Nana,
Primeiro: parabéns pela pergunta, pois ela é a base da filosofia existencial. Segundo: há um paradoxo (falsa contradição) na sua pergunta, pois, quanto mais a gente deseja saber quem nós somos, mais ficaremos longe de sabermos que realmente somos.... Vou tentar ser mais simples com um exemplo da física (cinemática, já estudou isso na escola?): qual é a sua posição numa viagem se está viajando numa bicicleta? a cada segundo você está numa posição e não poderá parar, pois a bicicleta depende do equilíbrio dinâmico. Eu tenho que dizer o tempo para saber ao certo qual é a sua posição numa trajetória. O mesmo é válido para esse esforço para a gente se parecer com a gente mesmo: É IMPOSSÍVEL, pois estamos mudando a cada segundo... estamos envelhecendo e obtendo experiências novas todos os dias....Somos seres vivos e não estátuas ou objetos de fotografia em que podemos ficar "congelados" no tempo e espaço. Bem, essa é a resposta que a filosofia existencial de Jean Paul Sartre teria para lhe dar... não sei se agrada, mas que é verdadeira, não tenha dúvida. Agora, veja o que a física quântica teria para lhe dizer e espero que tenha assistido ao filme "Quem somos nós" para comprender melhor essa resposta. Pegue dois grãos de areia e coloque um em cada palma da sua mão e faça as comparações. Você verá que eles são SEMELHANTES, mas nunca iguais ou idênticos. Assim é você....única, especial, diferente, singular.... uma indivídua (transformei a palavra no feminino de propósito!). A sua mente é uma PARTE de você, e não toda você. Portanto, é a sua mente que lhe diz que deveria se esforçar para ser você mesma, mas ela não é tudo ou todo você. Cuidado com o que a sua mente lhe diz, pois somos enganados o tempo todo por conta dos nossos preconceitos, mitos, tabus, emoçõe negativas e baixo QI.
Mudando de área e indo para a psicologia de Jacques Lacan , na fase do espelho, há a inauguração do eu ou do ego. Trata-se de um momento em que você se vê por inteiro e único. No entanto, nesse momento, você poderá se ver como sombra ou cópia da mãe ou do pai. Se isso ocorre, podemos falar de um certo estranhamento de si e talvez, de um desejo de ser você mesma, separada e distinta do pai/mãe. Assim, valeria a pena investigar o que realmente está procurando dentro de si.
Mudando novamente de rumo, e indo para o lado pessoal, eu não faço nada para ser ou parecer comigo mesmo, pois penso ser inútil tal esforço. Gasto meu tempo investindo em coisas boas, sendo criativo, lendo, praticando esportes e sexo, assistindo filmes, peças teatrais e escrevendo o meu livro sobre dinâmicas de grupo. Para ficar parecido comigo mesmo, descobri que seguir a intuição e/ou as necessidades da alma são a fonte mais forte que tenho. Aí, penso que estou na espiritualidade independente e é aquela que valoriza a caminhada e descorta pessoais de forma de aproximação da felicidade. Não quero com isso ser modelo ou exemplo para você, pois é seu direito natural procurar ser você de forma verdadeira. Acho que seria legal fazer novas perguntas, pois aí receberá mais dicas.
Último conselho (olha só a intromissão!!): assista ao filme "O Segredo" e canalizará seu esforço mental para o que realmente vale a pena: ser feliz , independente das questões existenciais.
Espero ter lhe ajudado.
2007-03-27 09:42:26
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answer #1
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answered by algreen41 5
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