palavra estava (e a Palavra [ló-gos] estava com Deus [uma forma de the-ós). Este primeiro the-ós é precedido pela palavra ton (o), uma forma do artigo definido grego que aponta para uma identidade distinta, neste caso o Deus Todo-poderoso (e a Palavra estava com o Deus).
Por outro lado, não existe artigo antes do segundo the-ós, em João 1:1. Assim, uma tradução literal seria, "e deus era a Palavra". Todavia, temos visto que muitas versões traduzem este segundo the-ós (um substantivo predicativo) como divino, semelhante a Deus, ou um deus.
Com que autoridade fazem isso?
A lÃngua grega coiné tinha artigo definido (o), mas não tinha artigo indefinido (um). Assim, quando um substantivo predicativo não é precedido por artigo definido, pode ser indefinido, DEPENDENDO DO SEU CONTEXTO.
A Revista de Literatura BÃblica diz que expressões com um predicativo anartro [sem artigo] precedendo ao verbo, têm primariamente sentido qualificativo. Como diz a Revista, isto indica que o ló-gos pode ser assemelhado a um deus. Diz também a respeito de João 1:1: "A força qualitativa do predicado se destaca tanto que o substantivo [the-ós] não pode ser considerado como determinativo".
Assim, João 1:1 destaca a qualidade da Palavra, que ela era divina semelhante a deus, um deus, mas não o Deus Todo-poderoso. Isto se harmoniza com o restante da BÃblia, que mostra que Jesus, ali chamado de a Palavra em seu papel de Porta-voz de Deus, era um subordinado obediente enviado à terra por seu Superior, o Deus Todo-poderoso.
Há muitos outros versÃculos bÃblicos nos quais quase todos os tradutores em outras lÃnguas coerentemente inserem o artigo "um" ao traduzirem sentenças gregas com a mesma estrutura.
Por exemplo, em Marcos 6:49, quando os discÃpulos viram Jesus andar sobre a água, a versão Almeida, atualizada (ALA), diz: "Pensaram tratar-se de UM fantasma". No grego coiné não existe UM antes de fantasma. Mas, quase todas as traduções em outras lÃnguas ACRESCENTAM UM para que a tradução se ajuste ao contexto. Do MESMO MODO, visto que João 1:1 mostra que a Palavra estava COM Deus, a Palavra NÃO podia ser Deus, mas sim UM deus ou divina
Note, também, como outras versões traduziram esta parte do versÃculo:
1808: e a palavra era um deus. The New Testament in an Improved Version, Upon the Basis of Archbishop Newcomes New Translation: With a Corrected Text.
1864: e um deus era a palavra. The Emphatic Diaglott, versão interlinear, de Benjamin Wilson.
1928: e a Palavra era um ser divino. La Bible du Centenaire, LEvangile selon Jean, de Maurice Goguel.
1935: e a Palavra era divina. The Bible An American Translation, de J. M. P. Smith e E. J. Goodspeed.
1946: e a Palavra era de espécie divina Das Neue Testament, de Ludwig Thimme.
1958: E a Palavra era um Deus. The New Testament, de James L. Tomanek.
1975: e um deus (ou: da espécie divina) era a Palavra. Das Evangelium nach Johannes, de Siegfried Schulz 1978
1978: e da sorte semelhante a Deus era o Logos. Das Evangelium nach Johannes, de Johannes Schneider. Só para mencionar algumas.
Estas traduções, assim como a TNM concordam com o que famosas enciclopédias e dicionários revelam sobre "Trindade". Veja . . .
The New Encyclopædia Britannica diz: “Nem a palavra Trindade, nem a doutrina explÃcita, como tal, aparecem no Novo Testamento, e nem Jesus ou seus seguidores tencionaram contradizer o Shema do Velho Testamento: ‘Ouve, ó Israel: O Senhor, nosso Deus, é um só Senhor’ (Deut. 6:4). . . . A doutrina desenvolveu-se gradualmente com o decorrer dos séculos, enfrentando muitas controvérsias. . . . Por volta do fim do 4.° século . . . a doutrina da Trindade tomou substancialmente a forma que desde então tem conservado.” — (1976), Micropædia, Vol. X, p. 126.
A New Catholic Encyclopedia diz: “A formulação de ‘um só Deus em três Pessoas’ não foi solidamente estabelecida, de certo não plenamente assimilada na vida cristã e na sua profissão de fé, antes do fim do 4.° século. Mas, é precisamente esta formulação que tem a primeira reivindicação ao tÃtulo o dogma da Trindade. Entre os Pais Apostólicos, não havia nada, nem mesmo remotamente, que se aproximasse de tal mentalidade ou perspectiva.” — (1967), Vol. XIV, p. 299.
Em The Encyclopedia Americana lemos: “O cristianismo derivou-se do judaÃsmo, e o judaÃsmo era estritamente unitário [cria que Deus é uma só pessoa]. O caminho que levou de Jerusalém a Nicéia dificilmente foi em linha reta. O trinitarismo do quarto século de forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi, ao contrário, um desvio deste ensinamento.” — (1956), Vol. XXVII, p. 294L.
Segundo o Nouveau Dictionnaire Universel: “A trindade platônica, que em si é meramente um rearranjo de trindades mais antigas, que remontam aos povos anteriores, parece ser a trindade filosófica racional de atributos que deram origem à s três hipóstases ou pessoas divinas ensinadas pelas igrejas cristãs. . . . O conceito deste filósofo grego [Platão, do 4.° século AEC] sobre a trindade divina . . . pode ser encontrado em todas as religiões [pagãs] antigas.” — (Paris, 1865-1870), editado por M. Lachâtre, Vol. 2, p. 1467.
O jesuÃta John L. McKenzie, no seu Dictionary of the Bible, diz: “A trindade de pessoas dentro da unidade de natureza é definida em termos de ‘pessoa’ e de ‘natureza’, que são termos filosóficos gr[egos]; na realidade, esses termos não aparecem na BÃblia. As definições trinitárias surgiram em resultado de longas controvérsias, em que estes termos e outros, tais como ‘essência’ e ‘substância’, foram erroneamente aplicados a Deus por alguns teólogos.” — (Nova Iorque, 1965), p. 899.
Estas são opiniões abalizadas de literatura extra-bÃblicas que NÃO podem ser negligenciadas, sobre o risco de tornar qualquer dogma em uma interpretação tendenciosa.
Mas é a Palavra de Deus que, em si mesma, é capaz de se auto explicar e torna claro que o ensino da Trindade não passa de crenças populares tradicionais, fruto de malabarismos de teólogos (não tão bem intencionados). Não importa as teorias que eles criaram entre eles (os teólogos), o que importa é as suas consequências finais.
A bÃblia, incluindo o N.T. nasceu antes dos «grandes» conceitos teológicos. E é NELA que devemos, em última análise, dar crédito.
Um grande abraço
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2007-03-27 22:44:51
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answer #2
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answered by ҉ProTeJ҉ 4
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